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Estudo sobre tentativa de suicídio por envenenamento no Recife PE, Brasil

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Previous issue date: 2010 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / As tentativas e os suicídios têm se tornado um problema de saúde pública, sendo o
autoenvenenamento um dos métodos mais utilizados de atentar contra a própria
vida. Este estudo foi realizado em pacientes que tentaram suicídio por
envenenamento (TSE) e foram atendidos na Restauração, o maior hospital público
de Pernambuco. Objetivo: descrever o perfil sociodemográfico; identificar os
principais agentes utilizados; apontar alguns estressores associados à TSE e
analisar as diferenças de gênero. Método: o estudo quantitativo, descritivo,
analítico, do tipo corte transversal, que avaliou 110 pacientes, com idades entre 14 e
78 anos, atendidos com TSE, no período de janeiro a agosto de 2009. Os
instrumentos de avaliação utilizados foram a entrevista padronizada Mini
International Neuropsychiatric Interview Brazilian, versão 5.0.0 (MINI), e formulário
de entrevista especialmente desenvolvido para o estudo. Resultados: do total, 70%
eram mulheres; idade média de 28,8 anos; 58,2% entre 14 e 28 anos; 63,6%
encontravam-se sem convívio conjugal; 54,5% estavam desempregados; 85,5% sem
profissão; 75,5% declararam-se dependentes de terceiros financeiramente; 67,3%
admitiram ter uma crença religiosa; 98,2% com pelo menos um transtorno
psiquiátrico. Dentre os estressores, 71,8% dos entrevistados atribuíram como a
causa para cometer TSE os conflitos interpessoais (sendo 47,3% afetivos e 24,5%
familiares do 1o grau); 80% relataram ideação suicida; 30,9%, TS anterior; 52,7%
admitiram ter planejado o ato; 90,9% relataram doença mental na família; 62,7%
alegaram fatos traumáticos ao longo da vida; 26,4%, abuso sexual e 17,3%
ocorridos na infância; 61,8% declararam estar aliviados por não terem morrido. Em
relação a outras variáveis, ressaltam-se 98,2% com um ou mais Transtornos
Psiquiátricos; 71,8% falam do Transtorno Depressivo; 28,2% com uso nocivo de
bebidas alcoólicas; 27,8% com TAG; 64,5% com comorbidade psiquiátricas; 90,9%
com a doença mental na família, e 20% com tentativa de suicídio entre os familiares.
Dos agentes declarados, 50,9% foram por ingesta de medicamentos; 45,5%
agrotóxicos e 33,6% declararam estar sob efeito de bebidas alcoólicas no momento
do envenenamento. Na comparação de gênero, a idade variou de DP=8,4 para os
homens e DP=11,55 para as mulheres. As diferenças significativas foram: abuso
sexual na infância, sendo 22,1% das mulheres e 6,1% dos homens; transtornos
decorrentes de bebidas alcoólicas, 42,4% dos homens e 22,1% das mulheres.
Admitiram estar sob efeito de bebidas alcoólicas 51,5% dos homens e 26% das
mulheres. Conclusões: os resultados confirmaram outros estudos da literatura:
idade média de 28,8 anos; quase três vezes mais mulheres; vida marcada por
conflitos afetivo-familiares; precárias condições de autogestão (instrução deficiente,
sem profissão, desemprego), por alto índice de transtornos mentais (destacando-se
depressivos e alcoolismo) e suporte familiar e social precários. Restou evidente o
impacto dos problemas presentes como fortes estressores. Esses dados apontam
para a necessidade de planejamento de programas preventivos mais efetivos, em
especial para a população mais vulnerável

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/8098
Date31 January 2010
CreatorsCláudia da Cruz Pires, Maria
ContributorsCoelho Bastos Filho, Othon
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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