Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Florianópolis, 2012. / Made available in DSpace on 2013-07-16T04:42:09Z (GMT). No. of bitstreams: 1
317430.pdf: 1456054 bytes, checksum: 8de1d153f73d83637241ff841dabbd59 (MD5) / Este é um estudo etnográfico que objetivou compreender os significados culturais atribuídos por gestantes à vivência da hipertensão arterial na gravidez; identificar as formas de atenção e autoatenção à saúde utilizadas pelas gestantes durante a vivência dos transtornos hipertensivos; e identificar como ocorrem as relações entre as gestantes portadoras de transtornos hipertensivos e os profissionais que exercem a biomedicina. Foi realizado no período de outubro de 2010 a dezembro de 2011 no ambulatório de pré-natal e na enfermaria de internação clínica de um hospital-escola do Estado do Paraná, e no domicílio das gestantes, sob aporte da Antropologia Interpretativa. Para a coleta de dados utilizou-se observação participante e entrevista. Os informantes-chave foram 22 gestantes, e os informantes gerais, profissionais e alunos que prestavam assistência a essas mulheres. A análise seguiu os princípios da Etnoenfermagem. Os resultados foram apresentados sob a forma de 3 artigos. O primeiro, #Significados culturais atribuídos por gestantes à vivência da hipertensão durante a gravidez#, mostra que as gestantes conferem sentidos às suas experiências, utilizando-se de uma rede de símbolos e significados, criada e recriada a partir da interlocução contínua com suas famílias, outros grupos sociais e com profissionais de saúde, e que é marcada pelo medo da morte do bebê e da própria morte. O segundo, #Gestantes hipertensas: experiências, subjetividades e formas de atenção e autoatenção à saúde#, revela que possuem valores e práticas que são aplicados aos processos de saúde/enfermidade/atenção, transitando entre distintas abordagens. Contudo, muitas vezes, não revelam tais práticas, temendo julgamento dos profissionais, que estabelecem com elas relação superficial, negando suas expressões culturais. O terceiro artigo, #Gestantes hipertensas e suas relações com os profissionais de saúde de um hospital universitário#, manifesta a ocorrência de distintas formas de relacionamento, destacando-se a impessoalidade e a desvalorização das subjetividades das gestantes. Esta tese contribui para a construção do conhecimento na área, assim como para a assistência profissional a essa população de mulheres, no sentido de fortalecer a necessidade de colocar em foco a experiência da doença e as referências socioculturais do contexto da gravidez de alto risco, desde a atenção pré-natal, até a assistência em nível terciário. Identificar as práticas e experiências que fazem parte do complexo processo de atenção e autoatenção à saúde colabora para a compreensão dos significados culturais, subsidiando os profissionais para uma assistência fundamentada nas necessidades específicas dessas mulheres, além de contribuir para a ampliação do conceito de risco. Além disso, o estudo contribui para que os trabalhadores de saúde repensem as formas de se relacionarem com as gestantes, visando à maior aderência aos princípios da humanização da assistência e aos direitos de cidadania. Os resultados apontam para a necessidade da construção da uma nova prática profissional, que incorpore as experiências, subjetividades e práticas de autoatenção das gestantes portadoras de hipertensão gestacional, como estratégia que pode colaborar, inclusive, para a redução dos índices das mortes maternas.<br> / Abstract : Ethnographic study that tried to understand the cultural meanings given by pregnant women with gestational hypertension; identify the ways of health attention and self care they use while living the hypertension troubles; and identify how are the relations between the pregnant women with hypertensive troubles and the biomedicine professionals. It was made from October 2010 to December 2011in the prenatal ambulatory and in the clinical internment infirmary of an school-hospital of Paraná State and in the houses of the pregnant women, under the collaboration of interpretative anthropology. The method used for collecting data was participant observation and interview. The key-informers were 22 pregnant women, and the general informants were the professionals and students that were attending these women. The analysis followed the etnonursing statements. The results were showed in 3 articles. The first one, "Cultural meanings given by pregnant women whilst living hypertension during pregnancy" shows that pregnant women give sense to their experience, using a net of symbols and meanings, created and recreated from the continuous interlocution with their families, with different social groups and with the health professionals. It also shows that this relation is marked by the fear of the baby's death or of their own death.The second one "Hypertensive pregnant women: experiences, subjectivity and ways of attention and self-attention to health" shows that they have values and practices that are applied to the processes of health/ sickness/ attention walking among different approaches. But, for many times, they don't reveal these practices, fearing the judgment of the professionals that create a superficial relationship with them, denying their cultural expressions. The third article, "ypertensive pregnant women and their relations with health professionals of an academic hospital", shows the occurrence of different ways of relationship, detaching the impersonality and devaluation of the pregnant women subjectivity. The thesis contributes to the construction of knowledge in this area, as well as to the professional assistance to this population of women, to make stronger the need of focusing the experience of sickness and the sociocultural references of the high risk pregnancy, from the prenatal attention to the tertiary level assistance. The act of identifying the practices and experiences that are part of the complex process of attention and self attention to health, collaborates to a comprehension of the cultural meanings, subsiding the professionals to an assistance based on the specific needs of these women, besides of contributing to the amplification of the risk's concept. Besides that, the study contributes with the health workers to rethink the ways they relate with pregnant women, searching for a stronger adherence to citizenship rights and the humanization of assistance statements. The results point to the need of building a new professional practice, a practice that incorporate the experiences, subjectivities and practices of self attention of pregnant women with gestational hypertension as an strategy that can collaborate, inclusively, on the reduction of maternal mortality rates.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/103450 |
Date | January 2012 |
Creators | Martins, Marialda |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Monticelli, Marisa, Diehl, Eliana Elisabeth |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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