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O poder constituinte do trabalho vivo : análise psicodinâmica da criação literária

Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações, Laboratório de Psicodinâmica e Clínica do Trabalho, 2011. / Submitted by Albânia Cézar de Melo (albania@bce.unb.br) on 2011-05-24T14:41:56Z
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2011_JoaoBatistaOliveiraFerreira.pdf: 1223225 bytes, checksum: d2c93e26fc424d1eb3fa3a2027162233 (MD5) / Este estudo analisa a criação literária como trabalho. Busca construir relações com o processo de constituição do sujeito, com base no referencial teórico da psicodinâmica do trabalho, em interlocução com conceitos da psicanálise. Considera que a criação literária, como experiência do real, evidencia a potência constituinte do trabalho vivo no processo de subjetivação. É um estudo qualitativo, de caráter exploratório, com metodologia da pesquisa documental. São analisadas 33 entrevistas e depoimentos de escritores publicadas no Brasil nos últimos 25 anos, a partir da técnica da Análise dos Núcleos de Sentidos (ANS). Caracteriza a situação de trabalho da criação literária dos escritores; as vivências de prazer e sofrimento; o processo de mobilização subjetiva, a sabedoria criativa, o processo de subjetivação; e discute possibilidades de ampliação do diálogo da psicodinâmica do trabalho com noções psicanalíticas relacionadas ao tema. O trabalho vivo é entendido como poder de sentir, pensar e inventar, como ato de criação que evidencia o poder constituinte do sujeito e de transformação do mundo. Como experiência do real e do trabalho vivo, o fazer literário possibilita a desconstrução de enunciados naturalizados do eu, desafia conhecimentos, aparatos técnicos, saberes estabelecidos e configura-se como campo privilegiado da potência crítica da ordem institucional, social e das concepções que resultam no trabalho alienado. A criação literária escapa às determinações que a estabilizem em conceitos estáticos, está sempre por se reinventar e se defronta cotidianamente com a dificuldade de simbolização. Constitui-se na ressonância com o desejo e se contrapõe ao tempo instrumentalizado do trabalho alienado. O trabalho de criação literária é identificado como ação que evidencia e ao mesmo tempo incorpora no seu fazer a constituição do sujeito, a permanente busca de espaços da palavra voltados à discussão e produção de sentidos para a existência humana e as adversidades do mundo. Neste estudo são propostas contribuições teóricas para a psicodinâmica do trabalho que utilizam como referência principal a crítica ao poder constituído do trabalho morto, visando à instauração do poder constituinte do trabalho vivo. São estabelecidas distinções entre: pré-escrito primário e pré-escrito secundário; sofrimento do pré-escrito e sofrimento do real; saber fazer instrumental e saber fazer com o real. É proposta a compreensão da ressonância simbólica como potência da mobilização subjetiva e a incorporação dos conceitos de simbólico e imaginário utilizados pela psicanálise. É discutido um aspecto ético implícito na experiência do real. A sublimação concebida como experiência de ruptura do mundo das representações e a criação literária como palavra-ação de ruptura das configurações subjetivas cristalizadas, litera-ruptura, requisito para a subjetivação como ato de palavra, como escrita da subjetivação. ______________________________________________________________________________ ABSTRACT / This study examines the literary creation as work in seeking to build relations with the process of subject constitution, based on the theoretical framework of the psychodynamics of work, in dialogue with concepts of psychoanalysis. It considers that literary creation as experience of real, highlights the constitutive power of living work in the process of subjectivity. It is a qualitative and exploratory study based on documentary research methodology. Thirty three interviews and writers´ statements published in Brazil in the last 25 years were analyzed. The technique for date analysis was “Analysis of the Nucleus of Senses (ANS)”. This study characterizes the work context of literary writers; his experiences of pleasure and suffering, the subjective process of mobilization, wisdom and creative subjectivity, and discusses possibilities of extending the dialogue of psychodynamic work with related psychoanalytic notions. Live work is understood as a kind of work that allows to feel, think and invent, leading to an act of creation that reflects the constitutional power of the subject as a capacity to transform the world. The literary work considered as live work and as experience of real, enables the deconstruction of self and defies the established knowledge and its technical apparatus. Literary work manifests itself as a privileged field with a potential power to criticize the institutional, the social and its conceptions that result in alienated labor. Literary creation constitutes itself by a resonance with desire, having an intrinsic difficulty to deal with symbolization. It escapes determinations created by static concepts which stabilize and is always defied to reinvent itself. It counterpoints instrumental conception of time in alienated work. The work of literary creation is an action that constitutes and simultaneously makes obvious the subject constitution process, with its permanent seek for sense and meaning to human existence and to world adversity, through speech. The proposals made in this study are theoretical contributions to the psychodynamic of work. Its frame is a critique of the established power of the dead work in opposition to the constituent power of living labor. In this sense, we establish distinctions between what we call primary and secondary pre-written; pre-written suffering and suffering of the real, instrumental know-how and to know how to do with the real. It is also proposed to consider symbolic resonance as subjective mobilization power and to incorporate the psychoanalytic concepts of symbolic and imaginary. We also discuss an ethical aspect that is implicit in the experience of real. Sublimation in conceived as an experience of rupture with the world of representations and literary creation as word-break action of the subjective configurations stereotyped, litera-rupture, requirement for subjectivaction as an act of speech, as written subjectivation process.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/8011
Date11 February 2011
CreatorsFerreira, João Batista de Oliveira
ContributorsMendes, Ana Magnólia Bezerra
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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