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O corpo rebelado: dependÃncia fÃsica e autonomia em pessoas com paralisia cerebral / Le corps rebelÃ: dÃpÃndence physique et autonomie chez les personnes atteintes dÂinfirmità motrice cÃrÃbrale

Erika Barreto MagalhÃes 14 March 2012 (has links)
CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / Nas Ãltimas dÃcadas, observa-se um deslocamento dos discursos mÃdicos em direÃÃo a uma concepÃÃo sÃcio-construcionista sobre as pessoas com deficiÃncia, o que tem animado os debates a respeito da autonomia e a inserÃÃo social desse grupo. No entanto, a dualidade estabelecida por essa nova abordagem entre social-biolÃgico nÃo parece dar conta da complexidade que o processo de autonomia assume na vida desses sujeitos e nÃo se sustenta sob a luz das teorias aportadas pelo pensamento pÃs-estruturalista. Assim, a partir da crÃtica ao racionalismo e ao individualismo moderno â levantada pelas reflexÃes feministas sobre cuidado â a contribuiÃÃo da fenomenologia e das filosofias da diferenÃa, a presente tese propÃe uma anÃlise da relaÃÃo entre dependÃncia, deficiÃncia e autonomia de modo a considerar os elementos frequentemente descarados nos discursos militantes sobre o tema. O objetivo do trabalho consiste em analisar o processo de subjetivaÃÃo de adultos com paralisia cerebral e dependÃncia fÃsica a partir das estratÃgias cotidianas de conquista da autonomia. A pesquisa de campo teve duraÃÃo de 14 meses, ao longo dos quais foi realizada observaÃÃo participante sobre a vida cotidiana de dois indivÃduos adultos com paralisia cerebral e dependÃncia fÃsica. Entrevistas semidiretivas foram desenvolvidas com os familiares e os sujeitos com deficiÃncia de modo a reconstituir a trajetÃria pessoal de cada um deles. Os resultados apontam trÃs elementos que se articulam no fazer-autÃnomo dos sujeitos sob dependÃncia fÃsica: (1) o processo de infantilizaÃÃo â que funciona como uma espÃcie de forÃa de formataÃÃo e reificaÃÃo da subjetivaÃÃo desses indivÃduos. A autonomia resultaria da dinÃmica entre a resistÃncia à infantilizaÃÃo e os efeitos desta na vida dos sujeitos com deficiÃncia. SÃo descritos na tese trÃs pontos que constituem a infantilizaÃÃo: o argumento da vulnerabilidade como explicaÃÃo para a necessidade de controle e cerceamento, a negaÃÃo da sexualidade e da desejabilidade do corpo deficiente e a afirmaÃÃo da razÃo como meio de ascensÃo à vida adulta; (2) dependÃncia fÃsica e cuidado â trata-se de um elemento problematizador do projeto de autonomia como desvinculaÃÃo do outro e que nÃo pode ser descartado na compreensÃo deste fenÃmeno. O cuidado demandado pelo corpo dependente coloca em xeque o ideal de autonomia como autossuficiÃncia presente na concepÃÃo de indivÃduo moderno e exige uma anÃlise que leve em consideraÃÃo os dois polos da relaÃÃo (cuidador â pessoa sob cuidado); (3) aÃÃo automizadora e invenÃÃo de si â a autonomia està intrinsecamente relacionada com os processos de subjetivaÃÃo e, como tal, sà pode ser percebida a partir dos movimentos cotidianos de autoproduÃÃo na relaÃÃo com o outro e com o mundo. A Ãnfase à dada nas estratÃgias (aÃÃes, interaÃÃes, reaÃÃes) utilizadas pelos indivÃduos com deficiÃncia para resistir à circunscriÃÃo da subjetividade e para inventarem a si mesmos de modo original e singular. A hipÃtese central à de que o desejo (tanto quanto a razÃo) tem um papel determinante na busca pela autonomia. Tornar-se adulto (logo, autÃnomo) para as pessoas com deficiÃncia fÃsica grave nÃo significa necessariamente assumir a rigidez e a retidÃo comumente associada a essa fase da vida. Mas guiar-se pelo devir-crianÃa e pelo prazer de experimentar a diferenÃa a partir da multiplicidade que abriga o conceito de deficiÃncia.

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