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[en] EPISTEMICIDE AND THE ACADEMY OF INTERNATIONAL RELATIONS: THE UNESCO PROJECT AND AFRODIASPORIC THINKING ABOUT BRAZIL AND ITS PLACE IN THE WORLD / [pt] EPISTEMICÍDIO E A ACADEMIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS: O PROJETO UNESCO E O PENSAMENTO AFRODIASPÓRICO SOBRE O BRASIL E SEU LUGAR NO MUNDOANANDA VILELA DA SILVA OLIVEIRA 26 January 2021 (has links)
[pt] O Projeto UNESCO (1950) colocou o Brasil no centro das discussões sobre relações raciais no mundo. Visto a partir do prisma da democracia racial, orgulho nacional, o Brasil foi tema de pesquisas sociológicas e antropológicas acerca das formas de harmonia social e racial que poderiam ser um elemento chave contra conflitos étnicos-raciais, como o Holocausto Judeu durante a II Guerra Mundial. Contudo, a realidade interna brasileira em nada se relaciona com a pretensa democracia racial propagada pelo mundo, negando, desumanizando e exterminando a população negra em todo o país. Com isso, essa pesquisa aborda o pensamento internacional em torno da democracia racial brasileira em contraposição com a realidade doméstica do país de genocídio do povo negro. Esse fato coloca em evidência a falácia da leitura das Relações Internacionais do Estado como ator unitário e racional no Sistema Internacional. Da mesma forma, esforça-se por demonstrar como o mito de democracia racial e o epistemicídio contra intelectuais afrodiaspóricos tende a negar sua participação na interpretação do lugar do Brasil no mundo na construção do curso de Relações Internacionais no país. Para tal, divide-se este artigo em três distintas seções: a primeira aborda os conceitos de raça, branquitude e colonialidade como inerentes ao Brasil e academia de RI. A segunda seção apresenta o Projeto UNESCO, seus debates e conflitos, como possibilidade de lançar luz sobre a realidade racial não democrática brasileira. Por fim, a terceira seção se interessa em conectar o Projeto UNESCO com a academia de RI no país, a fim de expressar como a disciplina ignora a realidade doméstica em nome da unidade e racionalidade estatal. / [en] The UNESCO Project (1950) placed Brazil at the center of discussions on race relations in the world. Seen from the perspective of racial democracy, national pride, Brazil was the subject of sociological and anthropological research on forms of social and racial harmony that could be a key element against ethnic-racial conflicts, such as the Jewish Holocaust during World War II. However, the Brazilian internal reality has nothing to do with the alleged racial democracy propagated by the world, denying, dehumanizing and exterminating the black population across the country. In doing so, this research approaches the international thought around the Brazilian racial democracy in opposition to the domestic reality of the country of genocide of the black people. This fact highlights the fallacy of reading the State s International Relations as a unitary and rational actor in the International System. Likewise, it strives to demonstrate how the myth of racial democracy and the epistemicide against afrodiasporic intellectuals tends to deny its participation in the interpretation of Brazil s place in the world in the construction of the International Relations course in the country. To this end, this article is divided into three distinct sections: the first addresses the concepts of race, whiteness and coloniality as inherent to Brazil and the IR academy. The second section presents the UNESCO Project, its debates and conflicts, as a possibility to shed light on the Brazilian non-democratic racial reality. Finally, the third section is interested in connecting the UNESCO Project with the IR academy in the country, in order to express how the discipline ignores domestic reality in the name of state unity and rationality.
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