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[pt] A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NOS DISCURSOS DAS EDTECHS NO BRASIL / [en] ARTIFICIAL INTELLIGENCE IN THE DISCOURSES OF EDTECHSGISELLE DE MORAIS LIMA 08 April 2024 (has links)
[pt] Este trabalho procura olhar para as tecnologias educacionais – especialmente
aquelas com Inteligência Artificial (IA), a grande promessa da atualidade – a partir
de questionamentos críticos, evitando a ideia de neutralidade que comumente é
atribuída a elas, inclusive na literatura acadêmica. O objetivo geral é analisar
discursos sobre IA promovidos por empresas de tecnologia educacional (edtechs)
que oferecem tecnologias voltadas para o ensino-aprendizagem. Os específicos são:
1) examinar como a IA é concebida nos discursos das edtechs; 2) investigar os
papéis atribuídos às tecnologias nos processos de ensino e aprendizagem e 3)
caracterizar as concepções de educação veiculadas nesses discursos. A Análise de
Discurso Crítica foi o referencial teórico-metodológico que orientou as análises,
partindo das categorias dos pressupostos, escolhas lexicais e modalidade. O corpus
é composto de textos retirados dos sites e de dezessete postagens do Instagram de
três empresas selecionadas: a Letrus, a Educacross e a Jovens Gênios. Nos discursos
analisados, a IA é concebida como solução para diversos problemas educacionais e
posicionada ora como sujeito, ora como ferramenta para a aprendizagem. A IA
aparece com o papel de personalizar a educação, tornando a aprendizagem mais
significativa e a educação mais objetiva e eficiente, baseada em dados, democrática
e inovadora, além de capaz de suprir deficiências do trabalho docente. As empresas
difundem uma concepção de educação baseada em desempenho, organizada por
competências e habilidades, individualista, marginalizando a relação entre
educador e estudante. Os discursos expressam um ideal de educação que valoriza a
qualificação individual em detrimento das dimensões de socialização e
subjetivação, portanto distante de ideais de formação ampla e transformação social. / [en] This work seeks to address educational technologies through critical questions, avoiding the idea of neutrality that is commonly attributed to them, including in academic literature. The general objective is to analyze discourses on artificial intelligence (AI) promoted by educational technology companies (edtechs) that offer technologies aimed at teaching-learning. The specific objectives are: 1) to examine how AI is conceived in edtech discourses; 2) to investigate the roles assigned by edtechs to technologies in teaching and learning processes; and 3) to characterize the conceptions of education conveyed by these discourses. Critical Discourse Analysis was the theoretical-methodological framework that guided the analyses, starting from the categories of assumptions, lexical choices and modality. The corpus is composed of texts taken from websites and seventeen Instagram posts from three selected companies: Letrus, Educacross and Jovens Gênios. In the material analyzed, AI is conceived as a solution to various educational problems and positioned either as a subject or as a tool for learning. AI appears with the role of personalizing education, making learning more meaningful and education more objective and efficient, based on data, democratic and innovative, in addition to being able to overcome deficiencies in teaching. Companies disseminate a conception of education based on performance, organized by skills and abilities, markedly individualistic, marginalizing the relationship between educator and student. The discourses express an ideal of education that values individual qualification to the detriment of the dimensions of socialization and subjectivation, therefore far from ideals of broad training and social transformation.
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