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[en] I AM NOT SURE IT IS BEAUTIFUL, BUT IT IS UNDENIABLY ALIVE: DISGUST AS LIFE FORCE IN THE WRITING OF CLARICE LISPECTOR / [pt] NÃO GARANTO QUE É BONITO, MAS É INCONTESTAVELMENTE VIVO: O NOJO COMO FORÇA DE VIDA NA ESCRITA DE CLARICE LISPECTOR

CLARA LOPES PEREIRA 17 October 2024 (has links)
[pt] Não garanto que é bonito, mas é incontestavelmente vivo reflete sobre o exercício, na escrita literária de Clarice Lispector, do imperativo de perder o medo do feio, anunciado pela protagonista de A paixão segundo G.H. (1964). Propõe-se uma aproximação entre este romance e A via crucis do corpo (1974), com ênfase nos diferentes modos como ambos os escritos mobilizam um mesmo sentimento feio: o nojo. A dissertação investiga como as diferentes maneiras de avivar o nojo empregadas por Clarice Lispector são capazes de conferir a um texto um lugar de prestígio e relegar o outro ao estatuto de obra menor, mobilizando aspectos como a recepção e as circunstâncias que envolvem a publicação dos dois livros, o uso da linguagem e os aspectos sociais neles abordados, e os jogos que se encenam entre texto e leitor. Por fim, a dissertação se volta para aquilo que os dois livros têm em comum – o fio que os conecta, não como obras que se pretendem finais, mas como exercícios de aproximação do que é vivo – e, consequentemente, orgânico, inacabado, imperfeito, feio. / [en] I am not sure it is beautiful, but it is undeniably alive reflects on the exercise, in Clarice Lispector s literary writing, of the imperative of overcoming the fear of the ugly, as announced by the protagonist of The passion according to G.H. (1964). It proposes an approach between this novel and The via crucis of the body (1974), emphasizing the different ways in which both writings mobilize the same ugly feeling: disgust. The dissertation investigates how the different ways of arousing disgust employed by Clarice Lispector are capable of conferring a place of prestige to one text and relegating the other to the status of a minor work, mobilizing aspects such as reception and the circumstances surrounding the publication of the two books, the use of language and the social aspects addressed in them, and the games enacted between text and reader. Finally, the dissertation turns to what the two books have in common – the thread that connects them, not as works that claim to be final, but as exercises in approaching what is alive – and, consequently, organic, unfinished, imperfect, ugly.

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