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[en] MEMORIES ABOUT ETHNIC-RACIAL SOCIALIZATION OF BLACK FAMILIES / [pt] MEMÓRIAS SOBRE SOCIALIZAÇÃO ÉTNICO-RACIAL DE FAMÍLIAS NEGRASCLAUDINA DAMASCENA OZORIO 09 May 2024 (has links)
[pt] O presente estudo teve como objetivo geral investigar sobre trajetórias de
socialização e socialização étnico-racial em famílias negras brasileiras, abrangendo
interações dos filhos e filhas no ambiente familiar e no espaço escolar, desde a
infância até o fim da adolescência. Para tanto, o trabalho foi dividido em três
grandes eixos temáticos: O Eixo 1 apresentou as famílias negras em contexto sócio
histórico brasileiro, narrando a história e a trajetória de cada família entrevistada.
O Eixo 2 discorreu sobre trajetórias de socialização e socialização étnico-racial no
ambiente familiar e escolar, com foco na infância e na adolescência dos filhos/as
participantes. O Eixo 3 abordou os projetos educativos das famílias para a prole,
buscando compreender como os filhos/as vivenciaram na prática os projetos
educativos elaborados pelos seus cuidadores. Foram realizadas entrevistas
semiestruturadas com 10 famílias, composta por 10 díades (10 mães e 6 filhas e 4
filhos), mais 1 mãe que deu o seu relato, porém o filho não pode participar,
totalizando 11 mães participantes. Para a obtenção dos resultados foi feita a análise
de conteúdo (Bardin, 2016) e pelo software IRaMuTeQ. Nos resultados encontrou-se que o investimento parental de cuidado extra maternal foi necessário na trajetória
de socialização da prole, com ajuda fundamental da rede de apoio, especialmente
das avós, irmãs, tias e vizinhas. No geral, os ambientes de cuidado das famílias
entrevistadas envolveram múltiplos cuidadores, com diversas pessoas funcionando
como parceiros de interação. Porém, a figura materna continuou sendo a referência
principal de cuidado com a prole, sendo a figura paterna fonte de apoio secundário,
mas quase sempre ausente ou indisponível. As histórias compartilhadas destacaram
a importância atribuída à escolha da escola que está diretamente relacionada com
as vivências na escola, mas tais vivências fogem do controle dos projetos educativos
das mães, como racismo, discriminação, bullying e preconceito. Acredita-se que
essa pesquisa contribui significativamente para a literatura sobre famílias negras,
trajetórias de socialização e socialização étnico-racial, porém, o estudo tem
limitações, como a multiplicidade temática, e necessita ser ampliado e aprofundado.
Entretanto, oferece valiosas contribuições para as áreas de psicologia clínica, social
e do desenvolvimento, promovendo reflexões sobre as complexidades em torno das
famílias negras e da socialização étnico-racial nesse núcleo. Sugere-se, ainda, que
seu material possa ser utilizado como referência na construção de ferramentas
teórico-práticas de intervenção clínica e social. / [en] The overall objective of this study was to investigate the socialization trajectories and ethnic-racial socialization in Brazilian Black families, encompassing children s interactions in the familial and school environments from early childhood to the end of adolescence. To this end, the work was structured around three main thematic axes: Axis 1 delves into Black families in the Brazilian socio-historical context, narrating the history and trajectory of each interviewed family. Axis 2 discusses socialization trajectories and ethnic-racial socialization within both the family and school environments, focusing on the childhood and adolescence of the participating children. Axis 3 approaches the families educational projects for their offspring, seeking to understand how the children experienced the educational projects drawn up by their caregivers in practice. Semi-structured interviews were conducted with 10 families, consisting of 10 mother-child dyads (10 mothers and 6 daughters and 4 sons), in addition to 1 mother who gave her account despite her son s inability to participate, totaling 11 participating mothers. The results were obtained using content analysis (Bardin, 2016) and the IRaMuTeQ software. The findings underscored the necessity of parental investment in extra-maternal care within the offspring s socialization trajectory, with fundamental support from the support network, particularly grandmothers, sisters, aunts, and neighbors. In general, the caregiving environments of the interviewed families involved multiple caregivers, with various individuals acting as interaction partners. However, the maternal figure remained the primary caregiver, whereas the paternal figure was the secondary one, although almost always absent or inaccessible. The narratives emphasized the importance of school selection, which is directly linked to the experiences at school – albeit such experiences are beyond the control of the mothers educational projects –, such as racism, discrimination, bullying, and prejudice. Despite limitations, such as the multiplicity of themes approached and the need for further expansion and depth, this research contributes significantly to the literature on Black families, socialization trajectories, and ethnic-racial socialization of Black children. Nonetheless, it also provides valuable contributions to the fields of clinical, social, and developmental psychology, promoting reflections on the intricate dynamics within Black families and the ethnic-racial socialization among this group. Furthermore, it is also suggested that this research can be used as a reference for the construction and development of theoretical and practical tools for both clinical and social intervention.
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