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Persistência da desigualdade de renda no Brasil : uma análise à luz da economia da família

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Previous issue date: 2005 / No Brasil, a desigualdade de renda é acentuada, em comparação a outros países em
desenvolvimento, perversa, pois concentra grande parcela da população nas faixas de
miséria e pobreza extrema, e persistente, já que se encontra estabilizada pelo menos durante
os últimos vinte e cinco anos. A família é uma instituição social que afeta a distribuição de
renda na sociedade, de forma que o governo deve considerar o comportamento das famílias
para orientar suas decisões. Becker & Tomes (1986) postulam que as restrições de crédito
enfrentadas por pais pobres impossibilitam que sejam feitos investimentos ótimos no
capital humano dos filhos. Essa impossibilidade depreciaria o desenvolvimento de crianças
pobres, em comparação com crianças ricas com as mesmas dotações iniciais de habilidade,
retardando a mobilidade social. De fato, alguns autores (ver Langoni, 1973, e Barros &
Mendonça, 1995) indicam que, no Brasil, a contribuição das desigualdades em educação
para as desigualdades em renda é uma das maiores do mundo. Este trabalho investigou
alguns aspectos do comportamento econômico das famílias para explicar a persistência da
desigualdade de renda no Brasil. Em especial, procurou-se investigar como a renda da
família induz a acumulação de capital humano para as crianças e orienta a alocação de
capital humano entre os filhos, se por algum critério de eficiência ou não tal como por
destinar maior quantidade de recursos para investimento em capital humano do filho mais
capaz, como sugerem Becker & Tomes (1986). Os resultados do trabalho mostram que
crianças em famílias pobres apresentam, em geral, menor acumulação de capital humano.
Contudo, Dahan & Gaviria (2003) sugerem que se pais pobres investissem
desproporcionalmente mais no capital humano de poucos dos filhos, estariam agindo
eficientemente para escapar da pobreza, com base nos retornos crescentes da educação. Os
resultados do presente trabalho, apesar de indicarem de fato a concentração de capital
humano em poucos dos filhos, apontam para a possibilidade de que, nas famílias pobres,
filhos mais velhos sejam prontamente discriminados, por receberem menores investimentos
em capital humano, sem que necessariamente sejam observadas questões de habilidade dos
filhos, ou seja, suas habilidades na acumulação de capital humano. Esse comportamento
das famílias pobres faria aumentar a probabilidade de ocorrer o que Horowitz & Wang
(2004) chamaram de inversão de especialização , representando a situação em que os
filhos mais capazes receberiam menores investimentos em capital humano, em relação a
seus irmãos menos capazes. Esses resultados podem indicar a transmissão da pobreza entre
gerações, em particular, e a persistência da desigualdade de renda no Brasil. Entretanto, é
possível que esse destino seja evitado se ações do governo forem orientadas no sentido de
melhorar a qualidade da educação pública e estimular as famílias pobres a investirem mais
no capital humano dos filhos

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/4307
Date January 2005
CreatorsMIRANDA, Otávio Augusto Sousa
ContributorsSAMPAIO, Yony de Sá Barreto
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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