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Adolescentes em liberdade assistida: uma análise psicossocialCabral, Suzie Hayashida 29 April 2003 (has links)
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Previous issue date: 2003-04-29 / This research aims the comprehension of the senses attributes to offender
teenagers, submitted to the socio educational programme of assisted freedom. It's
based on interviews done with seven teenagers, being five boys and two girls, at the
headquarters of the Assisted Freedom Program, in Goias estate, Brazil, which has as
reference the sociohistorical approach proposed by Vigotsky. It initially recovers the
history of the inclusion by the exclusion of the poor teenage in Brazil, by directed
public politics to the offender teenagers, reviewing the historical term "minor", that
associates the poor teenagers to delinquency, and the attempt, based on the ECA to
restructure the relations between society and the teenager in conflict with the law.
The naturalized conceptions about the teenagers are then submitted to discussions,
focussing the process its development and the character necessarily social and
historical of its personality, and therefore the offender teenager is shown, in a context
of the contemporary society, bringing up the fundamental ideological elements that
fulfil the dialectic relation between this teenager with the social reality. It shows that,
contradictory and ambiguous, the feelings emerge from the voices of the teenagers
interviewed not only reveal their concrete reality, but also the reproduction of
ideological values, as the reinclusion to school, work or good behavior, proposed by
the Assisted Freedom Program. Past-present-future appear in their speech as a
"normal" aspect, that naturalizes their childhood, their socio condition, their life
perspective, and shows their inclusion by the socio exclusion, which would stop the
perception and the critics about the values of the capitalist society, and about their
own temporality and historicity. To conclude, the Assisted Freedom is questioned as
an institution that serves the dominant class interests, and pretends the conformism
and adaptation, while as a term that could refer to actually assist the teenager who
search for freedom having a critic knowledge of its social and historical reality,
allowing him to become a subject, not an object. / Essa pesquisa teve como objetivo a compreensão dos sentidos atribuídos por
adolescentes autores de ato infracional por estarem submetidos à medida
socioeducativa de liberdade assistida. Foram realizadas entrevistas com sete
adolescentes, sendo cinco do sexo masculino e duas do sexo feminino, na sede do
Programa de Liberdade Assistida em Goiás, cuja análise teve como referência a
abordagem sócio-histórica proposta por Vigotski. Inicialmente, recupera-se a história
da inclusão pela exclusão da adolescência pobre no Brasil pelas políticas públicas
direcionadas ao adolescente autor de ato infracional, discutindo a construção
histórica do termo menor que associa o adolescente pobre à marginalidade, e a
tentativa, a partir do ECA, de reestruturar as relações entre a sociedade e o
adolescente em conflito com a lei. São então discutidas as concepções
naturalizadas sobre a adolescência, sublinhando-se a processualidade do
desenvolvimento e o caráter necessariamente social e histórico da personalidade.
Dessa forma, o adolescente autor de ato infracional é situado no contexto da
sociedade contemporânea, evidenciando-se os aspectos ideológicos fundamentais
da relação dialética desse adolescente com a realidade social. Constatou-se que,
por ambíguos e contraditórios, os sentidos que emergem da fala dos adolescentes
entrevistados não só revelam sua realidade concreta como também reproduzem
valores ideológicos cristalizados, como a reinclusão via escola, trabalho e bom
comportamento, que norteiam o Programa de Liberdade Assistida. Passadopresente-
futuro surgem nos discursos dos adolescentes permeados pelo aspecto da
normalidade , que naturaliza sua infância, sua condição social, sua perspectiva de
vida e evidencia sua inclusão pela exclusão social, o que impediria a percepção e a
crítica sobre os valores da sociedade capitalista e sobre a sua própria temporalidade
e historicidade. Por fim, a Liberdade Assistida é questionada como instituição que,
servindo a interesses da classe dominante, pretende o conformismo e a adaptação,
mas também como um termo que pode referir-se a assistir o adolescente em busca
da liberdade embasada na consciência crítica de sua realidade social e histórica,
possibilitando-lhe, portanto, tornar-se sujeito, e não objeto.
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