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Teletrabalho Aspectos facilitadores de implementação

O Teletrabalho provocou um entusiasmo inesperado face à possibilidade que
oferece de melhorar a qualidade de vida do trabalhador (reduzindo o stress e
aumentando a satisfação no trabalho) e por contribuir para maior eficiência
organizacional (reduzindo custos, turnover e absentismo e aumentando a
produtividade).
É nosso objectivo compreender de que forma os trabalhadores percebem a
situação de Teletrabalho, não apenas os teletrabalhadores, mas também aqueles que
permanecem no local físico de trabalho. Esta investigação avalia as percepções
mútuas entre teletrabalhadores/trabalhadores no que se refere à avaliação do projecto
e aos aspectos relacionais e de performance (produtividade e qualidade) bem como
das chefias directas de equipas mistas (teletrabalhadores/trabalhadores).
Foi realizado um estudo de caso exploratório de um projecto piloto de
Teletrabalho na Portugal Telecom - Centro da Picaria. Foram realizadas entrevistas a
teleoperadoras, operadoras e supervisoras.
As teleoperadoras e supervisoras percepcionaram aumentos de produtividade
e qualidade da sua performance em situação de Teletrabalho, referindo a manutenção
das suas relações profissionais. As razões para este aumento de produtividade e
qualidade da performance são, segundo as teleoperadoras, a redução do absentismo e
a supressão das fontes de stress. Na opinião das supervisoras, deve-se ao controlo
mais próximo das teleoperadoras. As percepções dos pares sobre estes aspectos são
menos favoráveis e referem o isolamento das teleoperadoras como o principal
problema do Teletrabalho. A avaliação do projecto de Teletrabalho pelas
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teleoperadoras é claramente positivo. Supervisoras e operadoras concordam com esta
avaliação mas chamam a atenção para o isolamento (pessoal e profissional) das
teleoperadoras.
Este projecto aumentou o controlo das supervisoras sobre as teleoperadoras.
Estas mantiveram reduzidos níveis de autonomia, responsabilidade e um conteúdo
funcional do seu posto de trabalho pobre. Contudo, as percepções das teleoperadoras
são muito positivas e o seu compromisso com a organização aumentou. A introdução
do Teletrabalho não significa mudanças automáticas ao nível do conteúdo funcional
do posto de trabalho, da satisfação no trabalho, eficiência, responsabilidade e
autonomia do trabalhador bem como no processo de tomada de decisão. Este caso
chama a nossa atenção para a importância do contexto social, cultural e estratégico
nos projectos de Teletrabalho e do seu impacto no envolvimento e avaliações dos
trabalhadores.

Identiferoai:union.ndltd.org:up.pt/oai:repositorio-aberto.up.pt:10216/63120
Date January 1998
CreatorsVeloso, Ana Luísa Marques
Source SetsUniversidade do Porto
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeDissertação
Formatapplication/pdf
RightsopenAccess

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