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Relações biogeográficas entre a avifauna de florestas de altitude no Nordeste do Brasil

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Previous issue date: 2014-11-21 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / A extensa área da região Nordeste do Brasil (1.540.827 km2) apresenta
grandes variações no relevo, com altitudes inferiores aos 300 m na Depressão
Sertaneja até áreas acima dos 1000m, como no Planalto da Borborema (Araujo et al.
1998). Essa variedade altitudinal é refletida na complexidade climática e
conseqüentemente na variabilidade de seus tipos vegetacionais. Algumas dessas
formações são áreas florestais, que cobrem desde porções litorâneas até áreas altas
incluídas no domínio florístico-vegetacional da Caatinga. Os ambientes florestais de
altitude encontrados na área da Caatinga podem estar relacionadas aos domínios da
Floresta Atlântica, nos chamados Brejos de Altitude (Andrade-Lima, 1982), ou ainda
das Florestas Neotropicais Estacionais Secas (FNES).
As FNES são ecossistemas essencialmente dominados por árvores, com copa
contínua ou quase contínua e na superfície do solo as ervas são os elementos de
menor quantidade, quando comparadas a vegetação de savanas (Monney et al. 1995,
Pennington et al. 2006). Segundo Gentry (1995) e Graham & Dilcher (1995), essas
florestas secas ocorrem onde a precipitação é menor que 1600 mm/ano, com um
período de no mínimo 5-6 meses recebendo menos que 100 mm.
Rodal et al. (2008) demonstraram que, no nordeste do Brasil, as florestas secas
estacionais estão localizadas onde o limite máximo de precipitação é 1000 mm e, no
mínimo, oito meses do ano recebem menos 100 mm. Essas formações podem ser
encontradas atualmente em margens de rios, como as matas secas do rio São
Francisco e em áreas serranas, constituindo florestas de altitude em meio à vegetação
arbustiva circundante, no domínio das caatingas. Nos estados de Pernambuco e
Paraíba, o planalto da Borborema propicia a formação de microclimas com temperaturas mais baixas e maior precipitação que nas áreas adjacentes (Andrade-
Lima, 1982).
Os enclaves florestas em meio a Caatinga são considerados refúgios atuais de
espécies dos ambientes florestais que teriam dominado o centro da região Nordeste
em um período geológico mais úmido que o atual (Andrade-Lima, 1982). A teoria de
refúgios pleistocênicos foi apresentada ainda nas décadas de 1960-1970 (eg. Haffer,
1969; Vanzolini & Williams, 1970; Brown e Ab Sáber, 1979) e estudos com a fauna
mésica desses ambientes corroboraram com esta proposta (e.g. Mares et al. 1985). No
entanto, análises de distribuição de táxons realizadas mais recentemente (eg. Santos et
al. 2007, Roda et al. 2008, Carvalho 2013), bem como filogenias moleculares de
alguns táxons relacionados a essas florestas, estão disponíveis apenas na última
década e, portanto, outros sinais históricos que podem suportar, refutar ou
complementar as histórias clássicas são possíveis de ser averiguados.
Estudos comparativos da composição da avifauna associada aos ambientes
florestais e estudos filogeográficos de espécies que ocorrem nas florestas de altitude
no nordeste podem contribuir para explicar relações entre essas formações florestais.
Visando testar a hipótese de múltiplas origens para as florestas de altitude
utilizaremos três ferramentas: (1) análises da composição de comunidades de aves
dependentes de ambientes florestais que ocorrem em diferentes florestas de altitude
através de métodos cladísticos; (2) Análise do padrão de distribuição de espécies com
ocorrência em florestas de altitude no nordeste setentrional, discutindo seus padrões
de distribuição e histórias filogenéticas de taxa a elas relacionados; (3) e estudo
filogeográfico de uma espécie de ave Passeriforme que ocorre nessas florestas.
Para isso pretende-se nesse projeto: (a) verificar a composição da avifauna de
florestas de altitude no nordeste brasileiro, através de amostragens de campo, visitas a museus e recuperação de dados publicados; (b) comparar a composição da avifauna,
utilizando um misto da Análise de Parcimônia e Endemismo (PAE) e da Análise
Cladística de Distribuição e Endemismo (CADE), e (c) obter filogegrafia de Arremon
taciturnus, espécies de ave Passeriforme associada a tais ambientes florestados.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:tede.biblioteca.ufpb.br:tede/4150
Date21 November 2014
CreatorsMariano, Erich de Freitas
ContributorsAraujo, Helder Farias Pereira de, Barbosa, Maria Regina de Vasconcellos
PublisherUniversidade Federal da Paraí­ba, Programa de Pós Graduação em Ciências Biológicas, UFPB, Brasil, Zoologia
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFPB, instname:Universidade Federal da Paraíba, instacron:UFPB
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
Relation2075167498588264571, 600

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