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Ideologia gerencialista e subjetividade do trabalhador no terceiro setor

Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Programa de Pós-graduação em Administração, 2011. / Submitted by Tania Milca Carvalho Malheiros (tania@bce.unb.br) on 2012-03-15T13:54:40Z
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2011_MárioIbraimSalimon.pdf: 1004464 bytes, checksum: ad992c992b3373cc2ab2c442682e5d30 (MD5) / O terceiro setor, formado por organizações privadas de interesse público, cresce em tamanho e relevância no Brasil. Há uma ligação histórica dessas organizações com a benemerência, o humanismo e a luta por direitos. Entretanto, o crescimento dessa população organizacional tem gerado competição por recursos, com a consequente busca por sistemas e modelos gerenciais que possam viabilizar a sobrevivência de cada organização via vantagens comparativas associadas à eficácia, eficiência, efetividade e posicionamento de marca. Neste
contexto, nota-se uma crescente adoção de modelos importados do segundo setor – privado de interesse privado. Entre os elementos importados, destacam-se modelos de gestão movidos pela ideologia gerencialista, orientada por uma racionalidade finalística e marcada por processos de hipercompetição, aceleração, quantofrenia e precarização das condições de trabalho. Também se investe no culto à excelência e na mobilização psíquica do sujeito como formas de se manipular a pessoa como recurso estratégico da organização. Tal ideologia conflita com a racionalidade substantiva, baseada em valores e ética, geralmente ligada à
fundação e à manutenção de organizações do terceiro setor. Desenvolveu-se pesquisa
qualitativa, baseada em entrevistas com profissionais de quatro organizações da área
ambiental, sendo duas cosmopolitas e duas periféricas. Buscou-se, por meio da análise de conteúdo e do discurso, a percepção dessas pessoas sobre o fenômeno em questão. Os resultados mostram que a ideologia gerencialista foi, pelo menos nos casos estudados, assimilada pelo trabalhador; que as relações de trabalho estão se precarizando em nome da rentabilidade financeira dos investimentos na organização; que as estratégias de defesa e adesão implicam sofrimento subjetivo e que há distanciamento crescente do terceiro setor de
sua identidade histórica de esfera de agenciamento marcada por uma racionalidade
substantiva. ______________________________________________________________________________ ABSTRACT / Environmental NGOs are the fastest growing type of third sector organization in Brazil. These agencies have played a key role in the processes of political change and democratization. They built their image as humanist platforms committed to sustainability. In recent years,
these organizations began to face mounting competition from their peers, governments and
corporations. Since funding is becoming increasingly dependent on the organization’s
performance and accountability, NGOs are resorting to imitation and importing knowledge from the private sector. Corporate culture is usually oriented by a managerialist ideology, which sees economic determinism as the main strategy driving force and causes organizations
to see their staff as assets. Their contribution is a matter of cost-efficiency and not commitment to a certain mission. Third sector organizations and their work force are alternatively bound by a substantive rationality and act based upon values. The attempt to impose such practical and finalistic measures such as goals and indicators upon value-oriented
workers generates conflicts of rationality and subjective suffering. Subjects struggle to hold to
their affective identification with the organization but will generally either succumb to cynicism and calculative commitment or desist and leave voluntarily. This qualitative study has covered four of some of the foremost environmental organizations in Brazil, half of them
being cosmopolitan agencies with headquarters in metropolises and half peripheral, situated in the Amazon region. The results show that workers are assimilating the managerial discourse
and using it to justify behaviors contrary to their substantive value system. The interviews also indicate that the establishment of financial efficiency as the most important strategic factor is leading organizations to hire their new collaborators on a more precarious and
sometimes illegal basis. Ultimately, the studied subjects consider themselves to be growing apart from their representations of humanist and politically active social actors.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/10125
Date07 December 2011
CreatorsSalimon, Mário Ibraim
ContributorsSiqueira, Marcus Vinicius Soares
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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