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Papel do sistema simpático na disfunção cardiovascular do choque séptico

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Farmacologia, Florianópolis, 2014. / Made available in DSpace on 2015-02-05T20:52:11Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2014 / O choque séptico é um potente estímulo para a ativação de vários sistemas orgânicos e dentre eles, o sistema nervoso simpático (SNS) que, além dos efeitos nos vasos, também tem impacto no coração. Altas concentrações de adrenalina e noradrenalina são encontradas na circulação de pacientes com endotoxemia e sepse, sendo estes níveis diretamente relacionados com aumento da mortalidade dos indivíduos sépticos. Embora seja conhecido que a ativação simpática exacerbada é deletéria para a homeostase do organismo, ainda não é bem compreendido qual o papel da hiperativação simpática durante um quadro de choque séptico/sepse. Portanto, no presente trabalho nós estudamos o papel da transmissão ganglionar autonômica no que diz respeito à hiporeatividade a-adrenérgica do choque séptico, e, adicionalmente, examinamos as consequências do bloqueio ganglionar precoce na expressão de receptores a1D-adrenérgicos na aorta torácica de ratos, bem como em parâmetros inflamatórios e bioquímicos. Para isso, o choque séptico foi induzido por uma ligadura e perfuração do ceco (modelo de CLP) em ratos Wistar fêmeas. Uma hora após o procedimento de CLP, os animais receberam hexametônio (um bloqueador ganglionar), pentolínio (um bloqueador ganglionar mais seletivo para o gânglio simpático) ou salina (PBS). Seis e 24 h após a cirurgia de indução do choque séptico a resposta cardiovascular a agonistas vasoconstritores foi avaliada. Adicionalmente, 24 h após o procedimento de CLP, parâmetros inflamatórios e bioquímicos, hemograma, expressão de receptores a1D-adrenérgicos em aorta e curva de mortalidade foram avaliados. O choque séptico aumentou os níveis plasmáticos de nitrato e nitrito (NOx), ureia, creatinina, transaminases hepáticas (TGO e TGP), citocinas pró-inflamatórias (TNF-a e IL-1ß), bem como promoveu leucopenia e trombocitopenia. Além disso, os animais em choque séptico estavam hipotensos e hiporreativos à noradrenalina e fenilefrina. A hiporeatividade aos agentes vasoconstritores foi devida, pelo menos em parte, à redução na densidade dos receptores a1D-adrenérgicos na aorta da ordem de 60%. Finalmente, o choque séptico resultou em elevada mortalidade. O tratamento precoce com pentolínio reduziu os níveis plasmáticos de NOx e ureia, preveniu a hiporeatividade aos agonistas vasoconstritores, preservou a densidade dos receptores a1D-adrenérgicos na aorta e aumentou a sobrevida dos animais. Apesar do tratamento precoce com o12hexametônio ter sido capaz de prevenir a hiporeatividade à noradrenalina e fenilefrina, sua administração não resultou em nenhum efeito benéfico adicional. Assim, nossos resultados mostram claramente que a interferência com a transmissão ganglionar e consequente redução da hiperativação simpática, tem importante impacto no resgate da reatividade vascular à agonistas vasoconstritores e na redução da letalidade do choque séptico induzido por ligação e perfuração do ceco em ratos. Esses efeitos benéficos estão relacionados, em parte, com a manutenção da densidade dos receptores a1D-adrenérgicos nos vasos. Esses resultados podem levar à uma nova estratégia terapêutica no auxílio do tratamento do choque séptico/sepse.<br> / Abstract : Septic shock is a potent stimulus for the activation of several organic systems, including the sympathetic nervous system (SNS), which besides its effects on vessels, directly impacts on the heart. High circulating epinephrine and norepinephrine concentrations were reported during endotoxaemia and septic shock, being directly associated to high mortality in septic patients. Although it is known that sympathetic overstimulation is deleterious to homeostasis of the organism, the function of sympathetic hyperactivation during septic shock is poorly understood. Therefore, in this work we studied the role of autonomic ganglionic transmission with respect to a-adrenergic hyporeactivity in septic shock, and, additionally, examined the consequences of early ganglionic blockade on the density of a1D-adrenergic receptors in rat thoracic aorta, as well as inflammatory and biochemical parameters. For this, septic shock was induced by cecal ligation and puncture (CLP model) in female Wistar rats. One hour after surgery, animals received hexamethonium (a ganglionic blocker), pentolinium (a ganglionic blocker with a higher selectivity for sympathetic ganglia) or saline (PBS). Six and 24 h after surgery, the cardiovascular responses to adrenergic agonists were evaluated. In addition, 24 h after surgery, inflammatory and biochemical parameters, hemogram, the density of a1D-adrenergic receptors in aorta and survival were also evaluated. Septic shock increased plasma levels of nitrate and nitrite (NOx), urea, creatinine, hepatic transaminases (TGO and TGP), pro-inflammatory cytokines (TNF-a and IL-1ß) and promoted leukopenia and thrombocytopenia in CLP animals. Furthermore, the septic animals were hypotensive and showed hyporeactivity to norepinephrine and phenylephrine. The hyporeactivity to vasoconstrictors agents was due, at least in part, to the reduction of ~60% in a1D-adrenergic receptors density in the aorta. Septic shock also resulted in high mortality. Early treatment with pentolinium reduced plasma levels of NOx and urea, prevented the hyporeactivity to vasoconstrictors agents, preserved the density of a1D-adrenergic receptors in the aorta and increased survival. Notwithstanding the beneficial effect of the early treatment with hexamethonium on the hyporeactivity to noradrenaline and phenylephrine, no additional beneficial effects were observed. Thus, our results clearly show that interference, with the ganglionic transmission with the consequent reduction in sympathetic hyperactivation, has a15profound impact on the recovery of vascular reactivity to vasoconstrictor agonists and in reducing mortality of sepsis-induced by CLP in rats. These beneficial effects are related, in part, with the maintenance of the density of a1D-adrenergic receptors in vessels. These results may lead to a new therapeutic strategy for the treatment of sepsis/septic shock.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/129250
Date January 2014
CreatorsFavero, Ana Maria
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Assreuy, Jamil
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format102 p.| il., grafs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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