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[pt] COMPREENDENDO A DISCRIÇÃO CONTÁBIL: A NOVA CONFIGURAÇÃO ENTRE PAÍSES PÓS-IFRS / [en] UNDERSTANDING ACCOUNTING DISCRETION: THE NEW CROSS-COUNTRY CONFIGURATION POST-IFRSMARCIO MARVILA PIMENTA 25 April 2022 (has links)
[pt] A dissertação é composta por três artigos independentes, uma introdução
unificada, um referencial teórico (junto com nossa revisão sistemática) e uma
discussão geral. No primeiro artigo, revisamos a crescente literatura sobre
discricionariedade contábil. Com base na literatura anterior, definimos a
discricionariedade contábil como a latitude permitida pelas regras contábeis para
que os contadores exerçam seus julgamentos por meio de um conjunto de escolhas
e estimativas contábeis, que influenciam diretamente o resultado contábil de uma
empresa. Aplicando uma metodologia de mapeamento sistemático na literatura
existente, encontramos evidências de quatro correntes principais de literatura: 1)
discricionariedade gerencial, 2) escolha contábil, 3) gerenciamento de resultados e
4) impairment de goodwill. Cada um desses fluxos indica possíveis oportunidades
para os gerentes exercerem poder discricionário sobre as práticas contábeis,
moldando a qualidade dos relatórios contábeis e, em última análise, moldando como
os mercados financeiros reagem às informações contábeis. A partir de uma amostra
inicial de mais de 1.000 documentos, analisamos e discutimos detalhadamente 69
artigos, dos quais identificamos fatores relacionados às regras contábeis que
potencialmente fornecem ou restringem o oportunismo gerencial, os incentivos
econômicos para que as empresas usem a discrição contábil e os mecanismos que
potencialmente limitam o uso indevido do poder discricionário. As descobertas são
relevantes para profissionais, reguladores, pesquisadores acadêmicos e gerentes
corporativos, pois ajudam a entender a literatura existente sobre o tema e
potencialmente melhorar as práticas contábeis. Por fim, sugiro caminhos
interessantes para pesquisas futuras. O segundo artigo estende essa literatura
construindo um índice de discricionariedade contábil (IAD) para empresas listadas e
explorando, usando um modelo de diferenças em diferenças e amostras pareadas,
como mudanças no fornecimento de discricionariedade contábil afetaram o
gerenciamento de resultados em 43 países durante 2003-2007, quando vários países adotaram as IFRS. Os resultados empíricos mostram que as variações do IAD estão
positivamente associadas ao gerenciamento de resultados por accruals e
negativamente relacionadas às estratégias de gerenciamento de resultados reais. O
terceiro artigo teve como objetivo construir um índice de discrição contábil em nível
de país (ADI) contemporâneo que mede o nível de discricionariedade contábil que
as regras contábeis permitem para empresas privadas em 35 países. Embora os
regulamentos e regras contábeis forneçam um fator essencial no comportamento
gerencial na preparação de relatórios financeiros, a literatura regulatória sobre
relatórios contábeis negligenciou amplamente a análise da discricionariedade
contábil no nível da regra (nível GAAP). Assim, a contribuição para a literatura
contábil foi construir a ADI para investigar diferenças sistemáticas na
discricionariedade contábil entre os países. Validamos o índice internamente (ou
seja, usando alfa de Cronbach, Lambda 4 de Guttman e análise fatorial) e
externamente (com análises em nível de país e empresa) e demonstramos que ele tem
variabilidade significativa entre países. Por fim, contribuímos para a literatura
fornecendo uma medida objetiva de discricionariedade contábil em diferentes países.
Argumentamos que entender a variabilidade no nível de país na discricionariedade
contábil é crucial para entender a discricionariedade gerencial geral no nível da
empresa. / [en] This dissertation consists of three independent articles, a unified
introduction, a theoretical framework (in the same chapter of the first article), and
a general discussion. In the first article, we review the growing literature on
accounting discretion. Drawing from previous literature, we define accounting
discretion as the latitude allowed by accounting rules for accountants to exercise
their judgments through a set of choices and accounting estimates, which directly
influence a company s profits and losses. First, applying a methodology of
systematic mapping on the extant literature, we found evidence of four main
streams of literature: 1) managerial discretion, 2) accounting choice, 3) earnings
management, and 4) goodwill impairment. Each of these streams indicates possible
opportunities for managers to exert discretion over accounting practices, shaping
the quality of accounting reporting and, ultimately, shaping how financial markets
react to accounting information. Drawing from an initial sample of more than 1,000
documents, we analyze and discuss in detail 69 articles, from which we identified
factors related to accounting rules that potentially provide or restrict managerial
opportunism, the economic incentives for firms to use accounting discretion, and
mechanisms that potentially limit the misuse of discretion. The findings are relevant
for practitioners, regulators, academic researchers, and corporate managers as they
help understand the extant literature on the topic and potentially improve
accounting practices. Finally, we suggest exciting avenues for future research. The
second article extends this literature by constructing an index of accounting
discretion (IAD) for listed firms and exploring, using a differences-in-differences
and paired-samples model, how changes in the provision of accounting discretion
affected earnings management in 43 countries during 2003-2007, when several
countries adopted IFRS. The empirical results show that IAD variations are
positively associated with accruals-based earnings management and negatively
related to real earnings management strategies. The third article aims to build a
contemporary country-level accounting discretion index (ADI) that measures the
level of accounting discretion that accounting rules allow for private companies in
35 countries. Although accounting regulations and rules provide an essential factor
in managerial behavior in preparing financial reports, regulatory literature on
accounting reports largely neglected the analysis of accounting discretion at the
regulatory level (GAAP level). So, the contribution to the accounting literature was
to build the ADI to investigate systematic differences in accounting discretion
across countries. We validate the index internally (i.e., using Cronbach s alpha,
Guttman s Lambda 4, and factor analysis) and externally (with country and
company-level analyses) and demonstrate that it has significant cross-country
variability. We contribute to the literature by providing an objective measure of
accounting discretion across different countries. We argue that understanding
country-level variability in accounting discretion is crucial to understanding overall
managerial discretion at the firm level.
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