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[en] EXPERIMENTING DIFFERENT WAYS OF BEING IN VIRTUAL REALITY: A POSITIVE VIEW OF CONTEMPORARY SUBJECTIVITY / [pt] BRINCANDO DE SER NA REALIDADE VIRTUAL: UMA VISÃO POSITIVA DA SUBJETIVIDADE CONTEMPORÂNEADANIELA ROMAO BARBUTO DIAS 30 May 2007 (has links)
[pt] Desde o fim do século XX, um grande número de publicações
vem
tratando das mudanças políticas, econômicas, tecnológicas
e sociais que
estão ocorrendo no mundo. Todas essas macro-mudanças têm
gerado
também transformações no plano micro (ou subjetivo), o que
não passou
despercebido por vários autores. A maioria destes,
todavia, lança sobre o
sujeito contemporâneo um olhar bastante crítico e
negativo. Discordando
desta postura, neste trabalho procuro refletir sobre as
transformações
subjetivas na atualidade a partir de um olhar positivo.
Para alcançar esse
objetivo, parti de uma pesquisa qualitativa realizada com
16 usuários de
programas interativos da Internet. Nesta pesquisa,
procurei indícios de
transformações subjetivas a partir do uso que eles faziam
desses programas.
Os resultados revelaram que havia muitas semelhanças entre
as
características subjetivas por mim detectadas em meus
entrevistados e
aquelas do sujeito contemporâneo tal como descritas por
Sherry Turkle,
principalmente no que diz respeito à experiência de
multiplicidade que ela
interpretou como a co-existência de múltiplos eus. Um
problema, no entanto,
se configurava para mim. Turkle havia partido de um modelo
patológico - o
transtorno de múltipla personalidade - para caracterizar
esse sujeito. Por isso
mesmo, baseando-me no trabalho de Ian Hacking sobre
múltipla
personalidade, procurei desconstruir a idéia de Turkle de
que é possível
despatologizar um modelo patológico e dele fazer uso para
descrever uma
organização subjetiva sadia. Feito isso, passei à
apresentação de alguns
conceitos de Donald Winnicott, um autor que conseguiu
olhar de modo positivo
para características subjetivas resultantes de um contexto
indubitavelmente
negativo, o da Segunda Guerra Mundial. Inspirando-me em
suas idéias,
procurei mostrar que a Internet pode servir para o sujeito
atual como um
espaço potencial, um espaço para o brincar. Munida de
todas essas reflexões,
retornei à pesquisa e pude mostrar que, dado que nos chats
os usuários
podem ter muitos nicks e ser anônimos, neles eles têm a
chance de brincar e
experimentar ser mais de um sem que isso implique a
existência de múltiplos
eus. Finalmente, argumento que, dessa brincadeira, pode
surgir algo bem mais interessante: uma identidade virtual
estável. / [en] Since the end of the 20th century, a large number of
publications has dealt
with the political, economical and technological changes
that have been going on.
All of theses macro-changes have also generated
transformations on the micro
(or subjective) level, a fact which has been registered by
several authors. Most of
these, however, tend to view the contemporary subject from
a negative and
critical perspective. Disagreeing with the latter
position, in the present work I try
to analyze the contemporary subjective transformations
from a positive viewpoint.
In order to reach this objective, I departed from a
qualitative investigation
conducted with 16 users of interactive programs on the
Internet, looking for
indications of subjective transformations in the use they
made of such programs.
Results revealed many similarities between the subjective
characteristics I was
able to detect in my interviewees and those of the
contemporary subject as
described by Sherry Turkle. This was true mainly in what
concerns the
experience of multiplicity, which she has interpreted as
the co-existence of
multiple selves. Such an interpretation, however, seemed
problematic to me. In
order to describe the contemporary subject, Turkle had
based her reasoning on a
pathological model - that of the multiple personality
disorder. Resorting to Ian
Hacking´s work on multiple personalities, I tried to
deconstruct Turkle´s idea that
it is possible to use a pathological model in a non-
pathological way to describe a
healthy subjective organization. Then, I proceeded with
the presentation of a few
concepts proposed by Donald Winnicott, an author who
managed to see in a
positive light a number of subjective characteristics that
resulted from an
undoubtedly negative context, that of World War II.
Inspired by his ideas, I tried to
show that the Internet may be used by the contemporary
subject as a potential
space, a space for play. Having in mind all these
reflections and discussions, I reexamined
the results of the investigation which acted as a point of
departure. It
was able to show that, because on chats users can have
many nicknames and
be anonymous, on them they have the opportunity to play
and experiment being
more than one. Nevertheless, this does not imply the
existence of multiple
selves. Finally, I argue that, from this kind of play may
emerge something much
more interesting: a stable virtual identity.
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