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A literatura a partir da tipografia

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2016. / Made available in DSpace on 2016-09-20T04:03:15Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2016 / O presente trabalho percebe a tipografia como forma de impressão e expressão, e como condição onde a literatura se inscreve e se constitui. Se outrora foi ofício executado somente pelos eruditos, no seu percurso histórico passou pela industrialização do trabalho operário em desvalorização às novas tecnologias gráficas, e hoje volta a ser um processo de impressão reverenciado por aficcionados nas artes, design e na literatura, destacando seu anacronismo com o contemporâneo. Os movimentos da escrita acompanham as mudanças sociais e logo, as técnicas de impressão também moldam tanto a literatura quanto os movimentos artísticos, evidenciando conexões entre as duas formas de expressão.
Mergulhar no universo das antigas gráficas é também introduzir a instabilidade dos textos na pluralidade de decisões ou erros em diferentes etapas até a publicação. Os erros ou acertos dos tipógrafos e outros artífices da palavra, envolvidos no processo da criação literária, revelam a construção dos diversos textos existentes em um mesmo trabalho. E consequentemente, de que forma as práticas contemporâneas da edição e crítica literária podem se relacionar com tamanha particularidade? Pelas mãos dos impressores, a palavra se torna matéria e são figurantes ou protagonistas no processo técnico cujo objetivo é fornecer sentido aos textos que transmitem. Mas a tipografia, como um monumento reverenciado, emerge nas obras literárias como evidência histórica, como o próprio processo de sua inscrição, mas também como crítica, enredo ou cenário; ou ainda como figura de linguagem, como metáfora ou metonímia. Ademais, evidencio o valoroso ofício do tipógrafo artesão ou do artesão transfigurado em operário e esquecido pela fragmentação do trabalho industrial. Essa pesquisa aponta para a participação silenciosa de impressores anônimos e o trabalho de escritores que, sozinhos ou em colaboração com outros impressores, doaram sua individualidade para a realização material de suas obras. Trago à luz autores que, além da criação textual, buscaram imprimir manualmente, conjugando poesia e práxis. Uma relação evidenciada no corpus desse estudo com a obra do poeta, editor e tipógrafo Cleber Teixeira, que com sua editora Noa Noa, estabeleceu-se na Ilha de Santa Catarina como referência na impressão tipográfica de obras literárias. E com as palavras de chumbo nas mãos, operava também na materialidade do corpo textual, onde a práxis da tipografia e a poiésis do autor se revelam no poema Armadura, espada, cavalo e fé.<br> / Abstract : This study analyzes typography as a printing and expression form, as a condition where literature is constituted. If it was once a craft work fulfilled only by scholars, in its historic background went through industrialization in detriment of the new graphic technologies, and nowadays returns to a print process revered by enthusiasts in arts, design and literature, emphasizing its anachronism with the contemporary. The writing movements go along with social changes and consequently, printing techniques also frame both: the literature and the artistic movements, emphasizing connections between this two ways of expression.To emerge into the world of old printing houses is like to introduce the instability of the texts in their plurality of decisions or errors at different stages until its publication. Mistakes or successes of printers and other craftsmen that are involved in the process of literary creation, reveal the construction of the various existing texts in the same operation. And consequently, how contemporary practices of publishing and literary criticism can connect such particularity? By the typographers hands, words become substance and these hands belong to a scenario where the workers can be the supporting or leading actors into the technical process whose goal is to provide meaning to the texts. But, typography, as a respected monument, emerges in literature as a historical evidence, as the very process of its registration, but also as critical, plot or scenario; or as a figure of speech such as metaphor or metonymy.Moreover, I highlighted the valuable craft of the typographer as artisan, turned into workman and forgotten by the fragmentation of industrial work. This research points out to the silent participation of anonymous printers and writers who, alone or in collaboration with other printers, donated their individuality in favor of their material realization. I bring to light some authors whose, further their textual creations, they pursue to print manually combining poiesis and praxis. This relationship composes the corpus of this study, were I look deep into the work of the poet, publisher and brasilian printer Cleber Teixeira, which printing house Noa Noa, located on Santa Catarina Island, was a reference in letterpress printing and literary works. With the metal words in his hands, Cleber Teixeira also operated in the materiality of the textual body, where the practice of typography and the poiesis of the author are unfolded in his poem Armadura, espada, cavalo e fé.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/167609
Date January 2016
CreatorsLampe, Leila
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Barbosa, Maria Aparecida
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format224 p.| il.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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