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[en] THE MARKED BODY: ON THE PAIN OF KEEPING BODY BORDERS TIED / [pt] O CORPO MARCADO: SOBRE A DOR DE MANTER COESAS AS FRONTEIRAS CORPORAISRENATA FRANCO CECCHETTI 27 April 2005 (has links)
[pt] O presente trabalho procurou investigar, à luz da teoria
psicanalítica, algumas
práticas consideradas radicais de marcação do corpo, tais
como tatuagens, piercings,
implantes subcutâneos, escarificações, pocketing, pulling e
suspensão. Para tanto,
procedeu-se inicialmente a uma exposição do contexto em que
tais práticas são
abordadas, a cultura de consumo contemporânea, na qual o
corpo assume lugar de
destaque. Além disto, realizou-se um roteiro histórico das
práticas de marcação do
corpo e seus usos. Incidindo na superfície do corpo, tais
práticas fornecem a este um
novo contorno. A delimitação das bordas corporais nos
remete à temática da
constituição subjetiva, na qual as experiências pele-à-pele
delineiam a fronteira entre
interno e externo, eu e outro. Na relação com um outro, o
corpo é ainda inserido no
registro pulsional, configurando-se como um corpo erógeno,
marcado por
experiências de prazer e desprazer. Se o prazer pode ser
encontrado no desprazer e na
dor, estabelece-se, então, o masoquismo erógeno, base de
todo tipo de masoquismo.
Por fim, utilizando-se o masoquismo como instrumento para
pensar as marcações do
corpo que têm na dor a condição indispensável para sua
realização, efetuou-se uma
apresentação a seu respeito. A dor, além de ser, no
masoquismo, o meio de obter
prazer, fornece ao sujeito a percepção dos contornos de seu
corpo. Assim, através de
práticas dolorosas, o sujeito se encontra em um esforço por
delimitar e manter coesas
suas fronteiras corporais. / [en] The present study sought to investigate, trough a
psychoanalytical perspective,
some radical practices of body marking, such as tattoos,
piercings, subcutaneous
implants, pocketing, pulling and suspension. To do so, it
begins by presenting the
context in which such practices are approached, the
contemporary consuming culture,
in which the body occupies a place of prominence. Further
on, is presented a
historical background of practices of body markings and its
uses. Falling upon the
surface of the body, these practices provide it a new
outline. The delimitation of
corporal borders sends us to the subjective constitution
theme, in which skin-to-skin
experiences delineate the frontier between internal and
external, the ego and the
other. When relating with another, the body is still
inserted in a pulsional register,
becoming hence an erogenous body, marked by experiences of
pleasure and
displeasure. If pleasure can be found in displeasure and
pain, the erogenous
masochism, originally present in all forms of masochism, is
then established. Finally,
using the masochism as an instrument to deal with body
markings that find in pain
the indispensable condition to its realization, a
presentation of the theme was made.
Pain, besides being, in masochism, a way of obtaining
pleasure, supplies the subject
the perception of the outline of his body. That way, trough
painful practices the
subject finds himself in an effort to delimitate and keep
tied his bodily borders.
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