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[en] BODY-EXU: ORIKIS, POETIC NARRATIVES AND PERFORMANCE IN THE WORKS OF ANDRÉ CAPILÉ AND RICARDO ALEIXO / [pt] CORPO-EXU: ORIKIS, NARRATIVAS POÉTICAS E PERFORMANCE NAS OBRAS DE ANDRÉ CAPILÉ E RICARDO ALEIXO

RENATA BORGES DE AZEVEDO 01 August 2024 (has links)
[pt] A partir da escrita desta tese, proponho uma leitura do corpo que pode ser configurado seja através das narrativas ancestrais (orikis), seja através da poesia contemporânea (objeto de pesquisa desta tese). Além desta perspectiva, demarco a importância da transição entre o que é registrado pela palavra e a voz de quem a lê, transformando esta escrita poética na performance enquanto ato de leitura. Neste sentido, estes dois movimentos são atravessados ao longo desse processo de escrita pelo olhar de um corpo que passa a ser analisado a partir de duas perspectivas: a oralidade poética e a oralidade performática. A oralidade poética pode ser encontrada, em um primeiro momento, a partir da formação dos orikis (ori = cabeça, Ki = saudação), gênero abordado como umas das diversas tradições literárias da oralidade iorubá que também são fontes de pesquisa para a escrita de alguns poemas dos autores que são objetos de pesquisa desta tese. Neste caso, as obras de André Capilé e Ricardo Aleixo, ambos poetas da geração contemporânea da literatura brasileira, fornecem um vasto material para que se possa pensar no corpo configurado pela figura do contador de histórias, pela experiência do poeta e pelo corpo do texto enquanto seus aspectos formais. No entanto, o corpo e seus desdobramentos diante da oralidade performática podem analisados também a partir de um olhar semelhante ao de Diana Taylor (2013) . Neste caso, o corpo pode ser considerado a partir da perspectiva de um arquivo, buscando assim a preservação da cultura oral. O corpo passa ser então o porta voz do próprio autor enquanto escreve, mas que também aquele que também implica movimento ao ler a poesia. Deste modo, conferindo ao leitor o que Zunthor (1995) considera uma dimensão oral recomposta, na qual o corpo para se comprometer com o fazer poético precisa estar em movimento. Para isto, partirei de um diálogo com as obras de André Capilé e Ricardo Aleixo, ambos corpus deste trabalho enquanto objeto de pesquisa, e os referenciais teóricos que constituem o instrumento de análise a partir da escrita de quatro ensaios que propiciam um olhar aprofundado diante do recorte da problemática a ser apresentada. Em um primeiro ensaio ou introdução desta tese, farei uma breve apresentação sobre os conceitos de oriki, narrativa e performance para que possamos compreender, nos capítulos ou ensaios posteriores, em quais dimensões se encontram os corpos analisados e apresentados através dos poemas dos autores aqui estudados. No segundo ensaio desta tese demonstrarei como este corpo, absorvido pela figura das narrativas afrodiaspóricas, é configurado nas obras Rapace (2012), Balaio (2014), Chabu (2019), Rebute (2019) e Muimbu (2020), de André Capilé, além de atravessamentos da obra Azagaia (2021). Em um segundo momento, correspondente ao segundo capítulo ou terceiro ensaio, nos debruçarei-me sobre as obras Festim (1992), A roda do mundo (1996), Quem faz o que (1999), Trívio (2001), Máquina Zero (2004), Mundo palavreado (2013), Impossível como nunca ter tido um rosto (2016), Antiboi (2017), Extraquadros (2021) e Diário da Encruza (2022) de Ricardo Aleixo, em uma tentativa de analisar este corpo a partir de uma perspectiva da construção da performance em si. / [en] From the writing of this thesis, I propose a reading of the body that can be configured either through ancestral narratives (orikis) or through contemporary poetry (object of research of this thesis). In addition to this perspective, I demarcate the importance of the transition between what is recorded by the word and the voice of those who read it, transforming this poetic writing into performance as an act of reading. In this sense, these two movements are crossed throughout this writing process through the eyes of a body that is analyzed from two perspectives: poetic orality and performative orality. Poetic orality can be found, at first, from the formation of the orikis (ori = head, Ki = greeting), a genre approached as one of the several literary traditions of Yoruba orality that are also sources of research for the writing of some poems by the authors who are objects of research in this thesis. In this case, the works of André Capilé and Ricardo Aleixo, both poets of the contemporary generation of Brazilian literature, provide a vast material for thinking about the body configured by the figure of the storyteller, by the poet s experience and by the body of the text as its formal aspects. However, the body and its unfolding in the face of performative orality can also be analyzed from a perspective similar to that of Diana Taylor (2013). In this case, the body can be considered from the perspective of an archive, thus seeking the preservation of oral culture. The body then becomes the spokesperson of the author himself while writing, but also the one that also implies movement when reading poetry. In this way, giving the reader what Zunthor (1995) considers a recomposed oral dimension, in which the body, in order to commit itself to poetic making, needs to be in motion. To this end, I will start from a dialogue with the works of André Capilé and Ricardo Aleixo, both corpus of this work as an object of research, and the theoretical references that constitute the instrument of analysis from the writing of four essays that provide an in-depth look at the cut of the problem to be presented. In a first essay or introduction to this thesis, I will make a brief presentation on the concepts of oriki, narrative and performance so that we can understand, in the later chapters or essays, in which dimensions are the bodies analyzed and presented through the poems of the authors studied here. In a second moment, corresponding to the second chapter or third essay, I will focus on the works Festim (1992), The Wheel of the World (1996), Who Makes What (1999), Trivio (2001), Zero Machine (2004), Mundo paverreado (2013), Impossible as never to have had a face (2016), Antiboi (2017), Extraquadros (2021) and Diário da Encruza (2022) by Ricardo Aleixo, in an attempt to analyze this body from the perspective of the construction of the performance itself.

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