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Efeitos comportamentais do diazepam em micos-estrela submetidos a dois testes de medo/ansiedade : ameaça humana versus confronto com predador

Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, 2008. / Submitted by Larissa Ferreira dos Angelos (ferreirangelos@gmail.com) on 2009-10-01T18:21:41Z
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Previous issue date: 2008 / Apesar dos distúrbios de ansiedade apresentarem uma alta prevalência na nossa sociedade, as opções de tratamento farmacológico ainda são restritas e apresentam uma série de efeitos adversos indesejados. Nesse sentido, modelos ‘etológicos’ se aproximam mais do que realmente ocorre na natureza e podem ter seus resultados melhor extrapolados para humanos, apesar de testes desta natureza serem escassos em primatas não-humanos. calitriquídeos, em particular, sofrem altas taxas de predação, mantendo suas estratégias de defesa mesmo em cativeiro. Seu amplo espectro de indicadores comportamentais representa uma oportunidade ímpar para se avaliar o comportamento emocional, podendo ser utilizados como ferramenta para estudo do medo/ansiedade. O presente estudo, portanto, teve como objetivo avaliar as respostas comportamentais de micos-estrela (Callithrix penicillata) submetidos aos testes de Ameaça Humana (AH) e Confronto com Predador (CP), sob efeito do ansiolítico benzodiazepínico diazepam (DZP). Cada sujeito (n=13) foi submetido pseudorandomicamente a quatro sessões de habituação. Em seguida, para cada um dos dois testes, os sujeitos foram submetidos a outras quatro sessões de confronto (0; 1; 2 e 3 mg/kg de DZP). Cada sessão consistiu de 15-min de observação: 5-min antes, 5-min durante a exposição a um experimentador humano ou a um gato taxidermizado (gato-domato) e 5-min após a exposição. A administração de todas as doses de DZP induziu uma diminuição significativa na atividade locomotora, antes, durante e depois do confronto, sugerindo um possível efeito sedativo deste fármaco. Foi então realizado um novo experimento onde os sujeitos (n=10) foram submetidos novamente a quatro sessões de confronto por estímulo, porém, com doses mais baixas de DZP (0; 0,10; 0,25 e 0,50 mg/kg). Uma rápida exposição (5 min) ao experimentador induziu um aumento significativo nas taxas de olhares diretos e vocalização de alarme, além de uma redução nos níveis de proximidade e comportamentos deslocados. A administração de DZP reverteu, significativamente, apenas a frequência de olhares diretos. O confronto com o gato taxidermizado alterou, de forma significativa, a taxa de olhares diretos, a qual não foi re-estabelecida pelo DZP. Além disso, não foram observadas diferenças significativas em cada uma das respostas, quando na presença destes dois estímulos, sugerindo que estes exercem um efeito similar. Contudo, no conjunto das alterações observadas, o experimentador humano pareceu ser mais eficaz, podendo isso ser devido em parte aos procedimentos rotineiros de captura/manipulação. Já para o gato taxidermizado, vários fatores podem ter contribuído para a baixa responsividade, como a exposição repetida, o confronto realizado em um ambiente altamente familiar, a presença de um outro animal no viveiro, o uso de sujeitos com exposição prévia ao estímulo e o uso de um objeto que não é uma ameaça real. Diferenças na duração da exposição e nos ambientes físico e social, também podem ter influenciado as discrepância vistas entre os resultados deste estudo dos descritos na literatura. Dessa forma, os testes de AH e CP podem vir a ser boas ferramentas experimentais para a avaliação do medo/ansiedade e o desenvolvimento de novas compostos com potencial valor terapêutico. Porém, novos estudos, avaliando os fatores discutidos, são necessários para uma melhor elucidação dos aspectos de medo/ansiedade sendo avaliados nestes testes. ________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / Although anxiety disorders have a high prevalence in our society, few pharmacological options exist for its treatment, having well-established unwanted effects. In this sense, ethologically based animal models approximate the natural conditions under which such emotional states are elicited and thus provide comparable results to anxiety seen in humans. Such models using non-human primates, however, are scarce. Callitrichids, in particular, suffer one of the highest rates of predation among primates. Their anti-predation strategies are even observed among captive individuals. Thus, defense-related behaviors in this primate may represent a unique opportunity to evaluate fear and anxiety in an experimental setting. Therefore, this study aimed at investigating the defense-related response of captive marmosets (Callithrix penicillata) submitted to two experimental tests of fear/anxiety: Human Threat (HT) and Predator Confrontation (PC). The effects of the anxiolytic diazepam (DZP) were also evaluated. Each subject (n=13) was pseudo-randomly submitted to four habituation trials, followed by four confrontation sessions (0; 1; 2 e 3 mg/kg of DZP) for each test. Each session consisted of a 15-min observation period: 5-min prior, 5-min during a confrontation with a human observer or a natural taxidermized predator (oncilla cat) and 5-min following the exposure. The DZP administrations induced a significant decrease of the marmoset’s locomotion, before, during and after the confrontation, indicating a possible sedative effect. Thus, a second experiment was held, during which subjects (n=10) were once again submitted to another four confrontations trials. However, lower doses of DZP were used (0; 0,10; 0,25 e 0, 50 mg/kg). A rapid exposure (5-min) to the human observer induced a significant increase in direct gazes and alarm calls, as well as a decrease in proximity and displacement activities. DZP administration only significantly reversed the frequency of direct gazes. Confrontation with the taxidermized cat significantly altered solely the levels of direct gazes, although DZP injections did not reverse this response. Furthermore, significant differences between each behavioral parameter were not observed, when in the presence of the stimuli, suggesting that they exert a similar effect. However, when analyzing the whole behavioral profile observed, the human observer seemed to be more effective. This may have been due to the routine capture/manipulation procedures. For the taxidermized cat, several factors could have contributed to the low responsiveness, such as the repeated exposure procedure, the confrontations taking place in a highly familiar environment, the presence of other subject in the home-cage, the use of experienced subjects and the fact that the stimulus was not truly a threat. Differences in terms of the duration of the confrontations and the physical and social environment may also have influenced the discrepancies seen between the results from the present study and those of previous investigations. Therefore, the AH and PC tests may possibly be used as an experimental tools to evaluate fear/anxiety and screen new compounds with potential therapeutic value. However, new studies are necessary to fully assess the factors discussed, in order to better elucidate the aspects of fear/anxiety which are being analyzed in these tests.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/2152
Date January 2008
CreatorsCagni, Priscila Lelis
ContributorsBarros, Marília
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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