Return to search

O sujeito adolescente e o cuidado de si: Cenários, significados e sentidos da iniciação sexual e do cuidado com a saúde sexual e reprodutiva

Submitted by Nuzia Santos (nuzia@cpqrr.fiocruz.br) on 2012-08-21T13:11:07Z
No. of bitstreams: 1
Dissertacao_Helena Maria Campos.pdf: 17823285 bytes, checksum: 9f1f36274de46af9de0a41d48c19cc81 (MD5) / Made available in DSpace on 2012-08-21T13:11:07Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Dissertacao_Helena Maria Campos.pdf: 17823285 bytes, checksum: 9f1f36274de46af9de0a41d48c19cc81 (MD5) / A saúde sexual é definida como a habilidade de mulheres e homens para desfrutar e
expressar sua sexualidade, de forma positiva, informada e protegida (BRASIL, 2007).
Entretanto, fatores associados à saúde sexual e reprodutiva de adolescentes vêm sendo
considerados um problema de saúde pública, como a gravidez precoce, altos índices de
DST/AIDS e outros agravos (UNICEF, 2011). O objetivo desta pesquisa foi compreender os significados e sentidos que os sujeitos adolescentes atribuem à iniciação sexual e ao cuidado com a saúde sexual para apreender novos saberes que possam subsidiar a promoção da saúde sexual e reprodutiva. Na primeira etapa desenvolveu-se uma pesquisa documental para situar o cenário da pesquisa. Na segunda etapa realizou-se análise descritiva de dados secundários apresentados na Pesquisa Nacional sobre a Saúde do Escolar (PeNSE, IBGE,2009) para conhecer o cenário da iniciação sexual. Na terceira etapa realizou-se a pesquisa qualitativa aqui entendida como um conjunto de práticas interpretativas que busca investigar os sentidos
que os sujeitos atribuem aos fenômenos e ao conjunto de relações em que eles se inserem (Minayo, 2008). O marco referencial que orientou esse estudo foi o das representações sociais, utilizou-se a observação participante e entrevistas semi-estruturadas como instrumento de coleta de dados e análise de conteúdo (Bardin, 1977) para interpretação das informações. Foram entrevistados 23 adolescentes, do sexo feminino e masculino, de idade entre 14 a 18 anos, alunos de três escolas estaduais de Belo Horizonte. Após essas etapas foi construído um material educativo composto por oficinas em sexualidade com um grupo de adolescentes para promover a saúde sexual e reprodutiva a seus pares. Para os adolescentes entrevistados a adolescência é marcada por mudanças nas formas de pensar e agir com assunção de responsabilidades, a iniciação sexual é vivenciada como processo crescente de aprendizagem e autonomia, as marcas do relacionamento amoroso se apresentam com características opostas entre o “ficar” e o “namorar” nas dimensões do tempo, dos afetos e do compromisso. Esses adolescentes destacam a preferência pelo namoro demarcando a necessidade de ter afeto, sentimento e confiança. Apontam caminhos para a saúde sexual como informações de qualidade; diálogo na família, na escola e com os parceiros; relações
afetivas e amorosas que restaurem a auto-estima, pois amar e ser amado é que dá sentido às suas vivências. Indicam que a educação em sexualidade vem se focalizando mais na prevenção, desvestida de amor e do cuidado, de um responsabilizar-se de via dupla com a vida: a responsabilidade daqueles que estão envolvidos com a educação dos adolescentes, assim como a responsabilidade desses consigo e com os outros. Os dados sinalizam que a educação em sexualidade deve ir muito além de práticas preventivas, abordando o cuidado nas suas múltiplas dimensões, pois o cuidado é mais que uma atitude, é um “modo de ser” no mundo. É uma “Educação para o cuidado” que os adolescentes desejam, uma educação que possibilite o movimento de construir-se “no” e “pelo” ato de viver, através de interações intersubjetivas afetivas e compreensivas, propiciando a criação de projetos de vida que abranjam as dimensões corpóreas e espirituais de nossa existência, dando um sentido ao viver enquanto viver. / Sexual health is the ability of women and men to enjoy and express their sexuality in a
positive, informed and protected way (BRASIL, 2007). However, teenage pregnancy,
increasing rates of STD/Aids and other diseases among teenagers have been considered a public health problem in Brazil (UNICEF, 2011). The objective of this study is to understand the significance and meanings that adolescents attach to sexual initiation and sexual health care opening a path for them to learn new skills that can support the promotion of sexual and reproductive health. This work has three steps: 1) a documental inquiry to situate the research scenario; 2) a descriptive analysis of secondary data presented in the Brazilian Student’s Health National Survey (PeNSE, IBGE, 2009) to establish the adolescent’s sexual initiation scenario; and 3) a qualitative research based on (Minayo, 2008). The framework guiding this study was Social Representations. The methods of participant observation and semistructured interviews (Bardin, 1977) were used as tools for data collection and content analysis to interpret the information. A total of 23 adolescents (14-18) from public State schools were interviewed. An educational material was built comprising workshops on sexuality with the participation of group of teenagers to promote sexual and reproductive health among their peers. Adolescence is marked by changes in ways of thinking and acting with increasing responsibilities according to the interviewed teenagers. Sexual initiation is experienced as a
learning and growing process of autonomy. The relationship marks are present with opposite characteristics between “casual date” and “dating” in the dimensions of time, affections and commitment. These teenagers highlight the preference for dating showing the need for affection, sentiment and confidence. They show a way for a good quality sexual health information; more dialogue inside the family, school and among partners; relationships and love to restore self-esteem – because love and be loved is what gives meaning to their experiences. They indicate that education on sexuality has been focusing more on prevention and without focus in loving and caring. That is also responsible for a double track in life: the responsibility of those involved with the education of adolescents, as well as those teenagers with responsibility towards themselves and others. The data indicate that sexual education should go beyond preventive practices. It should address the multiple dimensions in care, because care is more than an attitude, is a “way of being” in the world. The teens want a “caring education”. They want an education that enables the movement to build up “in” and
“for” the act of living through affective intersubjective interactions and understanding,
enabling the creation of life projects that cover bodily and spiritual dimensions of our
existence, giving a meaning to live while living.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.arca.fiocruz.br:icict/4282
Date January 2012
CreatorsCampos, Helena Maria
ContributorsFonseca, Maria do Carmo, Soares, Sônia Maria, Modena, Celina Maria, Schall, Virgínia Torres
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ, instname:Fundação Oswaldo Cruz, instacron:FIOCRUZ
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0299 seconds