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[en] UNDERSTANDING RECURSION AND LOOKING FOR SELF-EMBEDDING IN PIRAHÃ: THE CASE OF POSSESSIVE CONSTRUCTIONS / [pt] ENTENDENDO RECURSÃO E BUSCANDO POR AUTO-ENCAIXAMENTO EM PIRAHÃ: O CASO DAS CONSTRUÇÕES POSSESSIVASRAIANE OLIVEIRA SALLES 25 May 2016 (has links)
[pt] Tem-se argumentado que a língua Pirahã, da família Mura, falada na
Amazônia brasileira, é não-recursiva, não apresentando nenhum tipo de auto-encaixamento
sintático (Everett, 2005). O objetivo dessa dissertação é investigar
essa questão. Primeiramente, uma definição formal de recursão é necessária.
Apresentamos, assim, uma análise histórica do termo, considerando sua origem no
campo da matemática e da lógica e sua trajetória dentro da linguística formal
Chomskyniana. A conclusão a que se chega é que dentro da Gramática Gerativa,
recursão deve ser entendida como um conjunto finito de funções que chamam por
si mesmas, podendo tomar seu outup prévio como input (i.e. operação Merge do
Programa Minimalista (Chomsky, 2015)). Esse recurso cognitivo universal é
responsável pela natureza combinatorial da Gramática (Língua Interna), conferindo
a ela a propriedade de infinitude discreta. Assim, a ausência de auto-encaixamento
em uma determinada língua não é evidência contra a universalidade da recursão.
Representações com auto-encaixamento são apenas um dos possíveis resultados
externos do sistema combinatorial recursivo da Gramática interna. O segundo
objetivo dessa dissertação é apresentar novos dados de pesquisa de campo em
estruturas nominais possessivas em Pirahã, demonstrando que auto-encaixamentos
nesse domínio sintático são possíveis e produtivos na língua. A conclusão geral da
nossa pesquisa é que a posição de Everett contra a universalidade da recursão está
tanto teoricamente, quanto empiricamente incorreta. Duas são as principais
contribuições dessa dissertação para a teoria linguística formal: oferecer um melhor
entendimento de computabilidade interna à Gramática, e apresentar novos dados
empíricos sobre a sintaxe de encaixamentos em Pirahã. / [en] It has been claimed that Pirahã, a Brazilian native language spoken in the
Amazon region, is non-recursive, disallowing syntactic self-embedding altogether
(Everett, 2005). This thesis investigates this claim. First, a formal definition of
recursion is necessary, and we examine how this term appeared within mathematics
and logic and how it made its way to formal linguistics. Our conclusion is that
within Generative Grammar, recursion is to be understood as a finite set of functions
that calls for itself, taking its previous output as its input (i.e. the operation Merge).
It is responsible for the combinatorial nature of Grammar, a universal cognitive
capacity, which confers I-language with its core property: discrete infinity. The
unavailability of self-embedding in a given language is not evidence against the
universality of recursion. Self-embedding representations are one, but only one of
the possible external outcomes of the recursive computations within I-language.
The second goal of this thesis is to present new fieldwork data on possessive DPs
in Pirahã, showing that self-embedding in this structural domain is possible and
productive. Putting it all together, our conclusion is that Everett s claim about the
universality of recursion is both theoretically and empirically incorrect. The
contribution of this thesis to the field of formal linguistics is twofold: it offers a
better understanding of computability within I-language, and a new empirical-based
assessment of syntactic embedding in Pirahã.
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