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Estudos populacionais e filogenéticos de Oligoryzomys nigripes e o status taxonômico de Oligoryzomys utiaritensis (Rodentia, Sigmodontinae)Costa, Rodrigo Agrellos January 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012 / Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil / Os roedores neotropicais do gênero Oligoryzomys possuem ampla distribuição geográfica,
distribuindo-se por toda América Latina. No Brasil, existem pelo menos 12 espécies, com
representantes em todos os domínios morfoclimáticos. Entre essas espécies, Oligoryzomys
nigripes possui a distribuição mais ampla, ocorrendo por toda a Mata Atlântica, do Rio
Grande do Norte ao Rio Grande do Sul (incluindo regiões adjacentes do Paraguai e
Argentina), nos Pampas gaúchos e uruguaios e regiões de Cerrado em São Paulo e Goiás.
Membros do gênero Oligoryzomys desempenham papel fundamental na dispersão e
transmissão de hantaviroses, e estudos populacionais e filogenéticos de espécies de mamíferos
reservatórios ajudam a entender a distribuição e a dinâmica dos ciclos de transmissão da
doença. Com esse trabalho, pretendemos estudar a diversidade genética de Oligoryzomys,
através de filogenias moleculares com marcadores mitocondriais (genes citocromo b e
citocromo oxidase subunidade I) e um marcador nuclear (íntron 7 do gene beta-fibrinogênio);
analisar a diversidade intraespecífica de O. nigripes, através de análises populacionais e
filogeográficas de subpopulações de Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São
Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraguai, com os dois marcadores
mitocondriais citados acima; revisar o status taxônomico de O. utiaritensis, considerado
atualmente sinônimo júnior de O. nigripes, através de análises filogenéticas e morfométricas;
e investigar se existem inserções nucleares de genes mitocondriais em espécies de
Oligoryzomys, um estudo importante levando-se em consideração que a maior parte dos
estudos evolutivos desse grupo incluem o sequenciamento de genes mitocondriais. Os
resultados mostram que Oligoryzomys é um gênero monofilético, contendo pelo menos quatro
grupos de espécies. A diversidade de Oligoryzomys é subestimada, e existem pelo menos
quatro espécies não descritas, além da presença de espécies crípticas. Oligoryzomys
diferenciou-se dos outros orizomíneos no final do Mioceno e início do Plioceno, há
aproximadamente 6,5 milhões de anos, sendo a espécie O. microtis a espécie mais antiga (2,5
milhões de anos) e O. destructor a espécie mais recente (23 mil anos). As análises
populacionais indicam uma estruturação genética incipiente entre subpopulações de O.
nigripes do Sudeste e Sul do Brasil, mas a diferenciação entre as subpopulações dentro dessas
regiões é pequena. A área de diferenciação original de O. nigripes é a região do sul do Brasil,
e pelo menos duas frentes de colonização ocorreram: uma em direção ao Paraguai e outra em
direção ao centro e sudeste do Brasil. Oligoryzomys utiaritensis é uma espécie válida, distinta
de O. nigripes através da morfologia, morfometria, filogenia molecular e citogenética.
Existem inserções de sequências mitocondriais no genoma nuclear de pelo menos cinco
espécies de Oligoryzomys. Estudos evolutivos devem vir acompanhados de outros tipos de
marcadores moleculares, além de informações morfológicas, geográficas e citogenéticas, para
um melhor entendimento das relações complexas entre as espécies de Oligoryzomys. / The neotropical rodents of genera Oligoryzomys have a wide distribution, extending
throughout Latin America. In Brazil, there are at least 12 species, with representatives in all
morphoclimatic domains. Among these species, Oligoryzomys nigripes has the widest
distribution, occurring throughout Atlantic Forest of Rio Grande do Norte to Rio Grande do
Sul (including adjacent areas of Paraguay and Argentina), Pampas from Brazil and Uruguay,
and Cerrado regions of São Paulo e Goiás. Some Oligoryzomys species play a fundamental
role in the dispersion and transmission of hantaviruses, and population and phylogenetics
studies of mammal reservoirs help to understand the distribution and dynamics of disease
transmission cycles. In this work, we intend to study the genetic diversity of Oligoryzomys
through molecular phylogeny with mitochondrial markers (cytochrome b and cytochrome
oxidase subunit I genes) and a nuclear marker (intron 7 of beta-fibrinogen gene); analyze the
intraspecific diversity of O. nigripes via population and phylogeographic studies of
subpopulations of Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Paraná,
Santa Catarina, Rio Grande do Sul and Paraguay, with the two mitochondrial markers cited
above; review the taxonomic status of O. utiaritensis, currently considered a junior synonym
of O. nigripes, by morphometric analyses and molecular phylogenetics; and investigate
whether there are insertions of mitochondrial genes in nuclear genome of Oligoryzomys
species, a relevant study if we account that the most evolutionary studies of this group relies
on sequencing mitochondrial genes. Results showed here indicate that Oligoryzomys is a
monophyletic genus, containing at least four groups of species. The diversity of Oligoryzomys
is underestimated, and there are at least four undescribed species, and the presence of cryptic
species. Oligoryzomys has differentiated from other oryzomyinies in late Miocene and early
Pliocene, about 6.5 million years ago, O. microtis is the oldest species (2.5 million years) and
O. destructor the most recent (23.000 years). Population analyzes indicate an incipient genetic
structure between subpopulations of O. nigripes from southeast and south of Brazil, but
differentiation among subpopulations within these regions is small. The original area of
original differentiation of O. nigripes is the region of southern Brazil, and there were at least
two fronts of colonization: one to Paraguay and another toward center and southeast of Brazil.
Oligoryzomys utiaritensis is a valid species, distinct from O. nigripes by morphology,
morhometrics, cytogenetics and molecular phylogeny. There are insertions of mitochondrial
origin into nuclear genome of at least five species of Oligoryzomys. Evolutionary studies
should be followed by other types of molecular markers, and morphological, geographical and
cytogenetics data, to a better understanding of the complex relationships among Oligoryzomys
species.
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