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[en] RIO DE JANEIRO IN THE BELLE ÉPOQUE: A STUDY ABOUT THE RIO DE JANEIRO S ETHOS / [pt] RIO DE JANEIRO NA BELLE ÉPOQUE: UM ESTUDO SOBRE O MODERNO ÉTHOS CARIOCAFELIPE DOURADO CAURIO 05 April 2022 (has links)
[pt] Desde fins do século XIX, por uma série de circunstâncias conexas à
história nacional, como a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República,
verifica-se na cidade do Rio de Janeiro uma crescente modernização quer seja de
ordem físico/urbanística, quer seja sócio/cultural. Esse processo, embora fosse
perceptível, era também moroso, mas sofre, no entanto, abrupta aceleração no
início do século XX com as reformas urbanas popularmente apelidadas de BotaAbaixo (1903 – 1906), implicando na transformação material do Centro da cidade
e na catalisação da maturação social que já estava em curso. Esse momento
agitado que inaugura a breve e tropical Belle Époque do Rio de Janeiro infunde
profunda perturbação na sensibilidade da sociedade carioca levando-a a uma série
de rearranjos internos que tanto galvanizaram na percepção do senso comum a
sensação de que a história da cidade se divide em duas, quanto estabeleceram os
marcos estéticos e comportamentais que passaram a definir o jeito de ser do
carioca tornando este último, por mais variado que seja nas suas múltiplas
apresentações, um tipo. A presente dissertação é o registro de nossos esforços de
pesquisa para o entendimento das continuidades e descontinuidades históricas e
culturais que concorreram, na ambiência físico/social da cidade do Rio de Janeiro,
para a forja da versão moderna de seu éthos, num recorte que compreende as suas
origens no século XIX e, sobretudo, os efeitos subjetivos e culturais que afetaram
a população carioca, desde a reforma urbana até o início dos anos de 1920.
Década em que o Rio perde a hegemonia sobre a concepção de modernidade que
virtualmente dominaria o Brasil, com a entrada de São Paulo como outro agente
da modernidade em âmbito nacional em 1922. Como discussão de fundo,
contemplamos também as eventuais influências que, subliminarmente, a
mentalidade urbanística do século XVII e o éthos barroco possam ter exercido em
alguns níveis tanto na concepção do espaço físico carioca, como na constituição
do espírito dos seus cidadãos. / [en] Since the end of the 19th century, due to a series of circumstances related to
national history, such as the Abolition of Slavery and the Proclamation of the
Republic, there has been a growing modernization in the city of Rio de Janeiro,
whether physical/urban or social /cultural. That process, although noticeable, was
also time-consuming, but suffered, however, an abrupt acceleration in the
beginning of the 20th century with the urban remodeling popularly called BotaAbaixo (roughthoully wreck those buildings) between the years 1903 and 1906,
leading to the material transformation of downtown and the catalysis of the social
maturation that was already underway. This eventful moment that inaugurates the
brief and tropical Belle Époque of Rio de Janeiro instills a profound disturbance
in the sensibility of Rio de Janeiro society, leading it to a series of internal
rearrangements that galvanized in the perception of common sense the feeling that
the city s history is divided in two. Also, it established the aesthetic and
behavioral criteria that came to define what a carioca is, making such character,
no matter how varied it is in its multiple presentations, as a specific type of
citizen.
This dissertation is the record of our research efforts to understand the
historical and cultural continuities and discontinuities that contributed, in the
physical/social environment of the city of Rio de Janeiro, to forge the modern
version of its ethos. Above all, in what we may call a snip of time comprising its
origins in the 19th to the beginning of the 1920s, our study aims the subjective and
cultural effects that affected the population of Rio de Janeiro after the urban
remodeling of the city until 1922, year on which Rio de Janeiro loses its
hegemony, as São Paulo becomes a dominant player in what concerns modernity.
As a background discussion, we also contemplate the possible influences that,
subliminally, the urban planning mentality and the baroque ethos of the 17th
century may have exerted on some levels both in the conception of the physical
space in Rio, as in the constitution of the spirit of its citizens.
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