Return to search

Estado, redes sociais e fronteira

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-graduação em Geografia / Made available in DSpace on 2012-10-23T08:01:37Z (GMT). No. of bitstreams: 0 / Desde o final da década de 1980 um pequeno fluxo migratório se formou na região ao sul do Estado de Santa Catarina, em direção aos Estados Unidos. Esse fluxo configura-se como um complexo sistema, organizado por uma densa rede social migratória, no qual informações, capitais e pessoas circulam entre o Brasil e os Estados Unidos. Na mesma época, promulgam-se nos Estados Unidos rígidas leis migratória. Em 2001 o USA Patriot Act e o Border Security and Visa Entry Reform Act (EBSVERA) concedem ao Estado norte-americano maior policiamento na zona
fronteiriça (México-Estados Unidos), através da injunção de sofisticados objetos técnicos de controle e vigilância, fundando assim a primeira fronteira eletrônica com monitoramento integral para deter a entrada de migrantes não-documentados no território estadunidense. Neste contexto, intensifica-se, no sul-catarinense, uma migração indocumentada e clandestina para os EUA, que tem, na fronteira México- Estados Unidos, um dos seus fortes pontos de conexão. O objetivo desta tese é explicar o arranjo sócio-espacial e histórico desta rede migratória, articulada às seguintes variáveis: 1) Os acordos culturais, na década de 1960, celebrados entre o Brasil e os EUA, que tiveram forte rebatimento cultural no sul-catarinense e representaram, sobretudo na cidade de Criciúma, a propagação do american way of life. 2) A materialidade da violência imposta pelo governo dos Estados Unidos ao longo da fronteira sudoeste e seu significado político e econômico sobre o fluxo migratório provindo do sul catarinense. 3) O lugar reservado ao migrante irregular (sem-documentos) do sul catarinense na economia urbana estadunidense. Concluise que o atual fluxo migratório de trabalhadores para os EUA não merece ser contemplado como fato estranho à sociedade de origem e nem a de destino.
Lentamente a população de Criciúma familiarizou-se com a presença de elementos e objetos provindos da sociedade americana. No primeiro momento, nos anos 1960, tal familiaridade era representada pelas freqüentes viagens de um restrito segmento da população local para os EUA, seja como turista ou através de intercâmbios estudantis; no segundo momento, no final da década de 1980, esse movimento se amplia e incorpora, uma parcela da população que realiza a primeira viagem
internacional. No entanto, desta vez, o curso do movimento toma outra direção: aos turistas ou aos jovens estudantes em intercâmbio, juntam-se, com mais intensidade, homens e mulheres entre 28 e 42 anos de idade, que migram diretamente para o trabalho.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/90279
Date January 2007
CreatorsSantos, Gislene Aparecida dos
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Dias, Leila Christina Duarte
PublisherFlorianópolis, SC
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format1 v.| il., grafs., tabs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0026 seconds