Return to search

Eu mesma matei meu filho: do filicídio materno como poética trágica em Eurípides, Goethe e García Lorca / "J'ai moi-même tué mon fils": du filicide maternel comme poétique tragique chez Euripides, Goethe et García Lorca

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / La présente thèse cherche à étudier les poétiques du tragique dans les uvres d'Euripide (Grèce, v. 484 406 av. J.-C.), de Johann Wolfgang von Goethe (Allemagne, 1749 1832) et de Federico García Lorca (Espagne, 1898 1936) et soutient que, chez les trois auteurs, de telles conceptions esthétiques s'établissent surtout sur la représentation poétique du filicide maternel. L'antinomie tragique engendrée, métaphoriquement, dans le meurtre de l'enfant par les mains de celle qui lui a donné la vie est le thème de Médée (431 av. J.-C.), de la Tragédie de Marguerite (1790) et de Yerma (1934), des uvres fondamentales pour comprendre la vision tragique des trois poètes respectivement étudiés. Le conflit entre le sacré et la raison, en montrant l'affirmation tragique du corps et du féminin, est présent dans les trois uvres. Le parallélisme entre les dimensions politique et esthétique est, par conséquent, patent dans les trois drames, alors que chaque auteur, avec leurs propres contexte et signature, élabore une idée esthétique entièrement singulière autour du tragique. Le dialogue entre littérature et philosophie, ou entre intuition et concept, traverse, dans cette thèse, la lecture du tragique dans la métaphore du filicide. Sous une telle perspective, la Médée d'Euripide s'impose dans le centre du débat entre socratiques et sophistes, et aborde des thèmes, comme l'empire des passions sur la raison, qui ont aussi séduit des auteurs comme Platon, Aristote et Nietzsche. La Gretchentragödie, de Goethe, se présente, de sa part, comme une uvre poétique où convergent les discussions esthétiques les plus chaleureuses de la pensée allemande moderne, comme les questions du "sublime" (Kant, Schiller) et de la "volonté" (Schopenhauer). Yerma, de García Lorca, sera aussi une uvre de convergence philosophique, en exprimant la "nueva manera espiritualista" qui marque la dernière phase de la production lorquienne. La perspective tragique de Nietzsche, dans l'affirmation du corps comme "grande raison", ainsi que le dialogue de Lorca avec la pensée de Miguel de Unamuno sur "El sentimiento tragico de la vida", caractérisent une espèce de tragédie à l'envers, qui nie le sacré et affirme le tragique comme synthèse libertaire du "je", du corps et du féminin / A presente tese investiga as poéticas do trágico nas obras teatrais de Eurípides (Grécia, c. 484 406 a.C.), Johann Wolfgang von Goethe (Alemanha, 1749 1832) e Federico García Lorca (Espanha, 1898 1936) e defende que, nos três autores, as concepções estéticas do trágico se constituem principalmente sobre a representação poética do filicídio materno. A antinomia trágica engendrada, metaforicamente, no assassinato da criança pelas mãos daquela que lhe deu a vida é tema de Medeia (431 a.C.), Tragédia de Margarida (1790) e Yerma (1934), obras fundamentais para compreender a visada trágica dos três poetas aqui, em respectivo, estudados. O conflito com o sagrado e com a razão, ao apontar para a afirmação trágica do corpo e do feminino, frequenta as três obras. O paralelismo entre as dimensões política e estética é, por conseguinte, patente nos três dramas, ao mesmo tempo em que cada um dos autores, com contexto e assinatura próprios, configura uma ideia estética acerca do trágico inteiramente singular. O diálogo entre literatura e filosofia, ou entre intuição e conceito, atravessa, nesta tese, a leitura do trágico na metáfora do filicídio. Sob tal perspectiva, a Medeia de Eurípides impõe-se no centro do debate entre socráticos e sofistas, e aborda temas, como o domínio das paixões sobre a razão, que também aliciaram autores como Platão, Aristóteles e Nietzsche. A Gretchentragödie, de Goethe, apresenta-se, por sua vez, como obra poética aonde convergem as mais calorosas discussões estéticas do moderno pensamento alemão, como as questões do sublime (Kant, Schiller) e da vontade (Schopenhauer). Yerma, de García Lorca, será também uma obra de convergência filosófica, expressando a nueva manera espiritualista que marca a última fase da produção lorquiana: a perspectiva trágica de Nietzsche, na afirmação do corpo como grande razão, assim como o diálogo de Lorca com o pensamento de Miguel de Unamuno sobre El sentimiento trágico de la vida, caracteriza uma espécie de tragédia às avessas, que nega o sagrado e afirma o trágico como síntese libertária do eu, do corpo e do feminino

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:2502
Date29 February 2012
CreatorsClaudio de Souza Castro Filho
ContributorsGustavo Bernardo Galvão Krause, Carlinda Fragale Pate Nuñez, Martha Alkmin de Araújo Vieira, Mário Bruno, Rafael Haddock Lobo
PublisherUniversidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Letras, UERJ, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageFrench
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0028 seconds