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[en] IF THE LAND BELONGS TO CABOCLOS, GRANDMA, WHY DO WE NEED TO TREAD SLOWLY?: ANCESTRAL LEGACIES OF LIBERTY THROUGH THE FOREST THAT BONDS THE OUTSKIRT OF RIO WITH THE GAVEA VALLEY / [pt] SE A TERRA É DE CABOCLO, VOVÓ, POR QUÊ É QUE PRECISAMOS PISAR DEVAGAR?: LEGADOS ANCESTRAIS DE LIBERDADE PELO DESBRAVAR DA MATA QUE CONECTA O SUBÚRBIO CARIOCA COM O VALE DA GÁVEA

LUISA DE ARAUJO TAVARES 17 November 2023 (has links)
[pt] Esta dissertação se propõe a caminhar por essa terra de caboclo seguindo as trilhas que as flechas dos espíritos da floresta, historicamente, abriram pela mata. Partindo de uma chave de análise exusíaca, assumo uma perspectiva metodológica circular para contemplar espaços de convivência entre o Órun e o Aiyé que compõem os modos de organização de territorialidades negras na disputa do bem viver em meio a ciscolonialidade. Fazendo uso crítico dos registros oficiais da experiência de Palmares, pretendo entender a formação de uma sociedade multiétnica contra-colonial entre o final do século XVI e o início do XVIII; bem como os seus legados de permanência para a gramática da liberdade adotada e replicada por redutos negros na cidade do Rio de Janeiro a partir do final do século XIX, como a Pequena África, até os tempos de agora – nas beirolas da Floresta da Tijuca com o Morro do Salgueiro, Horto Florestal e favela Vila-Parque da Cidade. Mesmo diante de uma realidade que somente destina à população preta e indígena a morte, com políticas de terror gestadas a partir do derramamento do nosso sangue para irrigar os jardins da Casa-Grande... uma sofisticada e insubmissa articulação feminina negra insiste, com o pouco que costumam ter em seu alcance, em autodefinir-se e redefinir-se comunitariamente no território; fazendo frente ao extermínio diaspórico e às migrações forçadas. A partir da aproximação das categorias como Amefricanidade e Afrobioética, resgato a unidade específica que nos une em uma noção de vida guiada por valores afro-centrados, herdados da memória de nossos antepassados, para que possamos continuar a falar de sonho, a construir futuro e a existir em nossas pluralidades do lado de cá do oceano Atlântico. / [en] This dissertation proposes to walk through this land of caboclo following the trails that the arrows of the forest spirits, historically, opened through the forest. Starting from an exusiac analysis key, I assume a circular methodological perspective to contemplate spaces of coexistence between Órun and Aiyé that make up the ways of organizing black territorialities in the dispute for good living in the midst of ciscoloniality. Making critical use of the official records of the Palmares experience, I intend to understand the formation of a counter-colonial multiethnic society between the end of the 16th century and the beginning of the 18th century; as well as their legacies of permanence for the grammar of liberty adopted and replicated by black strongholds in the city of Rio de Janeiro from the end of the 19th century, such as Little Africa, until the present time – in the edges of Tijuca Forest with Morro do Salgueiro, Horto Florestal and the Vila-Parque da Cidade favela. Even in the face of a reality that only allows black and indigenous people to die, targeting our death with policies of terror created from the shedding of our blood to irrigate the gardens of Casa-Grande... a sophisticated and insubmissive black feminine articulation insists, with the little that they usually have at their disposal, to define and redefine themselves as a community in the territory; facing diasporic extermination and forced migrations. By approaching categories such as Amefricanity and Afrobioethics, I rescue the specific unity that unites us in a notion of life guided by Afro-centered values, inherited from the memory of our ancestors, so that we can continue to talk about dreams, to build a future and to exist in our pluralities on this side of the Atlantic Ocean.

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