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Efeitos de borda sobre comunidades de musgos (Bryophyta) epifíticos em área de Cerrado no Brasil Central / Edge effects on epiphytic mosses (Bryophyta) community in brasilian Cerrado

CARVALHO, Maria Adriana Santos 24 February 2009 (has links)
Made available in DSpace on 2014-07-29T16:21:22Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissertacao Maria Adriana Santos Carvalho.pdf: 7393945 bytes, checksum: 29cd7cf3741dce0d99bae27e39b430e4 (MD5) Previous issue date: 2009-02-24 / Microclimatic changes enhanced by the proliferation of edges in fragmented landscapes, known as "edge effects" may result on shifts in species composition, structure of communities and ecological processes. Despite the dramatic increase in edge areas caused by anthropogenic habitat fragmentation, the edges and their areas of influence is a relevant structural feature also in the natural landscape. This is evident in the Cerrado biome, which is suffering an accelerated degradation and habitat loss and is composed of mosaics of vegetation types which are common boundaries or ecotones. The bryophytes are an ideal group for assess the edge effects because are vulnerable to microclimatic changes promoted by their physiological conditions, making them particularly useful as indicators of the adverse fragmentation effects. Thus, this study aimed to assess how the communities of epiphytes mosses (Bryophyta) respond to forest edges originated of anthropogenic fragmentation and the natural edges in the grassland-forest transitions in the Cerrado. The study areas are located in the Parque Estadual da Serra de Caldas Novas and its surroundings, including municipalities of Caldas Novas and Rio Quente, state of Goiás. Sampling was done in three habitat types: (1) gallery forests on the slopes of the mountain with abrupt transitions to rock outcrops fields, (2) edge (0 to 10 m) and (3) interior (100 to 110 m) of seasonal forest fragments surrounded by a matrix of grazing. These were the three treatments considered in the analysis, described by the abbreviations: BN (natural edge), BA (anthropogenic edge) and IF (interior of the fragment). For each treatment four replicates were selected. Four plots (10´10m) were randomly delimited along transects (10´200m) for each treatment in each area. For the sampling of mosses in the plots, were selected all trees with perimeter at breast height (PBH) &#8805; 20 cm and with minimum bryophytes coverage of 300cm2. For the quantitative survey of mosses was employed the interception line method. The comparison of Jackknife richness estimates (33.56 to IF, 30.56 to BA and 25.63 to BN) showed that there were differences between IF and BN. The coverage of mosses was significantly higher in BN than in BA (F2,45 = 5.34, p = 0.008). The analysis of similarities (ANOSIM) showed that the community of mosses was more distinct in BN, and the composition of species in this environment was significantly dissimilar to BA in IF (R = 0.198, p < 0001). Two factors may explain the fact that the edge effect on species richness and coverage of epiphytic mosses has not been shown in this study: (1) The homogeneity of the vegetation structure observed between edge and interior and (2) the fact that the study had considered only the mosses, 8 whereas many studies confirm a higher sensitivity to disturbance of the liverworts. Clearer effects were observed between BA and BN, both in coverage and in species composition, which is probably due to differences in spatial and temporal development of these edges, or topographic features of the gallery forests, particularly the fact of being located in depressions with creeks, which probably provides more moisture in these environments. The chi-square test showed significant differences in the frequency of occurrence of life forms in the different treatments, except for the tuft form. The greatest value of chi-square occurred to the flabelliform life form, which predominated in BN, collaborating with the evidence already presented of microclimatic conditions more favorable to mosses in BN, since the flabelliform habit are intolerant to desiccation. This indicates that the use of functional groups of bryophytes, such as life forms can generate more generalization and get clearer answers than species richness in the evaluation of the edge effects. / As mudanças microclimáticas promovidas pela proliferação de bordas nas paisagens fragmentadas, designadas efeitos de borda , podem resultar em alterações na composição de espécies, estrutura das comunidades e processos ecológicos. Apesar do drástico aumento das áreas de borda causadas pela fragmentação antrópica, as bordas e suas áreas de influência constituem uma importante característica estrutural também nas paisagens naturais. Isto é evidente no bioma Cerrado, que além da acelerada perda e degradação de habitats que vem sofrendo, é também composto por mosaicos de tipos vegetacionais cujos limites ou ecótonos são comuns. As briófitas constituem um grupo de organismos ideal para a avaliação dos efeitos de borda, pois devido às suas condições fisiológicas elas são vulneráveis às alterações microclimáticas, o que as torna particularmente úteis como indicadoras dos efeitos adversos da fragmentação. Diante disso, este trabalho teve por objetivo avaliar como as comunidades de musgos (Bryophyta) epífitos respondem às bordas florestais proporcionadas antropicamente e às bordas naturais nas transições campo-floresta no Cerrado. As áreas de estudo estão localizadas no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas e no seu entorno, compreendendo os municípios de Caldas Novas e Rio Quente, estado de Goiás. A amostragem foi feita em três tipos de habitats: (1) florestas de galeria nas encostas da serra com transições abruptas para campos rupestres; (2) borda (0 a 10 metros) e (3) interior (100 a 110 metros) de fragmentos de florestas estacionais circundados por matriz de pastagem. Estes foram os três tratamentos considerados na análise, designados pelas siglas: BN (borda natural), BA (borda antrópica) e IF (interior do fragmento). Para cada tratamento foram selecionadas quatro réplicas. Quatro parcelas de 10´10m foram plotadas aleatoriamente ao longo de transectos de 10´200m para cada tratamento em cada área. Para a amostragem dos musgos nas parcelas, foram selecionadas todas as árvores com perímetro à altura do peito (PAP) &#8805; 20 cm e com cobertura mínima de briófitas de 300cm2. Para o levantamento quantitativo dos musgos foi adotado o método de interceptação de linha. A comparação das estimativas de riqueza de Jackknife (33,56 para IF, 30,56 para BA e 25,63 para BN) mostrou que houve diferenças apenas entre IF e BN e a cobertura de musgos foi significativamente maior em BN do que em BA (F2, 45 = 5,34; p = 0,008). A análise de similaridade (ANOSIM) mostrou que a comunidade de musgos foi mais distinta em BN, sendo que a composição de espécies neste ambiente foi significativamente dissimilar tanto de BA quanto de IF (R = 0,198; p < 0,001). Dois fatores podem explicar o fato do efeito de borda sobre a riqueza e 6 cobertura de espécies de musgos epífitos não ter sido evidenciado neste estudo: (1) A homogeneidade na estrutura da vegetação observada entre borda e interior e (2) o fato do estudo ter considerado apenas os musgos, enquanto muitos estudos confirmam uma maior sensibilidade das hepáticas aos diferentes distúrbios. Efeitos mais claros foram observados entre BA e BN, tanto na cobertura quanto na composição de espécies, o que se deve provavelmente às diferenças espaciais e temporais na criação destas bordas, ou ainda às características topográficas dos enclaves, principalmente o fato de estarem localizados em depressões e apresentarem cursos de água no seu interior, o que provavelmente determina maior umidade nestes ambientes. O teste de qui-quadrado mostrou diferenças significativas na freqüência de ocorrência das formas de vida nos diferentes tratamentos, exceto para a forma tufo. O maior valor de qui-quadrado ocorreu para a forma de vida flabeliforme, que predominou em BN, colaborando com as evidências já apresentadas de condições microclimáticas mais favoráveis aos musgos em BN, visto que o hábito flabeliforme é intolerante á dessecação. Isto indica que a utilização de grupos funcionais de briófitas, como formas de vida, pode gerar uma maior generalização e obter respostas mais claras que a riqueza de espécies na avaliação dos efeitos de borda.

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