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Elogios à inutilidade: a incorporação do Trapeiro como possibilidade de apropriação e leitura da Cidade e sua alteridade urbana

Silva, Ricardo Luís 10 February 2017 (has links)
Submitted by Marta Toyoda (1144061@mackenzie.br) on 2017-06-05T21:46:55Z No. of bitstreams: 2 Ricardo Luis Silva.pdf: 38841308 bytes, checksum: 1904dd1e150d0b8ba6ed76a92d8ba7d9 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) / Approved for entry into archive by Paola Damato (repositorio@mackenzie.br) on 2017-06-06T15:17:03Z (GMT) No. of bitstreams: 2 Ricardo Luis Silva.pdf: 38841308 bytes, checksum: 1904dd1e150d0b8ba6ed76a92d8ba7d9 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) / Made available in DSpace on 2017-06-06T15:17:04Z (GMT). No. of bitstreams: 2 Ricardo Luis Silva.pdf: 38841308 bytes, checksum: 1904dd1e150d0b8ba6ed76a92d8ba7d9 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Previous issue date: 2017-02-10 / Fundo Mackenzie de Pesquisa / Within this doctoral thesis one does not walk through traditional academic territories, despite having as central object of problematization and investigation the contemporary City. In order to look for other ways of approaching urban spaces at the beginning of the 21st century, so spectacular, capitalized, rationalized, “intelligent” and homogenizing, research zones were established. Zones of concentration of small tactics, subterranean concepts, “ordinary” structures and methods, “men without qualities”. In the midst of so many discursive possibilities, one was chosen as an allegorical element and generator of effects and a catalyst for the possibilities of incorporating and coping with those spaces above, That is the figure of the Rag-picker, a kind of broken and tragic anti-hero, born poetically by Charles Baudelaire, but abandoned to his own fate, because of his extreme resemblance to the poet. Figure, that in this thesis, turns hypothesis, becomes proposition, becomes “persona”. And, following its formative and revealing course (dialectic of a narrative, simultaneous acts of reading and writing), several other elements are being listed, sometimes as causal dynamics, sometimes as propositive referrals, sometimes as “mere” traces left by the walk – bodily and conceptually. But walking through this territory that is agency in a Warburgian mount is not undertaken alone, accompanied by one’s own legs and thoughts. Walking, which is also one of the background concepts, is collective, supportive, “polyphonic”. Authors of diverse areas of human knowledge – scientific, artistic, poetic, philosophical, architectural, literary ... even of “useless” knowledge – will keep company with those who venture and embrace a nonlinear reading, sometimes centrifugal – edging hermeticism, sometimes centripetal - throwing to distant paths - of the volumes of this thesis, or rather, of the hypothesis where the thesis is sought. At times we hear the steps, or voices, of Walter Benjamin, Charles Baudelaire, Michel de Certeau, Georges Perec, Guy Debord, Gilles Deleuze, Rem Koolhaas, Maurice Merleau-Ponty, Maurice Blanchot , Lina Bo Bardi, Italo Calvino, Christian Norberg-Schulz, Helio Oiticica. At the “end” of the course (a distinction abolished in the dynamics of this research), 33 fragments of scientific/academic territory, collected, constituted and treated with due heterodoxy and praised uselessness/ordinariness, that present to the reader a reliquary, a collection of small chunks of speech (sometimes overlapped) that show possible ways for a bodily constitution, also possible, that make us face the City and its spaces that are necessarily hostile and constituent of our subjectivity, in a more frank way, open to the hypothesis of construction of a truly urban otherness. Another way to be in the City. / Dentro desta tese de doutorado não se caminha por territórios acadêmicos tradicionais, apesar de ter como objeto central de problematização e investigação a Cidade contemporânea. Para buscar maneiras outras de encarar os espaços urbanos no início do século XXI, tão espetacularizados, capitalizados, racionalizados, “inteligentes”, homogeneizantes, foram estabelecidas nesse percurso de pesquisa zonas de concentração de pequenas táticas, conceitos subterrâneos, estruturas e métodos “ordinários”, “homens sem qualidades”. Em meio a tantas possibilidades discursivas, elegeu-se como elemento alegórico e germinador de efeitos e catalisador das possibilidades de incorporação e enfrentamento daqueles espaços citados, a figura do Trapeiro, espécie de anti-herói roto e maltrapilho, nascido poeticamente de Charles Baudelaire e logo abandonado à própria sorte, por conta de sua extrema semelhança com o poeta. Figura, que nessa tese, vira hipótese, vira proposta, vira “persona”. E, acompanhando seu percurso formador e revelador (dialética de uma narrativa, atos de ler e escrever simultâneos), diversos outros elementos vão sendo elencados, ora como dinâmica causal, ora como encaminhamento propositivo, ora como “mero” rastro deixado pelo caminhar – corporal e conceitual. Mas o caminhar por este território que se agencia em uma montagem warburgiana não é empreendido sozinho, acompanhado das próprias pernas e pensamentos. O caminhar, que também é conceito de fundo, é coletivo, solidário, “polifônico”. Autores de diversas áreas do conhecimento humano – científico, artístico, poético, filosófico, arquitetônico, literário... até do conhecimento “inútil” – farão companhia a quem se aventurar e abraçar a leitura não-linear, ora centrífuga – beirando o hermetismo –, ora centrípeta – lançando a caminhos distantes – dos volumes desta tese, ou melhor, da hipótese onde se busca a tese. Em alguns momentos ouve-se os passos, ou vozes, de Walter Benjamin, de Charles Baudelaire, de Michel de Certeau, de Georges Perec, de Guy Debord, de Gilles Deleuze, de Rem Koolhaas, de Maurice Merleau- Ponty, de Maurice Blanchot, de Lina Bo Bardi, de Italo Calvino, de Christian Norberg-Schulz, de Helio Oiticica. No “final” do percurso (distinção abolida na dinâmica desta pesquisa), 33 fragmentos de território científico/acadêmico recolhidos, constituídos e tratados com a devida heterodoxia e elogiada inutilidade/ordinariedade, apresentam ao leitor um relicário, uma coleção de pequenos pedaços de discursos críticos, teóricos e práticos (algumas vezes sobrepostos) que mostram caminhos possíveis para uma constituição corporal, também possível, que nos façam encarar a Cidade e seus espaços necessariamente hostis e constituidores de nossa subjetividade, de maneira mais franca, aberta à hipótese de construção de uma alteridade realmente urbana. Uma outra forma de estar na Cidade.

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