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Entre o familiar e o estranho: representações sociais de professores sobre o autismo infantil

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Previous issue date: 2009 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Este trabalho teve o objetivo de investigar, a partir do referencial da teoria das representações
sociais, as idéias de senso comum - que circulam entre professores - a respeito do autismo
infantil, mapeando os saberes que as apóiam (ancoragem) e as imagens que as concretizam
(objetivação). Indagamos ainda se o conhecimento popular sobre o autismo cumpre sua
função de familiarização, uma das premissas básicas da teoria das representações sociais.
Contamos com 16 professores participantes, que compuseram dois grupos: nove professoras
que possuem experiência na educação de crianças chamadas autistas e sete professores sem
experiência de trabalho com essas crianças. Para a coleta de dados, utilizamos os instrumentos
do desenho-estória com tema e entrevistas não-estruturadas. Observamos que o conteúdo das
representações do autismo / criança autista é bastante fluido e se organiza em torno de
antinomias como interno/externo , inato/adquirido , humano/animal , razão/emoção . A
maioria dos professores expressa desconhecimento e incerteza a respeito da origem do
autismo, sendo essa a resposta mais freqüente entre os docentes que não têm experiência no
trabalho com crianças chamadas autistas. Nos relatos das professoras que se ocupam da
educação de sujeitos ditos autistas encontramos a atribuição de um caráter não intencional aos
comportamentos agressivos dos alunos, a previsão de um agravamento dos sintomas autísticos
com a idade e de um futuro com poucas possibilidades de inserção social. Professores de
ambos os grupos entrevistados compartilham a representação de um ensimesmamento no
autismo, que é relativizado pela crença de que essas crianças carregam possibilidades
relacionais. A idéia de um autismo rico, traduzido como um encapsulamento num mundo
interno imaginativo, apesar de comum aos dois grupos, é mais forte entre os professores não
experientes. O autismo pobre, ligado a imagens de um mundo vazio, sem atividade
inteligente, ou com uma inteligência enciclopédica e pouco funcional, é trazido à tona por
professoras experientes. Paradoxalmente, a aproximação com o objeto não parece conduzir a
uma maior familiarização. De maneira geral, há incertezas e fluidez em relação a considerar o
autismo uma desordem orgânica ou o resultado de complicações relacionais precoces; em
pensá-lo como um mergulho num mundo interno rico ou como um vazio interior, em acreditar
que essas crianças apresentem uma inteligência acima da média ou uma deficiência
intelectual. Os professores constroem assim, autistas e autismos variados, num processo de
conhecimento que se ancora em diversos repertórios, da psicanálise, neurociências, da
linguagem midiática

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/8357
Date31 January 2009
CreatorsSANTOS, Michele Araújo
ContributorsSANTOS, Maria de Fátima de Souza
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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