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Uma escuta Ãtica do cuidado na morte e no morrer: o cotidiano de profissionais em um hospital pediÃtrico.

CoordenaÃÃo de AperfeÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / Decorrente de um processo sÃcio-histÃrico, a morte tornou-se um tabu para a sociedade atual. Hà um fechamento do tema, afastando-o das discussÃes cotidianas e isolando sua vivÃncia. Tal fato ocasiona um cuidado em saÃde pouco humanizado aos pacientes em fim de vida ou sem possibilidade de cura, demarcando a supremacia da tÃcnica nas relaÃÃes de cuidado e um esquecimento do lugar do outro nesses processos. Nesse contexto, o objetivo geral desta pesquisa à compreender quais os princÃpios Ãticos que sustentam as relaÃÃes de cuidado dos profissionais de saÃde junto a crianÃas e adolescentes em vulnerabilidade extrema vivenciando a experiÃncia de morte iminente, e analisÃ-lo à luz da perspectiva da alteridade radical em Emmanuel LÃvinas; e os objetivos especÃficos sÃo conhecer, a partir da visÃo dos profissionais de saÃde, a relaÃÃo estabelecida entre eles e os pacientes; discutir as formas de cuidado destinadas a esses pacientes e identificar as possibilidades de atuaÃÃo nesse contexto. Esta pesquisa à de natureza qualitativa, fundamentada na proposta da desconstruÃÃo, em Jacques Derrida, e utilizou a pesquisa em cotidiano e a entrevista semiestruturada com equipes de saÃde de um hospital pÃblico pediÃtrico no Estado do Cearà para obtenÃÃo do seu corpus. De acordo com os resultados encontrados, os opostos âVivificaÃÃo da Morte e MortificaÃÃo da Vidaâ foram postos em diÃlogo. Tal relaÃÃo refere-se Ãs aÃÃes dos profissionais que produziam vida mesmo em situaÃÃes de terminalidade atravÃs da realizaÃÃo dos sonhos, organizaÃÃo de festas de aniversÃrios, respeito pelo desejo dos pacientes, possibilidade de fechamentos e despedidas antes da morte, alÃm do foco na qualidade de vida e no respeito à autonomia. No entanto, outras aÃÃes produziram processos de mortificaÃÃo da vida, quando a vontade do paciente nÃo era respeitada, a equipe impunha decisÃes de forma arbitrÃria e nÃo dialogada e era dispendido um cuidado exclusivamente tÃcnico e sem vinculaÃÃo afetiva. Acredita-se que a relaÃÃo com o outro que se dà pela via da vulnerabilidade, exposiÃÃo, sensibilidade e passividade mostra-nos possibilidades de caminhos no campo do cuidado que permitem ao eu deslocar-se do seu lugar de soberania para dar lugar ao outro. Apontando-nos, portanto, horizontes de atuaÃÃo que nÃo sejam indiferentes ao sofrimento, que se responsabilizem pelos processos dos sujeitos e tomem providÃncias para nÃo deixar o outro sà em sua dor e na sua morte, respondendo ao outro: EIS-ME AQUI. Como desdobramento da pesquisa, destarte, almeja-se constituir espaÃos para pensar a relaÃÃo entre Ãtica e cuidado e fomentar o desenvolvimento de relaÃÃes de cuidado pautadas na dimensÃo Ãtica do fazer em saÃde, beneficiando pacientes e profissionais.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.teses.ufc.br:12780
Date00 May 2018
CreatorsMARIA JULIANA VIEIRA LIMA
ContributorsJosà CÃlio Freire
PublisherUniversidade Federal do CearÃ, Programa de PÃs-GraduaÃÃo em Psicologia, UFC, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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