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[pt] O APOCALIPSE NO ANTROPOCENO: UMA LEITURA LIBERTÁRIA PARA TEMPOS DISSONANTES / [en] THE APOCALYPSE IN THE ANTHROPOCENE: A LIBERTARIAN READING FOR DISSONANT TIMESMOEMA MARIA MARQUES DE MIRANDA 15 September 2023 (has links)
[pt] O Antropoceno, signo de um tempo de profundas mutações e colapsos, o nosso tempo do mundo, tem assistido ao ressurgimento do uso abundante da palavra apocalipse. Este termo fundamental da escatologia ocidental, originariamente referido ao Apocalipse de João, último livro da Bíblia cristã, tem sido empregado – mesmo por acadêmicos e cientistas – com o sentido comum de grande e generalizada destruição, ou, se quisermos, fim do mundo. No contexto da civilização ocidental, no entanto, a influência da interpretação canônica do Livro do Apocalipse, consolidada pelos chamados Pais da Igreja na emergência da Era Comum, se constituiu também em um dos pilares de sustentação do regime de verdade, da noção de tempo e do sentido de História, que, justamente no Antropoceno, entram em crise agônica.
Nesta tese, um estudo filosófico que considero preambular, propõe-se uma reflexão a partir de referências não normativas – logo, dissonantes – sobre a mensagem, as disputas e o conturbado processo de recepção do Livro do Apocalipse na cultura ocidental, que ele também contribuiu para definir. Recusando a adesão aos sistemas hermenêuticos que, como parte da escatologia secularizada na Modernidade, foram apropriados em termos políticos pela esquerda como utopia milenarista e, de forma cada vez mais perigosa, pela direita, como justificação para a violência cristã, a tese se propõe a apresentar uma leitura vinculada aos esforços contemporâneos do pensamento crítico, que contribua para convocar uma aliança imanente entre humanos e não humanos, que ajude a frear os fins de tantos mundos ameaçados pelo avanço insustentável das formas capitalistas de predação material e ontológica do planeta. / [en] The Anthropocene, sign of a time of survival and profound collapses, our time of the world, has witnessed the resurgence of the abundant use of the word apocalypse. This fundamental term of Western eschatology, originally referred to the Apocalypse of John, the last book of the Christian Bible, has been used – even by academics and scientists – with the common sense of great and generalized destruction, or, if you like, end of the world. In the context of Western civilization, however, the influence of the canonical interpretation of the Book of Revelation, consolidated by the so-called Fathers of the Church in the emergence of the Common Era, also constituted one of the pillars of support for the regime of truth, the notion of time and of the sense of History, which, precisely in the Anthropocene, are intertwined in an agonizing crisis.
In this thesis, a philosophical study that I consider preambular, a reflection is proposed based on non-normative references – therefore, dissonant – on the message, the disputes and the troubled process of reception of the Book of Revelation in Western culture, which it also contributed to define. Refusing to adhere to the hermeneutical systems that, as part of secularized eschatology in Modernity, were appropriated in political terms by the left as a millenarian utopia and, in an increasingly dangerous way, by the right, as a justification for Christian violence, the thesis proposes to present a reading linked to contemporary efforts of critical thinking that contributes to convening an immanent alliance between humans and non-humans. An alliance that helps to curb the ends of so many worlds threatened by the unsustainable advance of capitalist forms of material and ontological predation of the planet.
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[pt] A ALIANÇA ESCATOLÓGICA NA NOVA JERUSALÉM: INFLUÊNCIA DE JR 31,31-34 EM AP 21,2-4 / [en] THE ESCHATOLOGICAL COVENANT IN THE NEW JERUSALEM: INFLUENCE OF JER 31,31-34 ON REV 21,2-4RANI DOS SANTOS JABER 22 October 2024 (has links)
[pt] A Aliança escatológica na Nova Jerusalém de Ap 21,2-4 pouco tem sido
considerada em sua relação com o célebre texto de Jr 31,31-34 sobre a Nova
Aliança. São muitos os aspectos que os aproximam, bem como aproximam os
próprios livros de Apocalipse e Jeremias, relações ainda não suficientemente
estudadas. Levando-se em conta a hipótese mais aceita de data de composição do
livro do Apocalipse por volta do ano 95 d.C., há, já de início, uma situação histórica
comum a ambos: a destruição de Jerusalém e do Templo, o sofrimento do Povo de
Deus sob um poder opressor, a desolação iminente e inevitável. A respeito do
conteúdo do livro, a esperança de uma restauração futura em termos de uma aliança
definitiva e inabalável, é promessa principal em um e outro. Esta pesquisa detevese sobre as relações existentes entre a subseção de Ap 21,2-4, sobre a aliança
escatológica na nova Jerusalém, e a seção bem delimitada de Jr 31,31-34, que trata
da nova aliança prometida para dias futuros. Ambos os textos apresentam o adjetivo
nova (καινή), a fórmula da aliança bilateral – inclusive como elemento central às
suas estruturas – e uma sequência de orações que marcam o fim de um tempo (não
mais: em Ap 21,4 e em Jr 31,33-34 no TM ou na LXX) e
confirmam a novidade do que está sendo inaugurado. Com isso, ainda que se
reconheça a influência de outros textos bíblicos sobre o texto de Ap 21,2-4, sendo
comum ao autor do Apocalipse várias referências veterotestamentárias na
composição de uma única imagem ou cena, acredita-se que Ap 21,2-4 esteja,
também, fazendo alusão a Jr 31,31-34 no que lhe é próprio de contribuição,
sobretudo sobre o aspecto da aliança. O ideal da Nova Aliança de Jr 31,31-34 só se
cumpre plenamente no capítulo final da história humana, na aliança escatológica de
Ap 21,2-4. Contudo, a aliança escatológica estabelecida na nova Jerusalém, ainda
ultrapassa o que fora prometido em Jr 31,31-34: o relacionamento de Deus com Seu
Povo é aprofundado ainda mais, como também o é a ausência de mediações. Esta
pesquisa apresenta análises exegéticas das passagens bíblicas de Ap 21,2-4 e Jr
31,31-34 a partir do método histórico-crítico, e aplica, conforme Markl, os critérios
de Manfred Pfister para averiguação de possíveis relações intertextuais existentes
entre eles. Alcança-se com isto um aprofundamento maior das perícopes, mais vasto
e detalhado resultado de conexões entre os textos e evidências da relação entre
ambos. Se é certo que, no livro de Jeremias, Babilônia e Jerusalém ocupam interesse
central do profeta, se estão ali apresentadas em contraposição, se já se identificou a
influência das profecias de Jeremias nos capítulos do livro do Apocalipse destinados
ao Juízo da Babilônia, não se pode ignorar que, nos capítulos destinados à salvação
escatológica na nova Jerusalém haja igualmente influência do profeta. / [en] The Eschatological Covenant in the New Jerusalem of Rev 21,2-4 has little been considered in its relationship with the famous text of Jer 31,31-34 about the New Covenant. There are many aspects that bring them together, as well as the books of Revelation and Jeremiah themselves, relationships that have not yet been sufficiently studied. Taking into account the most accepted hypothesis of the dateof composition of the Book of Revelation around the year 95 AD, there is, initially, a historical situation common to both: the destruction of Jerusalem and the Temple, the suffering of the People of God under oppressive power, desolation imminentand inevitable. Regarding the content of the book, the hope of a future restorationin terms of a definitive and unshakable covenant is the main promise in both. This research focused on the relationships between the subsection of Rev 21,2-4, about the eschatological covenant in the new Jerusalem, and the text of Jer 31,31-34,which deals with the new promised covenant for future days. Both texts present theadjective new, the formula of the covenant – even as a central element to their structures – and a sequence of sentences that mark the end of a time (nomore: in Ap 21,4; and in Jer 31,33-34 in the TM or in theLXX) and confirm the newness of what is being inaugurated. Therefore, even if the influence of other biblical texts on the text of Rev 21,2-4 is recognized, as several Old Testament references are common to the composition of the Apocalypse s author, it is believed that Rev 21,2-4 is also making allusion to Jer 31,31-34 in terms of its contribution, especially on the aspect of the covenant. The ideal of the New Covenant of Jer 31,31-34 is only fully fulfilled in the final chapter of human history, in the eschatological covenant of Rev 21,2-4. However, the eschatological covenant established in the new Jerusalem still goes beyond what was promised in Jer 31,31-34: God s relationship with His People is deepened, as is the absence of mediations.This research presents exegetical analyzes of Ap 21,2-4 and Jr 31,31-34 based onthe historical-critical method, and applies according to Markl, Manfred Pfister scriteria for investigating possible intertextual relationships between them. This achieved a deeper understanding of the pericopes, a broader and more detail e dresult of the connections and evidences of the relationship between them. If it is true that, in the book of Jeremiah, Babylon and Jerusalem occupy the prophet scentral interest, if they are presented there in opposition, if the influence of Jeremiah s prophecies has already been identified in the chapters of the book of Revelation destined for the judgment of Babylon, it cannot be ignored that, in thechapters dedicated to eschatological salvation in the new Jerusalem, there is alsothe influence of the prophet.
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[en] AP 1,7 – IDOÚ ÉRCHETAI METÁ TÔN NEPHELÔN: THE APOCALYPTIC ORACLE OF THE ADVENT OF JESUS CHRIST IN THE INTRODUCTORY SCOPE OF JOHANNINE REVELATION / [pt] AP 1,7 – IDOÚ ÉRCHETAI METÁ TÔN NEPHELÔN: O ORÁCULO APOCALÍPTICO DO ADVENTO DE JESUS CRISTO NO ESCOPO INTRODUTÓRIO DO APOCALIPSE JOANINOVITOR DE OLIVEIRA ABREU 06 June 2019 (has links)
[pt] Esta pesquisa tem por objetivo demonstrar que o Apocalipse oferece aos seus leitores uma densa cristologia desde o início do livro e propõe a certeza da realidade transcendente através de um oráculo que evoca e celebra a vinda da supremacia divina a partir da experiência histórica e trans-histórica do próprio Cristo, a fim de proporcionar encorajamento e esperança às comunidades do cristianismo originário que atravessavam seus próprios desafios. / [en] This research aims to demonstrate that the Revelation offers its readers a dense Christology since the beginning of the book and offers the assurance of the transcendent reality through an oracle that evokes and celebrates the coming of the divine supremacy from the historical and trans-historical experience of Christ himself, in order to provide encouragement and hope to communities of Early Christianity who faced their own challenges.
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