1 |
[pt] O GRUPO DA PRÁTICA EXPLORATÓRIA DO RIO DE JANEIRO COMO ESPAÇO DE FORMAÇÃO CONTINUADA: SUSTENTABILIDADES DE PARTICIPAÇÃO / [en] THE RIO DE JANEIRO EXPLORATORY PRACTICE GROUP AS A SPACE FOR CONTINUING EDUCATION AND SUSTAINABILITY OF PARTICIPATIONEMANUELLE DE SOUZA FONSECA SOUZA 30 May 2023 (has links)
[pt] Ao refletir sobre as minhas motivações para ser membro do grupo de Prática
Exploratória do Rio de Janeiro desde 2016, senti-me instigada a entender quais
seriam as razões pelas quais outras colegas fazem parte deste grupo por mais tempo
e continuam sendo bastante participativas. Assim, esta tese tem por objetivo
analisar as percepções sobre o que motiva três professoras a permanecerem no
grupo por quase três décadas. A partir de suas falas, busco compreender o que
significa para elas a sustentabilidade nesse movimento de trabalhar para entender.
Para isto, recorro a um arcabouço interdisciplinar que contempla os conceitos
teóricos da Prática Exploratória (MILLER ET AL., 2008; ALLWRIGHT, HANKS,
2009), que trata do refletir, do ensinar-aprender, da formação docente-aprendente,
de fazer pesquisa. Os estudos de narrativas e avaliação (LABOV; WALETZKY,
1967; LABOV, 1972; LINDE, 1993, 1997; MOITA LOPES, 2001; BASTOS,
2004, 2005) são de grande importância para o presente estudo, uma vez que analiso
os relatos de experiências profissionais e de vida das participantes. Apresento
alguns conceitos que me permitem interpretar a relação de afeto sobre o grupo de
Prática Exploratória e nas relações construídas sobre emoções (REZENDE,
COELHO, 2010; ALBA-JUEZ MACKENZIE, 2019; LE BRETON, 2021). Por
fim, o sistema de avaliatividade (MARTIN e WHITE, 2005; ALMEIDA, 2010;
VIAN JR, 2009; 2010) me auxilia a mapear as marcas avaliativas nas conversas
exploratórias entre as participantes e eu. A presente pesquisa se alinha a uma
abordagem qualitativa-interpretativista (DENZIN; LINCOLN, 2006). Além disso,
como a investigação se insere no paradigma da pesquisa do praticante (COCHRAN-SMITH; LYTLE, 2009), os entendimentos foram construídos de forma colaborativa
sobre nossas experiências. Por ser uma pesquisa desenvolvida por membros do
grupo, este estudo também se configura como autoetnográfico (BOCHNER,
ELLIS, JONES, 2016). Os registros para análise foram gerados colaborativamente
em conversas exploratórias (MILLER, 2001), gravadas e transcritas conforme
convenções baseadas na Análise da Conversação (BASTOS, BIAR, 2015). Entendo
que as percepções das participantes acerca dos eventos narrados durante nossas
conversas são construções sociais e culturais que se formaram ao longo de suas
vivências e as levaram a se afiliar ao grupo. Nossas emoções e crenças nos levaram
ao grupo da Prática Exploratória e nos uniram como uma comunidade de prática
(WENGER, 2007). Dessa forma, alguns entendimentos emergentes sugerem que as
colaboradoras têm percepções singulares a respeito das suas motivações para
participar do grupo e do trabalho para entender que associo ao cuidado-amor que
mantemos em nossas relações na comunidade. Cada colaboradora entende a
sustentabilidade a partir de algum princípio diferente da Prática Exploratória,
gerando assim, a possibilidade de propormos o conceito de sustentabilidades. / [en] Reflecting on my motivations for being a member of the Rio de Janeiro Exploratory Practice Group since 2016, I felt compelled to understand what would be the reasons for three other colleagues to have been part of this group for almost three decades and continue to be very engaged in the group activities. From their discourse, I seek to understand what sustainability means for them in this movement of working to understand. To analyze the data, an interdisciplinary framework was utilized. The following theoretical components were: Exploratory Practice (MILLER ET AL., 2008; ALLWRIGHT AND HANKS, 2009), which deals with reflection, teaching-learning, teacher-learner training, doing research; narrative and evaluation studies (LABOV; WALETZKY, 1967; LABOV, 1972; LINDE, 1993, 1997; MOITA LOPES, 2001; BASTOS, 2004, 2005), which are of great importance for this research, in order to analyze narratives of professional experiences and participants lives; some concepts which enable me to interpret in the collaborators speeches a relationship of affect in relation to the Exploratory Practice group and to the relationship built (REZENDE, COELHO, 2010; ALBA-JUEZ MACKENZIE, 2019; LE BRETON, 2021); Appraisal Theory (MARTIN and WHITE, 2005; ALMEIDA, 2010; VIAN JR, 2009; 2010) helps me to map the evaluative marks in the exploratory conversations between the participants and me. This research adopts a qualitative-interpretivist approach (DENZIN; LINCOLN, 2006) to the investigation of the Practitioner Research paradigm (COCHRAN-SMITH; LYTLE, 2009). As the research was developed by members of the group, this study is also considered as autoethnographic (BOCHNER, ELLIS, JONES, 2016) and the understandings were constructed collaboratively. Data were collaboratively generated in exploratory conversations (MILLER, 2001), recorded and transcribed according to conventions based on Conversation Analysis (BASTOS, BIAR, 2015). I understand that the participants perceptions regarding the events narrated during our conversations are social and cultural constructions that were formed throughout their experiences and led them to join the group. Our emotions and beliefs brought us to the Exploratory Practice group and brought us together as a community of practice (WENGER, 2007). Some emerging understandings suggest that collaborators have unique perceptions regarding their motivations for participating in the group and their working to understand that is associated with care-love that we maintain in our relationships in the community. Each practitioner understands sustainability from the perspective of a different principle of Exploratory Practice, generating the possibility of proposing the concept of sustainabilities in the plural.
|
Page generated in 0.0369 seconds