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[pt] O UR-FASCISMO ONTEM E HOJE: APARIÇÕES LITERÁRIAS DE UMA METODOLOGIA DE PODER / [en] THE UR-FASCISM YESTERDAY AND TODAY: LITERARY APPARITIONS OF A POWER METHODOLOGY

SERGIO SCHARGEL MAIA DE MENEZES 24 May 2021 (has links)
[pt] A Freedom House, instituição estadunidense, reportou 2019 como o décimo quarto ano seguido de recessão democrática mundial, uma crise que ressuscita a discussão acerca do conceito usado para denominar esses movimentos antidemocráticos. Muito se fala que eles seriam novas versões de um fascismo, a despeito de características distintas em cada manifestação. O semiólogo italiano Umberto Eco antecipou essa questão e criou um conceito que busca resolver essa problemática: Ur-Fascismo. O Ur-Fascismo é o fascismo que nunca acaba, que se reconstrói, se retrabalha, se adequa a cada época, dado seu caráter infinito. As distintas aparições do fascismo não se limitam à política da realidade: a política da ficção tratou de apresentá-lo de diversas formas. Partindo da discussão de uma base teórica sobre teoria política, em particular sobre o Ur-Fascismo, será possível perceber como a ficção tratou aparições e características desse fenômeno, tomando, para isso, dois objetos: Não vai acontecer aqui, de Sinclair Lewis, e Ele está de volta, de Timur Vermes. Assim, será possível trabalhar as idiossincrasias dos Ur- Fascismos dessas ficções, suas diferenças e similitudes, em consoante com as bases da teoria política e, no processo, expandir tanto o estado da arte sobre literaturas do Ur-Fascismo, quanto contribuir à discussão sobre um fenômeno político pouco compreendido. Por fim, encerra-se com uma discussão, a partir da ideia de vaga-lumes de Pasolini e Didi-Huberman, sobre a importância da arte, em especial a arte antifascista, na luta contra o Ur-Fascismo. / [en] Freedom House, an US institution, reported 2019 as the fourteenth year in a row of a global democratic recession, a crisis that resuscitates the discussion about the concept used to name these anti-democratic movements. Much is said that they would be new versions of fascism, despite different characteristics in each manifestation. Italian semiologist Umberto Eco anticipated this issue and created a concept that seeks to resolve this issue: Ur-Fascism. Ur-Fascism is fascism that never ends, that is reconstructed, reworked, adapted to each era, given its infinite character. The different appearances of fascism are not limited to the politics of reality: the politics of fiction tried to present it in different ways. Starting from the discussion of a theoretical basis on political theory, in particular on Ur-Fascism, it will be possible to perceive how fiction treated apparitions and characteristics of this phenomenon, taking, for this, two objects: It can t happen here, by Sinclair Lewis, and Look who s back, by Timur Vermes. Thus, it will be possible to work on the Ur-Fascism idiosyncrasies of these fictions, their differences and similarities, in line with the bases of political theory and, in the process, expand both the state of the art on Ur-Fascism literatures and contribute to the discussion on a little understood political phenomenon. Finally, it ends with a discussion, based on the idea of fireflies, developed by Pasolini and Didi-Huberman, about the importance of art, especially anti-fascist art, in the fight against Ur- Fascism.

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