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[pt] BAIXO LETRAMENTO E NOVAS MÍDIAS DIGITAIS: A EXPERIÊNCIA DE INDIVÍDUOS COM BAIXO LETRAMENTO EM REDES SOCIAIS E COMUNICADORES INSTANTÂNEOS / [en] LOW LITERACY AND NEW DIGITAL MEDIA: THE EXPERIENCE OF LOW-LITERACY INDIVIDUALS IN SOCIAL MEDIA AND INSTANT MESSENGERSLORENNA SILVA EUNAPIO DA CONCEIÇÃO 12 August 2016 (has links)
[pt] Dados do Ibope e do Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf) de 2012
revelam que, no Brasil, existem aproximadamente 14 milhões de analfabetos
absolutos e um pouco mais de 35 milhões de analfabetos funcionais. Segundo
estatísticas, o Brasil é o terceiro país do mundo em tempo gasto na internet,
sendo mais da metade em mídias sociais. Nesse contexto, as atividades diárias se
direcionam a comunicações baseadas em texto, e a falta de capacidade de leitura e
escrita torna-se obstáculo ainda mais significativo para os adultos que apresentam
nenhum ou baixos níveis de letramento. Dessa forma, esta pesquisa procurou
responder à seguinte indagação: como se configura a experiência de uso e
consumo das redes sociais e comunicadores instantâneos por indivíduos com
baixo letramento? Para tal, realizou-se um estudo qualitativo exploratório,
baseado em entrevistas pessoais com 22 adultos com Ensino Fundamental
incompleto. Por meio dos resultados obtidos, foi possível perceber a
estigmatização sofrida por esses indivíduos devido às suas limitações, assim como
as estratégias de combate adotadas por eles, como a preferência por postagem de
fotos e mensagens de voz. Pode-se sugerir que as novas formas de comunicação
instantânea promovem uma certa liberdade para se cometer erros de gramática ou
de pontuação que, muitas vezes, são atribuídos ao corretor automático dos
dispositivos móveis. Outra evidência do baixo letramento é a preguiça de ler e
escrever nas redes e nos comunicadores; o que os usuários chamam de textos
grandes são, na verdade, considerados curtos segundo estudiosos de
analfabetismo funcional no Brasil. / [en] Data from IBOPE and INAF 2012 reveals that, in Brazil, there are
approximately 14 million full illiterate adults and a little more than 35 million
functional illiterate individuals. According to statistics, Brazil is the third country
in the world where users spend the most time online, which more than half of this
time is spent on social media. Within this framework, as more daily functions
move toward text-based electronic communication, reading literacy becomes even
more important for adults who are illiterate or for those with low-literacy levels.
Therefore, this research sought out to answer the following question: What kind of
experience low-literacy individuals have with the social media and instant
messengers usage and consumption? To this end, a qualitative exploratory study
was created based on individual interviews with 22 adults with incomplete
elementary education. Among the results, it was possible to notice the
stigmatization suffered by these individuals due to their reading limitations as
well as to some of their strategies to overcome the issue, such as sending audio
instead of written messages or posting photos instead of texts on social media. It
can be suggested that the new forms of instant communication promote freedom
to make mistakes in grammar or punctuation that are often attributed to auto
correctors of mobile devices. Another evidence of low-literacy is the laziness to
read and write on social media and communicators - what users believe to be big
reading are actually considered short reading according to specialists on
Functional Illiteracy in Brazil.
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