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Números decimais: no que os saberes de adultos diferem dos de crianças?

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Previous issue date: 2006 / Nesta pesquisa foram investigados saberes de adultos e de crianças sobre
números decimais. Objetivou-se verificar se, e como, os processos de
aprendizagem de crianças e adultos neste campo numérico são distintos,
diagnosticando, também, o quanto saberes da práxis social interferem no
desempenho de alunos.
Significativa quantidade de pesquisa já foi realizada sobre números
decimais, dada a complexidade deste conteúdo para os aprendizes. Dentre estes
estudos encontram-se os de Porto, 1995; Lerner, 1995; Irwin, 1995; Porto &
Carvalho, 2000, sendo apenas neste último investigado o desempenho de alunos
adultos.
Participaram da investigação 64 estudantes, 32 adultos e 32 crianças,
sendo metade destes portadores de escolaridade em números decimais e os
demais detentores apenas de experiência extra-escolar neste campo numérico.
Os alunos participaram de uma entrevista inicial e, em seguida, responderam 16
questões elaboradas com base na Teoria dos Campos Conceituais de Vergnaud
(1995), objetivando observar que significados, representações simbólicas,
propriedades e contextos dos números decimais são mais facilmente
compreendidos por adultos e por crianças.
Os dados revelam muitas diferenças entre os conhecimentos de adultos e
os de crianças quanto a números decimais. Observou-se que o desempenho dos
adultos foi estatisticamente superior ao das crianças e que mesmo adultos não
escolarizados em decimais desempenharam-se bem melhor que crianças que já
haviam estudado decimais na escola. Observou-se, também, que tanto para
adultos quanto para crianças não houve efeito significativo da escolaridade no uso
de formas variadas de representação simbólica, na compreensão dos diferentes
significados dados aos decimais, no entendimento de diferentes propriedades de
decimais nem na aplicação do conhecimento de decimais a diferentes contextos.
No que diz respeito às representações simbólicas utilizadas na resolução dos
problemas verificou-se que não houve, nem entre as crianças nem entre os
adultos, diferenças significativas de desempenho ao responder as questões oralmente ou por escrito. Quanto aos significados de número decimal, observouse
que crianças não compreendiam bem nenhum dos dois significados presentes
nos problemas, e os adultos desempenharam-se melhor quando o significado era
o de medida fracionária do que quando o significado era o de decimal enquanto
resultante de uma divisão. Para as crianças, os problemas que envolviam
propriedades de conversão de decimais foram mais facilmente respondidos que os
que envolviam comparação. Os adultos com ou sem escolarização em decimais
desempenharam-se bem tanto em problemas inseridos no contexto monetário
quanto no métrico. Já as crianças apresentaram muito fraco desempenho no
contexto métrico e nas entrevistas iniciais mencionaram quase que
exclusivamente o contexto monetário como aquele no qual números decimais
poderiam ser encontrados.
O fato que adultos sem escolaridade no conteúdo conseguem resolver
problemas com números decimais quase tão bem quanto os já escolarizados
revela, por um lado, o quanto tem influenciado conhecimentos da prática social
nesta conceitualização. Por outro lado, a falta de efeito da escolarização no
desempenho dos participantes do estudo revela quanto o ensino deste conteúdo
precisa ser revisto, de modo a proporcionar aprendizagens significativas aos
alunos.
Os resultados do estudo apontam para a necessidade de redirecionar,
especificamente em números decimais, processos de ensino para as distintas
modalidades de ensino. A comparação de desempenhos de adultos e crianças
contribui, assim, para destacar a necessidade da escola refletir o tratamento
diferenciado a ser dado a alunos de distintos níveis de ensino. Os resultados
evidenciam, também, a necessidade de se levantar as compreensões dos alunos
antes do ensino formal ao conceito de número decimal para verificar o
desenvolvimento do entendimento deste campo numérico fora de espaços
escolares

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/4481
Date January 2006
CreatorsLeitao da Silva, Valdenice
ContributorsElizabete de Souza Rosa Borba, Rute
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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