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[pt] A ALIANÇA ESCATOLÓGICA NA NOVA JERUSALÉM: INFLUÊNCIA DE JR 31,31-34 EM AP 21,2-4 / [en] THE ESCHATOLOGICAL COVENANT IN THE NEW JERUSALEM: INFLUENCE OF JER 31,31-34 ON REV 21,2-4RANI DOS SANTOS JABER 22 October 2024 (has links)
[pt] A Aliança escatológica na Nova Jerusalém de Ap 21,2-4 pouco tem sido
considerada em sua relação com o célebre texto de Jr 31,31-34 sobre a Nova
Aliança. São muitos os aspectos que os aproximam, bem como aproximam os
próprios livros de Apocalipse e Jeremias, relações ainda não suficientemente
estudadas. Levando-se em conta a hipótese mais aceita de data de composição do
livro do Apocalipse por volta do ano 95 d.C., há, já de início, uma situação histórica
comum a ambos: a destruição de Jerusalém e do Templo, o sofrimento do Povo de
Deus sob um poder opressor, a desolação iminente e inevitável. A respeito do
conteúdo do livro, a esperança de uma restauração futura em termos de uma aliança
definitiva e inabalável, é promessa principal em um e outro. Esta pesquisa detevese sobre as relações existentes entre a subseção de Ap 21,2-4, sobre a aliança
escatológica na nova Jerusalém, e a seção bem delimitada de Jr 31,31-34, que trata
da nova aliança prometida para dias futuros. Ambos os textos apresentam o adjetivo
nova (καινή), a fórmula da aliança bilateral – inclusive como elemento central às
suas estruturas – e uma sequência de orações que marcam o fim de um tempo (não
mais: em Ap 21,4 e em Jr 31,33-34 no TM ou na LXX) e
confirmam a novidade do que está sendo inaugurado. Com isso, ainda que se
reconheça a influência de outros textos bíblicos sobre o texto de Ap 21,2-4, sendo
comum ao autor do Apocalipse várias referências veterotestamentárias na
composição de uma única imagem ou cena, acredita-se que Ap 21,2-4 esteja,
também, fazendo alusão a Jr 31,31-34 no que lhe é próprio de contribuição,
sobretudo sobre o aspecto da aliança. O ideal da Nova Aliança de Jr 31,31-34 só se
cumpre plenamente no capítulo final da história humana, na aliança escatológica de
Ap 21,2-4. Contudo, a aliança escatológica estabelecida na nova Jerusalém, ainda
ultrapassa o que fora prometido em Jr 31,31-34: o relacionamento de Deus com Seu
Povo é aprofundado ainda mais, como também o é a ausência de mediações. Esta
pesquisa apresenta análises exegéticas das passagens bíblicas de Ap 21,2-4 e Jr
31,31-34 a partir do método histórico-crítico, e aplica, conforme Markl, os critérios
de Manfred Pfister para averiguação de possíveis relações intertextuais existentes
entre eles. Alcança-se com isto um aprofundamento maior das perícopes, mais vasto
e detalhado resultado de conexões entre os textos e evidências da relação entre
ambos. Se é certo que, no livro de Jeremias, Babilônia e Jerusalém ocupam interesse
central do profeta, se estão ali apresentadas em contraposição, se já se identificou a
influência das profecias de Jeremias nos capítulos do livro do Apocalipse destinados
ao Juízo da Babilônia, não se pode ignorar que, nos capítulos destinados à salvação
escatológica na nova Jerusalém haja igualmente influência do profeta. / [en] The Eschatological Covenant in the New Jerusalem of Rev 21,2-4 has little been considered in its relationship with the famous text of Jer 31,31-34 about the New Covenant. There are many aspects that bring them together, as well as the books of Revelation and Jeremiah themselves, relationships that have not yet been sufficiently studied. Taking into account the most accepted hypothesis of the dateof composition of the Book of Revelation around the year 95 AD, there is, initially, a historical situation common to both: the destruction of Jerusalem and the Temple, the suffering of the People of God under oppressive power, desolation imminentand inevitable. Regarding the content of the book, the hope of a future restorationin terms of a definitive and unshakable covenant is the main promise in both. This research focused on the relationships between the subsection of Rev 21,2-4, about the eschatological covenant in the new Jerusalem, and the text of Jer 31,31-34,which deals with the new promised covenant for future days. Both texts present theadjective new, the formula of the covenant – even as a central element to their structures – and a sequence of sentences that mark the end of a time (nomore: in Ap 21,4; and in Jer 31,33-34 in the TM or in theLXX) and confirm the newness of what is being inaugurated. Therefore, even if the influence of other biblical texts on the text of Rev 21,2-4 is recognized, as several Old Testament references are common to the composition of the Apocalypse s author, it is believed that Rev 21,2-4 is also making allusion to Jer 31,31-34 in terms of its contribution, especially on the aspect of the covenant. The ideal of the New Covenant of Jer 31,31-34 is only fully fulfilled in the final chapter of human history, in the eschatological covenant of Rev 21,2-4. However, the eschatological covenant established in the new Jerusalem still goes beyond what was promised in Jer 31,31-34: God s relationship with His People is deepened, as is the absence of mediations.This research presents exegetical analyzes of Ap 21,2-4 and Jr 31,31-34 based onthe historical-critical method, and applies according to Markl, Manfred Pfister scriteria for investigating possible intertextual relationships between them. This achieved a deeper understanding of the pericopes, a broader and more detail e dresult of the connections and evidences of the relationship between them. If it is true that, in the book of Jeremiah, Babylon and Jerusalem occupy the prophet scentral interest, if they are presented there in opposition, if the influence of Jeremiah s prophecies has already been identified in the chapters of the book of Revelation destined for the judgment of Babylon, it cannot be ignored that, in thechapters dedicated to eschatological salvation in the new Jerusalem, there is alsothe influence of the prophet.
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