Return to search

Possibilidades e limites das mutações informais da Constituição: o caso da perda do mandato parlamentar na ação penal 470

GONÇALVES, Antônio Armando Freitas. Possibilidades e limites das mutações informais da Constituição: o caso da perda do mandato parlamentar na ação penal 470. 2016. 130 f. Dissertação (Mestrado em Direito) - Faculdade de Direito, Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-Graduação em Direito, Fortaleza, 2016. / Submitted by Vera Martins (vera.lumar@hotmail.com) on 2017-05-22T14:46:47Z
No. of bitstreams: 1
2016_dis_aafgonçalves.pdf: 2987565 bytes, checksum: dd31120cb560e30b81f3146c10cb3d2e (MD5) / Approved for entry into archive by Camila Freitas (camila.morais@ufc.br) on 2017-06-20T11:21:42Z (GMT) No. of bitstreams: 1
2016_dis_aafgonçalves.pdf: 2987565 bytes, checksum: dd31120cb560e30b81f3146c10cb3d2e (MD5) / Made available in DSpace on 2017-06-20T11:21:42Z (GMT). No. of bitstreams: 1
2016_dis_aafgonçalves.pdf: 2987565 bytes, checksum: dd31120cb560e30b81f3146c10cb3d2e (MD5)
Previous issue date: 2016 / Uma Constituição não pode consistir no mero reflexo da realidade política e social. Ela não é
somente a expressão de um ser, mas, também, de um dever ser, que busca imprimir ordem e
conformação à realidade política e social que lhe é subjacente. No entanto, a Constituição não
pode mostrar-se fechada à realidade. Deve funcionar como um sistema aberto, se atualizando
em conformidade com as mudanças a ela externas, sob pena de perder sua força normativa. É
nessa esteira que surge a importância do fenômeno da mutação constitucional, consistente em
um processo de mudança constitucional por meio do qual, em virtude de uma mudança na
realidade social, se altera, através da interpretação ou dos costumes constitucionais, o sentido
de uma norma constitucional sem qualquer mudança do texto expresso da Constituição. A
questão ganha especial relevância, quando se constata uma expansão do poder judicial
(fenômeno que se convencionou chamar de judicialização da política) e a tendência de
intensificação de decisões judiciais que têm por objeto questões eminentemente políticas que
seriam de competência do Poder Legislativo. Nesse sentido, observa-se uma tendência de
intensificação de decisões judiciais de duvidosa compatibilidade com a Constituição,
principalmente aquelas empreendidas pelo Supremo Tribunal Federal, o qual, por vezes,
acaba por, sob o manto da necessidade de uma interpretação corretiva, reescrever a
Constituição. Nesse contexto, a presente dissertação teve como escopo a análise da decisão
proferida pelo Supremo Tribunal Federal nos autos da Ação Penal n° 470 (AP 470), que
determinou a perda imediata dos mandatos parlamentares, afastando o juízo político do
Congresso Nacional, modificando a interpretação do Art. 55, inciso VI e §2º, da Constituição
Federal, com vistas a verificar se se operou uma mutação constitucional do referido
dispositivo ou se ocorreu um simples overruling do entendimento anterior. Desse modo, a
partir de uma análise da compreensão contemporânea da teoria das mutações constitucionais,
alinhada à compreensão atual acerca das Constituições, com destaque para a tese da força
normativa da Constituição de Konrad Hesse, concluiu-se que a decisão proferida pelo STF na
AP 470, apesar de promover uma alteração da jurisprudência anterior, não promoveu uma
mutação constitucional do Art. 55, §2º, da Constituição Federal, visto que exacerbou os
limites semânticos do texto normativo, provocando, ao contrário, uma flagrante
inconstitucionalidade, uma mutação inconstitucional. / Una Constitución debe funcionar como un sistema abierto, siendo actualizada de acuerdo con
los cambios sociales. En caso contrario, no habrá ninguna fuerza normativa. En este sentido
que viene la importancia del fenómeno de la mutación constitucional, que consiste en un proceso
de cambio constitucional a través del cual, en virtud de un cambio en la realidad social,
el sentido de una norma constitucional cambia sin el cambio de su texto expreso. La questión
gana importancia cuando se nota una tendencia de intensificación de las decisiones judiciales
de compatibilidad dudosa con la Constitución, especialmente las llevadas a cabo por el Supremo
Tribunal Federal, que a veces, por de la necesidad de una interpretación correctiva,
termina por reescribir la Constitución , actuando como un verdadero legislador positivo y olvidando
que no tiene representación para hacerlo. En este contexto, el presente estudio fue el
alcance del análisis de la decisión dictada por el Supremo Tribunal Federal en el caso de la
acción penal No. 470 que llevó a la pérdida inmediata de los mandatos parlamentarios, lejos
del juicio político del Congresso Nacional, cambiando la interpretación de Art. 55, VI, 2º, de
la Constituição Federal, con el fin de verificar se ocurrió una mutación constitucional del dispositivo
o un overruling del entendimiento anterior. Así, desde un análisis de la comprensión
contemporánea de la mutación constitucional, de acuerdo con el conocimiento actual de las
Constituciones, en especial la tesis de la fuerza normativa de la Constitución de Konrad Hesse,
se concluyó que la decisión del STF en el AP 470, a pesar de cambiar el entendimiento
anterior, no promovió una mutación constitucional del Art. 55, 2º, de la Constituição Federal.
En verdad, el Supremo Tribunal Federal he exacerbado los límites semánticos del texto legal,
lo que lleva, en cambio, a una inconstitucionalidad flagrante, una mutación inconstitucional.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.repositorio.ufc.br:riufc/23432
Date January 2016
CreatorsGonçalves, Antônio Armando Freitas
ContributorsDiniz, Márcio Augusto de Vasconcelos
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0022 seconds