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Previous issue date: 2016-04-28 / A violência contra a mulher por parceiro íntimo (VPI) é considerada um sério e complexo problema de saúde pública, por desencadear, a curto e longo prazo, consequências bastante negativas para a saúde da mulher e dos seus filhos, que estão expostos aos episódios violentos, mesmo quando não são o alvo direto da violência. Os eventos negativos da vida, decorrentes da família, incluindo VPI e suas consequências maternas, têm sido considerados fatores de risco para o surgimento de problemas nas várias dimensões do desenvolvimento da criança. Em cada estágio do desenvolvimento, da lactância à adolescência, a VPI pode causar impactos diferentes, que englobam problemas comportamentais, emocionais, cognitivos, sociais e físicos. Esses problemas podem persistir durante a vida adulta, inclusive com a possibilidade da vítima se tornar agressor, que é um dos pressupostos da transmissão intergeracional da violência. O objetivo deste estudo foi investigar as consequências da exposição da criança à VPI, para o desenvolvimento psicossocial. Este estudo é a 3ª etapa de uma coorte prospectiva que vem sendo conduzida desde 2005, com mulheres cadastradas em todas as Unidades de Saúde da Família do Distrito Sanitário II da cidade do Recife, Pernambuco. Foram avaliados 614 pares de mães-filhos. As mães já tinham sido avaliadas na gravidez e no pós-parto. Os problemas psicossociais da criança foram avaliados usando o Questionário de Capacidades e Dificuldades (Strengths and Difficulties Questionnaire – SDQ) e o Short Mood and Feelings Questionnaire (SMFQ). Entre as mulheres estudadas, 319 (52,0%; IC95%: 48,0%-55,9%) referiram algum tipo de violência (psicológica, física ou sexual) em algum período (durante a gravidez, no pós-parto ou nos últimos 7 anos). Violência durante a gravidez foi referida por 28,0% das mulheres (IC95%: 24,4%-31,5%); no pós-parto, por 22,0% (IC95%: 18,8%-25,4%); e nos últimos 7 anos, por 32,6% (IC95%: 28,9%-36,4%). Para 55% (IC95%: 44%-65%) das mulheres, com relatos de violência na gravidez e no pós-parto, houve continuidade nos últimos 7 anos. Foram avaliados 10 tipos de exposição da criança à VPI e as mães referiram que 60,6% das crianças foram expostas a algum tipo. Encontrou-se nas crianças uma incidência de 46,7% de problemas de comportamento e 15,3% de depressão. Mesmo depois de controlar os efeitos das possíveis variáveis de confundimento (do contexto familiar, da violência e individual da criança), os problemas de comportamento e depressão, em escolares, se mantiveram associados com exposição à VPI sofrida pela mãe. Os resultados também mostraram que a chance da criança ter problemas de comportamento e depressão foi maior quando vivenciou múltiplos tipos de exposição à VPI. A idade de início da exposição de maior comprometimento para problemas de comportamento, na idade escolar, foi a faixa etária de 1 a 2 anos e para depressão foi a exposição na fase pré-natal e de 0 a 11 meses. A influência do ambiente das relações mostra que o bem-estar emocional das crianças está diretamente associado ao funcionamento emocional dos seus cuidadores e das suas famílias. Portanto, se faz necessário, identificação e intervenção precoces, para interromper o ciclo da violência e prevenir futuras gerações de crianças expostas à VPI. / Intimate partner violence (IPV) against women is considered a serious and complex problem of public health, by triggering the short and long term consequences negative for women's health and their children, who are exposed to violent episodes, even when they are not the direct target of the violence. Negative life events, arising from the family, including IPV and maternal effects, have been considered risk factors for the emergence of problems in the various dimensions of the development of the child. At every stage of development, from newborn to adolescence, IPV can cause different impacts, including behavioral problems, emotional, cognitive, physical and social. These problems may persist throughout adult life, including the possibility of the victim become aggressor, which is one of the assumptions of intergenerational transmission of violence. The objective of this study was to investigate the consequences of the child's exposure to IPV to the psychosocial development. This study is the third step of a prospective cohort which has been conducted since 2005, with women enrolled in all family health units Health District II of the city of Recife, Pernambuco. Were evaluated 614 pairs of mothers-children. The mothers had already been assessed in pregnancy and postpartum. The psychosocial problems of children were evaluated using the Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ) e o Short Mood and Feelings Questionnaire (SMFQ). Among the women studied, 319 (52.0%; 95% CI: 48.0%-55.9%) reported some kind of violence (physical, psychological or sexual) in some period (during pregnancy, postpartum or over the last 7 years). Violence during pregnancy was 28.0% (95% CI: 24.4%-31.5%); in the postpartum, 22.0% (95% CI: 18.8%-25.4%); and in the past 7 years, 32.6% (95% CI: 28.9%- 36.4%). To 55% (95% CI: 44%-65%) of women with reports of violence in pregnancy and postpartum, there was continuity in the last 7 years. Were evaluated 10 types of exposure of the child to the IPV and the mothers reported that 60.6% of the children were exposed to some form. The incidence of behavioral problems was 46.7% and of the depression was 15.3%. Even after controlling the effects of possible confounding variables (family, violence, and individual child’s context), the behavior problems and depression in schoolchildren, remained associated with IPV exposure suffered by the mother. The results also showed that the chance of the child having behavior problems and depression was higher when experienced multiple types of exposure to IPV. The age of onset of exposure of greater commitment to behavioral problems, in school age, was the age range of 1 to 2 years and for depression was exposure in prenatal phase and 0 to 11 months. The influence of the environment of relations shows how the emotional well-being of children is directly associated with the emotional functioning of their caregivers and their families. Therefore, it is necessary, early identification and intervention, to stop the cycle of violence and prevent future generations of children exposed to IPV.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/18038 |
Date | 28 April 2016 |
Creators | SILVA, Elisabete Pereira |
Contributors | http://lattes.cnpq.br/8510946198843716, LUDERMIR, Ana Bernarda, EIEKMANN, Sophie Helena |
Publisher | Universidade Federal de Pernambuco, Programa de Pos Graduacao em Saude da Crianca e do Adolescente, UFPE, Brasil |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Breton |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE |
Rights | Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil, http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/, info:eu-repo/semantics/openAccess |
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