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[pt] SEMEANDO O COMUM NA METRÓPOLE CONTEMPORÂNEA: AS HORTAS URBANAS COMUNITÁRIAS NO RIO DE JANEIRO (RJ) / [en] SOWING THE COMMON IN THE CONTEMPORARY METROPOLIS: THE COMMUNITY URBAN GARDENS IN RIO DE JANEIRO (RJ)MATEUS VIRIATO DE M SINISCALCHI 28 September 2020 (has links)
[pt] Este trabalho de dissertação tem como objeto de pesquisa a construção de meios de reapropriação e gestão coletiva do espaço público através dos projetos de hortas urbanas comunitárias da cidade do Rio de Janeiro. Nesse sentido, os objetivos centrais deste estudo são identificar as tensões inerentes ao movimento de reapropriação do espaço público carioca por meio das hortas urbanas. Bem como, analisar os desafios e possibilidades da gestão coletiva deste espaço a partir das táticas, técnicas e planos de ação elaboradas pelos arranjos comunitários que participam das hortas. Referimo-nos às singulares maneiras de fazer e pensar a cidade que se desenrolam nestas inciativas e que, de modo criativo e multitudinário, semeiam o comum como um importante horizonte político na luta por uma produção do espaço mais justa, cooperativa e fraterna. Os propósitos desta investigação, por sua vez, nos remetem a uma problemática que está em curso no momento presente da vida cotidiana da metrópole e que se constrói com base nas relações desiguais de dominação e apropriação espacial que se estabelecem entre os diferentes grupos sociais. Diante da racionalidade estratégica e mercadológica do ordenamento territorial hegemônico, o processo de segregação social pautado na propriedade privada do solo se consolidou como uma tendência geral no território carioca. E o espaço público, inserido nesta lógica privatista de controle territorial, está em progressiva metamorfose, incorporando elementos que limitam suas condições de acessibilidade e alteridade. Entretanto, enquanto muitas das transformações contemporâneas da cidade se realizam em sintonia com a ordem dominante, outras nos apontam indícios de rupturas significativas do status quo. São mudanças protagonizadas por uma multidão de citadinos que questionam os imperativos do Estado neoliberal ao reivindicar o direito de usar, ocupar e governar a urbe de modo autônomo. Sob esta perspectiva, nos últimos anos multiplicaram-se os ensaios de gestão coletiva do espaço público carioca através das hortas urbanas comunitárias. Tais iniciativas revelam muitas aberturas existentes para o exercício da vida em comum, vida que se cultiva junto com o Outro. De um jeito peculiar, estes projetos comunitários de hortas urbanas resistem em solo carioca e nos sinalizam múltiplos canteiros de alternativas e possibilidades para a emancipação da sociedade. / [en] This dissertation work has as object of research the construction of means of reappropriation and collective management of public space through the projects of community urban gardening in the city of Rio de Janeiro. In this sense, the central objectives of this study are to identify the tensions in the movement of reappropriation of public space through urban gardens. As well as, to analyze the challenges and possibilities of the collective management of this space from the tactics, techniques and plans of action elaborated by the community arrangements that participate in the gardens. We refer to the singular forms of making and thinking the city that exist in these initiatives and that, in a creative and multitudinous way, sow the common as an important political horizon in the struggle for a more democratic, cooperative and fraternal production of space. The purposes of this investigation, in turn, lead us to a problem that is ongoing in the present moment of the metropolis everyday life and that is built based on the unequal relations of spatial domination and appropriation that are established between different social groups. In times of space metropolization, the reorientation of State policies based on the economic determinations of the real estate-financial market culminated in the elaboration of new government guidelines in Rio de Janeiro, now expressed under an order that homogenizes, fragments and hierarchizes the uses and representations of the city. In view of the strategic and market rationality of these hegemonic actors, the process of social segregation based on private land ownership has consolidated itself as a general trend in the territory. And the public space, inserted in this privatist logic of territorial control, is in a progressive metamorphosis: incorporating elements that limit its conditions of accessibility and alterity. However, while many of the city s contemporary transformations take place in tune with the dominant order, others point to signs of significant disruptions to the status quo. From this perspective, in recent years, the collective management initiatives of the public space in Rio de Janeiro have multiplied through community urban farming. In a peculiar way, such initiatives reveal many existing openings for the exercise of life in common, a life that is cultivated together with the Other.
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