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[pt] PLURALIZANDO OS ARQUIVOS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS: AS FORMAS DE LUTA DE HEINY SROUR / [en] PLURALIZING THE ARCHIVES OF INTERNATIONAL RELATIONS: HEINY SROUR S WAYS OF FIGHTINGIASMINI CATANIO DOS SANTOS NARDI 14 November 2023 (has links)
[pt] Neste trabalho, eu me proponho a contribuir para o movimento de
pluralização dos arquivos da disciplina de Relações Internacionais recuperando as
formas de luta da cineasta e socióloga libanesa, Heiny Srour. Inspirada por
diferentes correntes teóricas de RI, principalmente feministas e pós-coloniais, que
entendem os arquivos da disciplina como falhos, incompletos e parciais e que
buscam resgatar o pensamento e prática internacional de sujeitos marginalizados,
essa dissertação se propõe a investigar as formas de luta nas quais se engajou uma
mulher em um contexto de luta anticolonial. Proponho que a obra de Srour nos
permite pensar formas de luta anticoloniais nas quais feministas aparecem como
protagonistas não só dos filmes de sua autoria, mas também de uma compreensão
sobre a luta política contra formas de colonização presentes no século XX nas
regiões do Levante (Líbano, Síria e Palestina) e de Dofar (área no Golfo situada
entre Omã e Iêmen). Meu objeto de pesquisa é constituído por dois filmes da
cineasta: A Hora da Libertação Chegou (1974) e Leila and the Wolves (1984).
O trabalho parte não de uma pergunta de pesquisa, mas sim de um conjunto de
perguntas: Como a produção audiovisual de Heiny Srour constitui uma forma de
luta? Se luta contra o quê? Meu objetivo é auxiliar a pluralizar não só os arquivos
visuais, como também arquivos sobre pensamento e prática internacional
desenvolvido por feministas na segunda metade do século XX. A metodologia de
pesquisa é a análise dos dois filmes já citados, centrada no processo de produção e,
principalmente, no conteúdo. No que tange à produção, atento para as redes forjadas
entre pessoas e grupos anticoloniais para a produção dos filmes. Quanto ao
conteúdo, mobilizo os sentimentos de esperança e desilusão situados nos dois
filmes para discutir o presente. Argumento que as imagens, cenários, histórias e
sentimentos que emergem do cinema de Srour constituem formas de luta contra a
opressão patriarcal e colonial e se conectam a outros sujeitos e grupos também
dispostos a construir novas formas de viver. / [en] In this paper, I propose to contribute to the movement of pluralization of the
archives of the discipline of International Relations by recovering the forms of
struggle of the Lebanese filmmaker and sociologist, Heiny Srour. Inspired by
different theoretical currents of IR, mainly feminist and postcolonial, which
understand the archives of the discipline as flawed, incomplete, and partial and
which seek to rescue the international thought and practice of marginalized
subjects, this dissertation proposes to investigate the forms of struggle in which a
woman engaged in a context of anti-colonial struggle. I propose that Srour s work
allows us to think about forms of anti-colonial struggle in which feminists appear
as protagonists not only in her films, but also in an understanding of the political
struggle against forms of colonization present in the twentieth century in the regions
of the Levant (Lebanon, Syria and Palestine) and Dhofar (an area in the Gulf
between Oman and Yemen). My research object is constituted by two films by the
filmmaker: The Hour of Liberation Has Arrived (1974) and Leila and the
Wolves (1984). The work starts not from a research question, but from a set of
questions: How does Heiny Srour s audiovisual production constitute a form of
struggle? If it fights against what? My aim is to help pluralize not only visual
archives, but also archives on international thought and practice developed by
feminists in the second half of the twentieth century. The research methodology is
analytical. The research methodology is the analysis of the two films already
mentioned, focusing on the production process and, mainly, on the content.
Regarding production, I focus on the networks forged between anti-colonial people
and groups to produce the films. As for the content, I mobilize the feelings of hope
and disillusionment situated in the two films to discuss the present. I argue that the
images, scenarios, stories, and feelings that emerge from Srour s cinema constitute
forms of struggle against patriarchal and colonial oppression and connect to other
subjects and groups also willing to build new ways of living.
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