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[pt] AS ORIGENS HISTÓRICAS DO DESENVOLVIMENTO: FERROVIAS, ELITES AGRÁRIAS, E CRESCIMENTO ECONÔMICO NO BRASIL / [en] THE HISTORICAL ORIGINS OF DEVELOPMENT: RAILWAYS, AGRARIAN ELITES, AND ECONOMIC GROWTH IN BRAZILPEDRO AMERICO DE ALMEIDA FERREIRA 13 December 2021 (has links)
[pt] Esta tese explora o impacto da infraestrutura de transporte sobre desenvolvimento
econômico e os efeitos do poder político das elites agrárias no
investimento em educação. O primeiro capítulo documenta o impacto da rede
ferroviária brasileira na transformação estrutural da economia entre o final do
século XIX e meados do século XX. Exploramos a variação induzida pela localização
geográfica, onde municípios próximos às rotas de menor custo estavam
mais propensos a serem conectados ao sistema ferroviário, para identificar
os efeitos causais das ferrovias sobre transformação estrutural. Mostramos
que a expansão da infraestrutura de transporte realoca os trabalhadores da
agricultura para a manufatura. Fornecemos evidências de que a integração do
mercado e a adoção de novas tecnologias pelas empresas manufatureiras são
dois mecanismos importantes que explicam a mudança na estrutura ocupacional
da economia. O segundo capítulo explora a persistência do impacto da
rede ferroviária brasileira no desenvolvimento econômico de longo prazo entre
1950 e 2010. Exploramos a variação induzida pela localização geográfica, onde
municípios próximos às rotas de menor custo tinham maior probabilidade de
estarem conectados ao sistema ferroviário, para identificar os efeitos causais
das ferrovias na atividade econômica. Mostramos que, apesar do declínio da
rede ferroviária pós-1950, o efeito sobre desenvolvimento econômico persistiu
ao longo do tempo. Nossos resultados sugerem que aglomeração e urbanização
foram os principais impulsionadores da persistência da atividade econômica.
No terceiro capítulo, estudamos a relação entre o poder político das elites agrárias
e a disseminação da educação em massa no início do século XX no Brasil.
Utilizamos um novo conjunto de dados sobre a estrutura ocupacional das elites
votantes em 1905 e censos históricos para testar se locais onde mais eleitores
pertenciam à elite agrícola investiam menos em educação. Constatamos que
os municípios com maior participação de eleitores na agricultura têm uma
menor taxa de alfabetização em 1920 e esses efeitos persistem até a década
de 1970. A longo prazo, os municípios com maior participação de eleitores
na agricultura têm menos anos de escolaridade e menor renda per capita.
Apresentamos evidências de que o fornecimento de insumos educacionais é o
principal mecanismo que explica a persistência a longo prazo. / [en] This dissertation explores the impact of transportation infrastructure
on economic development and the effects of agrarian elites political power
on investments in education. The first chapter documents the impact of
the Brazilian railway network on structural transformation between the late
nineteenth and middle twentieth century. We exploit variation induced by
geographic location, where municipalities near the least-cost routes were more
likely to be connected to railway system, to identify the causal effects of
railroads on structural transformation. We show that the expansion of the
transportation infrastructure shifts the workers from agriculture to manufacturing.
We provide evidence that market integration and the adoption of new
technologies by manufacturing firms were two important mechanisms that
explain the change in the occupational structure of the economy. The second
chapter explores the persistence of the impact of Brazil s railway network on
long-run economic development between 1950 and 2010. We exploit variation
induced by geographic location, where municipalities near the least-cost routes
were more likely to be connected to railway system, to identify the causal
effects of railroads on economic activity. We show that, despite the decline of
the railway network post-1950s, the effect on economic development persisted.
Our findings suggest that agglomeration and urbanization were key drivers of
economic activity persistence. In the third chapter, we study the relationship
between the political power of agrarian elites and the spread of mass schooling
in the early 20th century in Brazil. We use a novel dataset on the occupational
structure of the voting elites in 1905 and historical censuses to test whether
places, where more voters belonged to the agriculture elite, invested less in
schooling. We find that municipalities with a higher share of agriculture voters
have a lower literacy rate in 1920 and these effects persist until the 1970s. In
the long-run, municipalities that had a higher share of agriculture voters have
fewer years of schooling and lower income per capita. We provide evidence
that the supply of educational inputs is the main mechanism that explains
the long-term persistence.
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