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Voz d\'Angola clamando no deserto: protesto e reivindicação em Luanda (1881-1901) / Voz d\'Angola clamando no deserto: protest and demand in Luanda (1881-1901)Moreno, Helena Wakim 02 April 2014 (has links)
Este estudo tem como objetivo analisar Voz d´Angola clamando no deserto offerecida aos amigos da verdade pelos naturaes (1901), obra coletiva e anônima composta por onze artigos e publicada por filhos do país que viviam em Luanda e no interior próximo. Grupo de fronteira, produto dos encontros entre os Mbundu e os portugueses, os filhos do país atuaram como traficantes de escravos desde o século XVII, de quando datam os primeiro registros de sua presença na colônia. Após a proibição do tráfico, conseguiram colocações em postos intermediários e baixos da administração colonial por serem letrados, mas principalmente porque o governo português carecia de funcionários. A partir da década de 1880, pressionado pelas disputas territoriais na África com outros países europeus, Portugal passou a incentivar a ida de imigrantes portugueses para Angola, tendo como uma das consequências o gradual alijamento dos filhos do país dos cargos no governo. Nesta mesma época, surgiram os primeiros órgãos de imprensa dirigidos por filhos do país em Luanda, cujas páginas traziam protestos contra a sua situação, críticas ao governo e embates com os colonos portugueses. Em meio a este cenário de confronto, é publicada Voz d´Angola clamando no deserto, tida como expressão máxima dessa geração de filhos do país. Amparado em diversas fontes documentais e através da interpretação dos artigos que compõe a obra, este trabalho procura demonstrar como é feita uma dura crítica às situações de opressão a que os africanos eram submetidos devido à presença colonial portuguesa, trazendo avanços quando comparada a outras publicações dos filhos do país, mas também limitações de sua época. / This study´s purpose is to analyze Voz d´Angola clamando no deserto offerecida aos amigos da verdade pelos naturaes (1901), a collective and anonymous work composed of eleven articles published by the filhos do país who lived in Luanda and surrounding countryside. A frontier group, product of the encounter between the Mbundu and the Portuguese, the filhos do país had operated as slave traders since the seventeenth century, when we find the first registers of their presence in the colony. After the slave trafficking prohibition, they were able to find intermediate and low positions in colonial administration due to their literate education, but only because the Portuguese government was short on employees. Since the 1880´s, pressed by territorial disputes with other European countries in Africa, Portugal started to encourage Portuguese people to immigrate to Angola, and as a consequence, the filhos do país were gradually dismissed from positions in the government. By that same time, the first written press organs were established and directed by filhos do país in Luanda, and in their pages they wrote about protests against the situation, criticism toward the government and confrontations with Portuguese settlers. Amid this confrontation scenario the Voz d´Angola clamando no deserto is published, and is recognized as the strongest expression of the filhos do país generation. Supported by various document sources and through interpretation of the work´s articles, this study seeks to demonstrate how they exert harsh criticism to oppressive situations the Africans were submitted due to the Portuguese colonization, bringing up advances when compared to other publications of the filhos do país, but also bringing up the limitations of its time.
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Voz d\'Angola clamando no deserto: protesto e reivindicação em Luanda (1881-1901) / Voz d\'Angola clamando no deserto: protest and demand in Luanda (1881-1901)Helena Wakim Moreno 02 April 2014 (has links)
Este estudo tem como objetivo analisar Voz d´Angola clamando no deserto offerecida aos amigos da verdade pelos naturaes (1901), obra coletiva e anônima composta por onze artigos e publicada por filhos do país que viviam em Luanda e no interior próximo. Grupo de fronteira, produto dos encontros entre os Mbundu e os portugueses, os filhos do país atuaram como traficantes de escravos desde o século XVII, de quando datam os primeiro registros de sua presença na colônia. Após a proibição do tráfico, conseguiram colocações em postos intermediários e baixos da administração colonial por serem letrados, mas principalmente porque o governo português carecia de funcionários. A partir da década de 1880, pressionado pelas disputas territoriais na África com outros países europeus, Portugal passou a incentivar a ida de imigrantes portugueses para Angola, tendo como uma das consequências o gradual alijamento dos filhos do país dos cargos no governo. Nesta mesma época, surgiram os primeiros órgãos de imprensa dirigidos por filhos do país em Luanda, cujas páginas traziam protestos contra a sua situação, críticas ao governo e embates com os colonos portugueses. Em meio a este cenário de confronto, é publicada Voz d´Angola clamando no deserto, tida como expressão máxima dessa geração de filhos do país. Amparado em diversas fontes documentais e através da interpretação dos artigos que compõe a obra, este trabalho procura demonstrar como é feita uma dura crítica às situações de opressão a que os africanos eram submetidos devido à presença colonial portuguesa, trazendo avanços quando comparada a outras publicações dos filhos do país, mas também limitações de sua época. / This study´s purpose is to analyze Voz d´Angola clamando no deserto offerecida aos amigos da verdade pelos naturaes (1901), a collective and anonymous work composed of eleven articles published by the filhos do país who lived in Luanda and surrounding countryside. A frontier group, product of the encounter between the Mbundu and the Portuguese, the filhos do país had operated as slave traders since the seventeenth century, when we find the first registers of their presence in the colony. After the slave trafficking prohibition, they were able to find intermediate and low positions in colonial administration due to their literate education, but only because the Portuguese government was short on employees. Since the 1880´s, pressed by territorial disputes with other European countries in Africa, Portugal started to encourage Portuguese people to immigrate to Angola, and as a consequence, the filhos do país were gradually dismissed from positions in the government. By that same time, the first written press organs were established and directed by filhos do país in Luanda, and in their pages they wrote about protests against the situation, criticism toward the government and confrontations with Portuguese settlers. Amid this confrontation scenario the Voz d´Angola clamando no deserto is published, and is recognized as the strongest expression of the filhos do país generation. Supported by various document sources and through interpretation of the work´s articles, this study seeks to demonstrate how they exert harsh criticism to oppressive situations the Africans were submitted due to the Portuguese colonization, bringing up advances when compared to other publications of the filhos do país, but also bringing up the limitations of its time.
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