[pt] Os coletivos enquanto modelo de mobilização social já se apresentam ao longo da história do Brasil e do mundo, contudo vem crescendo exponencialmente entre os jovens universitários desde as manifestações de junho de 2013. Os coletivos de mães universitárias dão novo formato aos debates acerca dos direitos das mulheres-mães na universidade, especialmente nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, onde encontramos os números mais expressivos destes coletivos. Sendo assim, o objetivo desta tese foi analisar a constituição dos Coletivos de Mães Universitárias no estado do Rio de Janeiro e o processo de adesão das ativistas que fundam esses coletivos. Além disso, identificamos as principaispautas dos coletivos de mães universitárias no Rio de Janeiro bem como asestratégias estabelecidas pelos coletivos para efetivação de seus objetivos. Pudemos compreender a gênese e a constituição dos coletivos de mães universitárias do estado do Rio de Janeiro, identificar as razões das estudantes para participarem destes coletivos e identificar as principais lideranças e protagonistas da fase de formação dos coletivos. Para isso, mapeamos os referidos coletivos e produzimos um mapa interativo, além de realizarmos entrevistas semiestruturadas com as ativistas fundadoras, que deram profundidade às narrativas apresentadas e identificaram as pautas, estratégias, conexões e as origens dos sete coletivos do Rio de Janeiro. Compreendemos que as mães figuram como estudantes não tradicionais e que, por isso, constituem redes de apoio internas e externas, nas quais o coletivo de mães se insere. Além disso, constatou-se que, embora os coletivos de mães universitárias possuam demandas semelhantes, seus modos de organização e suas estratégias são altamente responsivos ao seu contexto e às alianças que estabelecem entre as própriasativistas, docentes, gestores, outros coletivos e instituições. Todavia, todos os coletivos utilizam ativamente as redes sociais, característica que se torna ainda mais evidente durante o período pandêmico. Assim, os coletivos de mães universitárias já apresentam os primeiros resultados de suas atuações tanto nos seus contextos locais quanto no cenário nacional. / [en] Collectives as a model of social mobilization have been present throughout the history of Brazil and the world, but they have been growing exponentially among young university students since the demonstrations of June 2013. Collectives of university mothers give a new format to the debates about the rights of women-mothers in universities, especially in the states of Rio de Janeiro and São Paulo, where we find the most expressive numbers of these collectives.Therefore, the objective of this thesis was to analyze the formation of the Collectives of University Mothers in the state of Rio de Janeiro and the process of adhesion of the activists who founded these collectives. In addition, we identified the main agendas of the collectives of university mothers in Rio de Janeiro, as well as the strategies established by the collectives to achieve their objectives. We were able to understand the genesis and constitution of the collectives of university mothers in the state of Rio de Janeiro, identify the reasons why the students participate in these collectives, and identify the main leaders and protagonists of the formation phase of the collectives. To this end, we mapped these collectives and produced an interactive map, in addition to conducting semi-structured interviews with the founding activists, which gave depth to the narratives presented and identified the agendas, strategies, connections, and origins of the seven collectives in Rio de Janeiro. We understand that mothers are non-traditional students and that, for this reason, they constitute internal and external support networks, in which the collective of mothers is inserted. In addition, it was found that, although the collectives of university mothers have similar demands, their modes of organization and strategies are highly responsive to their context and to the alliances they establish between the activists themselves, teachers, managers, other collectives, and institutions. However, all collectives actively use social media, a characteristic that becomes even more evident during the pandemic period. Thus, the collectives of university mothers are already showing the first results of their actions both in their local contexts and on the national scene.