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O gozo de Deus: uma análise lacaniana da experiência mística na obra de Marguerite PoreteDias, Maruzania Soares 18 November 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010-11-18 / This dissertation examines, from the perspective of Lacanian psychoanalysis, the jouissance of God in the work of Marguerite Porete, The Mirror of Simple Souls. The aim was to understand the mystical jouissance as a face of jouissance feminine and to investigate the hypothesis of the mystical jouissance in the work of Porete considered as ethical jouissance. The mystique found in this compelling book, written in the language of Courtly Love and developed as an allegory that addresses the itinerary of the protagonist Alma in her search of the perfect union with God, is sustained by the assumptions of apophatic mysticism - the dynamics of Christian mystical experience that is expressed as of empty budget. With nothing to hold her, the soul becomes nothing. The experience of mystical ecstasy allows, for a brief moment, the jouissance of God, the jouissance of this glorification, where time and eternity come together as a causeway linking the created and uncreated. By demonstrating the centrality of jouissance in the subjective economy, Lacanian psychoanalysis has established the field of jouissance and reformulated the difference between the genders providing a place that, until now, never existed for females: the logic of all-non phallic, where there is a plus-de-jouir, a jouissance that goes beyond the phallic reference. As this Other's jouissance is impossible to symbolize, we have the love as a substitute to the lack of sexual relationship between sex, given that logic Lacanian will show us that Woman does not exist 1, while universal category, which is a correlate of the enunciation there is no sexual relationship , therefore, that is no sexual proportion / A presente dissertação analisa, pela abordagem da psicanálise lacaniana, o gozo de Deus na obra de Marguerite Porete, O Espelho das Almas Simples e Aniquiladas e que Permanecem Somente na Vontade e no Desejo do Amor. O objetivo foi compreender o gozo místico como uma face do gozo feminino e averiguar a hipótese de ser o gozo místico na obra de Porete um gozo estabelecido numa posição ética. A mística encontrada neste livro instigante, escrito na linguagem do Amor Cortês e desenvolvido numa alegoria que aborda o itinerário da protagonista Alma em sua busca da perfeita união com Deus, é sustentada pelos pressupostos da mística apofática dinâmica da mística cristã que se expressa como experiência de esvaziamento. Sem nada reter de seu, a Alma torna-se nada. A experiência do êxtase místico permite, por um breve momento, o gozo de Deus, o gozo dessa glorificação, onde tempo e eternidade se fundem como um istmo que vincula o criado e o incriado. Ao demonstrar a centralidade do gozo na economia subjetiva, a psicanálise lacaniana estabeleceu o campo do gozo e reformulou a diferença entre os sexos possibilitando um lugar até então inexistente para o feminino: a lógica do não-todo fálico, onde há um mais-gozar, um gozo que vai além da referência fálica. Dado que esse gozo do Outro é impossível de simbolizar, temos o amor como suplência à inexistência da relação sexual, uma vez que a lógica lacaniana vai nos mostrar que , enquanto categoria universal, A Mulher não existe , que é correlato do enunciado não há relação sexual , isto é, não há proporção sexual
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