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[pt] O INACESSÍVEL À FALA: ASPECTOS CLÍNICOS E ETOLÓGICOS DA COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL EM PSICANÁLISE / [en] THE INACCESSIBLE TO SPEECH: CLINICAL AND ETHOLOGICAL ASPECTS OF NON-VERBAL COMMUNICATION IN PSYCHOANALYSIS

JULIA BRAGA DO PATROCINIO FERNANDES 09 June 2021 (has links)
[pt] O presente trabalho tem como objetivo investigar os modos não verbais de comunicação presentes na dinâmica clínica, pelas perspectivas da psicanálise relacional e da etologia. Inicialmente apresentaremos possíveis interlocuções entre a psicanálise e a etologia, através de conceitos que se mostram intercambiáveis e frutíferos para ambas as ciências. Em seguida, resgataremos o viés biológico trazido por Freud em suas primeiras construções teóricas a partir das investigações sobre a neurose. Elas desembocam nos dilemas trazidos pelo conceito de pulsão e no papel da representação na metapsicologia freudiana. Em um terceiro momento, nos aprofundaremos sobre a psicanálise relacional e a teoria do apego, de onde extraímos importantes considerações sobre os aspectos primitivos da constituição psíquica e da comunicação não verbal. A dimensão sensorial da experiência e os processos intersubjetivos serão abordados como fatores essenciais no desenvolvimento do indivíduo. Por fim, dedicaremos especial atenção ao manejo da esfera não verbal no contexto clínico. Através de uma leitura eto-psicanalítica dos sofrimentos emocionais primitivos, destacaremos os fenômenos sensoriais que se apresentam em determinados quadros psicopatológicos. Discutiremos as adaptações filogenéticas adquiridas ao longo do processo evolutivo, que trazem um novo olhar sobre os processos de comunicação mediados pelo corpo e auxiliam o analista na compreensão das marcas sensoriais deixadas pelo trauma precoce. Defenderemos a hipótese de que há em todo sujeito um núcleo inacessível à fala, que aparece como material clínico principalmente na análise de pacientes graves, onde o comprometimento psíquico encontra-se em níveis mais profundos da personalidade. / [en] This paper aims to investigate non-verbal communication displayed in clinical settings from the perspectives of relational psychoanalysis and ethology. After revisiting Freud’s biological perspective on neurosis from his first theoretical constructions, we will initially set a dialogue between psychoanalysis and ethology through concepts that prove to be interchangeable and fruitful to both sciences. This discussion brings us to the dilemmas inherent to the concept of drive and the role of representation in Freudian metapsychology. Hereafter we will go deeper into relational psychoanalysis and attachment theory from which we derive important considerations about primitive aspects of the psychic constitution and non-verbal communication. The sensory dimension of the experience and the intersubjective processes will be addressed as essential factors in the individual s development. Finally, we will offer special attention to the management of nonverbal communication in clinical settings. We will then highlight through an eto-psychoanalytic approach of primitive emotional suffering the sensory phenomena displayed in certain psychopathological situations. We will discuss the phylogenetic adaptations acquired throughout the evolutionary process and how they introduce a new understanding to communication processes mediated by the body that may assist the analyst in understanding the sensory marks left by early trauma. We will defend the hypothesis that in every subject there is a nucleus inaccessible through speech which manifests itself clinically and how this nucleus is especially present in the analysis of critically ill patients whose psychic impairment is found at deeper levels of the personality.
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[en] INTERSUBJECTIVITY IN THE EARLY MOTHER-BABY RELATIONSHIP / [pt] A INTERSUBJETIVIDADE NOS PRIMÓRDIOS DA RELAÇÃO MÃE-BEBÊ

MARIANA GOMEZ 06 February 2017 (has links)
[pt] Este trabalho se propõe a desenvolver uma reflexão sobre o processo de intersubjetividade que se inicia desde os primórdios da relação mãe-bebê. Nosso enfoque visa o estudo da questão da interação entre o eu e o outro em um momento em que o outro se encontra em uma posição fronteiriça, na qual, ao mesmo tempo em que é espelho, semelhante, ainda se mantém outro. Utilizando como base principal a teoria psicanalítica de Winnicott, abordamos o processo de subjetivação ressaltando sua dimensão intersubjetiva criada mutuamente pelo par mãe-bebê. Dessa forma, tanto a constituição psíquica do bebê quanto o tornar-se mãe de um bebê específico, são considerados processos construídos a partir do diálogo não verbal, que se estabelece entre a mãe e o recém-nascido na experiência paradoxal de estar-em-um e estar separado. / [en] This work proposes to develop a reflection about the process of intersubjectivity that begins during the initial relationship between a mother and her baby. Our approach seeks to study the interaction between the Self and the Other at a moment in which the Other finds itself in a conflicting position, in which at the same time it mirrors and is similar while still remains the Other. Using as a principal base the psychoanalytical theory of Winnicott, we approach the process of subjectivation highlighting its intersubjective dimension mutually created by the mother-child pair. In this manner, the psychological development of the baby as well as the becoming a mother of a specific baby are considered processes built through a non-verbal dialogue which is established between the mother and the newborn in the paradoxical experience of being one and being separate.

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