Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. / Made available in DSpace on 2012-10-22T16:47:57Z (GMT). No. of bitstreams: 1
230311.pdf: 478813 bytes, checksum: 09b519e16d949baa09f7291614c62875 (MD5) / Esta pesquisa teve como objetivo avaliar a sustentabilidade de uma Organização Não-Governamental em suas dimensões sociopolítica, técnico-gerencial, financeira e de controle governamental e social. O modo de investigação adotado foi o estudo de caso, do tipo descritivo-exploratório, por meio de recursos predominantemente qualitativos. Os dados foram extraídos das verbalizações dos sujeitos, obtidos em entrevistas com roteiro semi-estruturado, individuais e recorrentes, privilegiando o conhecimento que acumularam sobre o fenômeno em foco; portanto, foram captadas as percepções dos sujeitos sobre o fenômeno. Foram entrevistados quatro integrantes do Instituto Arco-Íris, escolhidos pelo critério de pertencerem ao nível dirigente da organização. As verbalizações foram analisadas por meio da técnica de análise de conteúdo categorial temática, organizadas em matrizes de relações. Na dimensão sociopolítica, o enraizamento social e político possui como principal base as populações sociopolíticas com as quais a organização desenvolve seus trabalhos (adolescentes, profissionais do sexo, usuários de drogas, moradores de rua e população carcerária). As experiências advindas desses trabalhos subsidiam a capacidade para influenciar processos sociais e políticas públicas. Quanto às parcerias, são destacadas as com o Centro de Saúde II e com os sindicatos. Na dimensão técnico-gerencial, no tocante à gestão e à organização do trabalho, os instrumentos de gestão administrativos são inconsistentes, a maior parte das decisões está concentrada nas mãos dos diretores, causando-lhes sobrecarga. Nas questões ligadas à produção e à sistematização de informações e conhecimentos, transparece a baixa capacidade de produção de materiais informativo-educativos. A adequação dos recursos humanos fica na dependência da aprovação dos projetos para desenvolver as ações e qualificar seus integrantes. Quanto à dimensão financeira, as eventuais crises dificultam a gestão. O Instituto necessita de um instrumento eficaz para gerar/captar recursos que supram as necessidades da organização. Não há diversificação de fontes de apoio para o Instituto. A dependência é alta em relação às fontes de recursos externos (90 por cento), e não são suficientes para cobrir todas as despesas da ONG; os demais 10 por cento são oriundos da venda de produtos comercializados pelo Instituto. Na dimensão do controle governamental e social, a falta de controle governamental é fortemente criticada, na medida em que muitos projetos, para algumas ONGs, nada mais são do que "projetos de papel que tudo aceita". Apesar das ONGs/Aids brasileiras em grande parte terem sido criadas no final da década de 1980 para contestarem o sistema socioeconômico e político vigente, que era incapaz de dar respostas e soluções adequadas aos problemas básicos da sociedade, os dados revelam que ainda falta muito no que se refere ao controle social exercido pelas ONGs em relação às políticas públicas. Conclui-se que a independência financeira e o controle social se consolidam com ética, do espírito de luta pelas causas sociais e com a experiência técnica e política dos dirigentes das ONGs/Aids.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/89106 |
Date | January 2006 |
Creators | Tostes, Andreia Costa |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Prado Filho, Kleber |
Publisher | Florianópolis, SC |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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