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Linguagem e surdez : no periodo dos proto-jogos de linguagem

Orientadores : Kanavillil Rajagopalan, Maria Cristina da Cunha Pereira / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-01T01:37:28Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2001 / Resumo: É principal objetivo deste trabalho o desenvolvimento de uma argumentação que venha contestar o lugar-comum segundo o qual infans ouvintes e surdos encontram-se em situação diferente para a linguagem devido à capacidade auditiva dos primeiros e à falta dessa capacidade dos últimos. Acreditando que tal lugar-comum seja proveniente de uma
determinada concepção de linguagem associada a uma concepção restritiva de percepção, proponho que a questão seja reexaminada a partir da concepção antropológica de linguagem de Wittgenstein, a qual abrange a percepção como elemento constitutivo da linguagem. Por meio de discussão acerca de teorias filosóficas e psicológicas da percepção e de análise de evidências encontradas em experimentos realizados no interior da Psicologia Experimental e Desenvolvimental,
observo que os sistemas sensoriais são independentes e diferentes (em relação aos dos adultos) por ocasião do nascimento, apesar de funcionarem como um todo amalgamado. Sugiro, então, que o neonato não pode se valer exclusivamente de um sentido particular para seu desenvolvimento perceptual, haja vista a percepção ser muito mais que
mera capacidade neurofisiológica. De fato, percepção é entendida aqui enquanto uma experiência amalgamada complexa de sentidos independentes que funcionam como um todo; uma experiência que é construída e desenvolvida a partir da interação entre infans e seu caretaker. A partir de tal experiência, o mundo começa a fazer sentido para o bebê e a linguagem emerge. Uma vez que a percepção é uma experiência amalgamada complexa, não faz diferença o fato de um dos sistemas sensoriais não funcionar dentro do considerado normal. O mal funcionamento ou deficiência de um dos sentidos não necessariamente compromete ou limita, em termos de qualidade, a percepção como um todo durante os primeiros meses de vida do bebê. É plausível afirmar, portanto, que infans ouvintes e portadores de surdez profunda congênita interagem essencialmente da mesma maneira com seus caretakers. Sendo a emergência da linguagem proveniente fundamentalmente da interação entre infans e caretaker, conclui-se que infans surdos e ouvintes, em vez de diferentes, encontram-se em situação semelhante frente à linguagem durante o período dos proto-jogos de linguagem / Abstract: The main objective of this paper is to develop an argumentation to contest the common-sense according to which hearing and congenitally profound deaf infants differ in relation to language due to the auditory capability present in the former and the lack of it in the latter. Believing that such common-sense derives from certain conception of language in
association with a restrictive notion of perception, I propose that the issue be re-examined in accordance with the anthropological conception of language by Wittgenstein, which embodies perception as a constituent element.
By observing and analysing evidence shown in experiments done within the province of Developmental and Experimental Psychology, it is argued that sensory systems are independent at birth, despite the fact that they function as a unit. As such, it is then suggested that infants cannot rely exclusively upon one particular sense for their whole perceptual processo In
fact, perception is framed here as much more than a neuro-physiological capability. Perception is an amalgamated complex experience of the senses functioning as a unit; an experience built and developed within interaction with caretakers. Throughout such experience the world starts making sense to the baby and language emerges. Being perception an amalgamated complex experience, it makes no difference whether one or more of the senses are not working properly.
Mal function or impairment of one of the senses does not necessarily interfere nor limit, in terms of quality, with perception as a whole in infancy. It would then be plausible to claim that hearing and profound deaf infants interact essentially in the same way with their caretakers. Since language emerges from within such interaction, I conclude that hearing and deaf infants, instead of being in different, are in same condition for language during the proto language-game period / Doutorado / Doutor em Linguística

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/270859
Date24 April 2002
CreatorsGlass, Maria Helena Figueira
ContributorsUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Pereira, Maria Cristina da Cunha, 1945-, Rajagopalan, Kanavillil, 1945-, Fernandes, Eulalia, Romualdo, Jonas de Araújo, McCleary, Leland, Mayrink-Sabinson, Maria Laura T.
Publisher[s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Estudos da Linguagem, Programa de Pós-Graduação em Linguística
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format200 p., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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