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O êxtase de Saint Genet: uma poética do abjeto e uma (est) ética do marginal

Pereira, Rafael Ramos 27 September 2017 (has links)
Submitted by Geandra Rodrigues (geandrar@gmail.com) on 2018-01-11T13:10:22Z No. of bitstreams: 1 rafaelramospereira.pdf: 1845037 bytes, checksum: 2c0c8afa358452bfc18278974d440e52 (MD5) / Approved for entry into archive by Adriana Oliveira (adriana.oliveira@ufjf.edu.br) on 2018-01-23T13:35:08Z (GMT) No. of bitstreams: 1 rafaelramospereira.pdf: 1845037 bytes, checksum: 2c0c8afa358452bfc18278974d440e52 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-01-23T13:35:08Z (GMT). No. of bitstreams: 1 rafaelramospereira.pdf: 1845037 bytes, checksum: 2c0c8afa358452bfc18278974d440e52 (MD5) Previous issue date: 2017-09-27 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / O estudo sobre os processos de alegorização e afirmação do eu a partir de uma poética do abjeto e de uma estética/ética do marginal na escrita do romancista, poeta e dramaturgo francês Jean Genet (1910 – 1986) é o foco principal deste trabalho. Esse estudo pretende analisar as estratégias narrativas e o projeto literário da obra Journal du voleur [Diário de um ladrão], publicada em 1949, que ambicionava estabelecer a figura marginal de Genet, criar uma espécie de mito de si mesmo. Com o objetivo de contribuir para a compreensão da idiossincrática ordem moral e da criação da persona do escritor, propomos uma reflexão sobre o narrador genetiano e os aspectos de sua narrativa. Confrontamos o pensamento de alguns teóricos sobre a inscrição incerta de seus textos na categoria das escritas de si, para compreendermos melhor seu projeto literário e de que modo sua obra pode ser lida. Para analisarmos os processos de alegorização e a produção de sentidos na narrativa genetiana, mobilizamos, principalmente, as reflexões de Walter Benjamin. A partir dos conceitos de abjeção, de Julia Kristeva, e de profanação, de Giorgio Agamben, tentamos mostrar como os valores do abjeto se constroem e se perpetuam pela escrita de Genet, contribuindo para a construção tanto de uma estética/ética marginal, quanto da própria imagem do autor. Por último, analisamos como Genet articula o seu texto e o seu êxtase enquanto mártir e ator de sua trajetória marginal, fazendo uso de uma linguagem com pendor barroquista. / L'étude des processus d'allégorisation et d'affirmation de soi dans une poétique de l'abjection et d'une esthétique / éthique marginale dans l'écriture du romancier, poète et dramaturge Jean Genet (1910-1986) est le but principal de ce travail. Cette étude vise à analyser les stratégies narratives et le projet littéraire de l’oeuvre Journal du voleur, publiée en 1949, destinée à établir la figure marginale de Genet, et à créer une sorte de mythe de soi. Afin de contribuer à la compréhension de l'ordre moral idiosyncrasique et de la création de la persona l'écrivain, nous proposons une réflexion sur le narrateur et les aspects de son récit. Nous faisons appel à la pensée de certains théoriciens sur l'inscription incertaine de ses textes dans la catégorie des écritures de soi, pour mieux comprendre le projet littéraire de l´auteur et les possibilités de lecture qu´offrent ses textes. Pour analyser les processus d'allégorisation et de production des sens dans le récit genétien, nous nous concentrons principalement sur les réflexions de Walter Benjamin. A partir du concept d´abjection (Julia Kristeva) et de celui de profanation (Giorgio Agamben) nous essayons de montrer comment les valeurs de l'abject sont construites et perpétuées dans l'écriture de Genet, afin d'aider à la construction à la fois d'une éthique/esthétique marginale, et de l’image de l'auteur. Enfin, nous analysons la façon dont Genet articule son texte / extase en tant que martyr et acteur de sa trajectoire d'auto-flagello-fiction, à travers certaines figures du baroque.

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