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ESTRATÉGIAS DE REPARO NA ATRIBUIÇÃO DO ACENTO PRIMÁRIO DO INGLÊS POR FALANTES NATIVOS DE PB

Silveira, Amanda Post da 04 March 2010 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / In this study, we investigated the repair strategies applied to English word primary stress in the process of acquisition by native speakers of Brazilian Portuguese (BP). For this purpose, we used Connectionist Optimality Theory (henceforth, COT) by Bonilha (2004) as its theoretical basis. COT, beyond previewing constraint interaction, the interaction of different phonological levels (such as segment, syllable and stress) and constraints reranking in an L2 acquisition process, it also claims that constraints which are specific from the L2 may be acquired. Such restructuring process may be explained by an implemented gradual learning algorithm (BOERSMA & HAYES 2001) which constitutes a great advantage to acquisition data analysis. In the present study, we analyzed English stress acquisition in suffixed words, especially, the production of words whose suffixes carry the primary stress. In this last group, we observed the following suffixes: -oon, -eer, -ee, -ette, -esque, - ese, -ique, -et, -aire, -euse and -eur. Taking into account the process of constraint reranking, we intended to characterize interlanguage hierarchy evidenced by learners from the repair strategies they applied to deviant productions. For this aim, we used oral language data from sixteen informants, academics of Languages - English major from a Brazilian Southern university. Data collection consisted of two recordings of an instrument which contained 135 suffixed and non-suffixed words and 135 carrier-sentences. Afterwards, data were transcribed by auditory method and reviewed by two evaluators. The transcriptions were based on IPA. Data were statistically treated by Chi-Square test via Statistica 7.0 software. We could observe that, among the suffixes that present different behaviors concerning the stress of the primitive words, the ones which receive the primary stress were the least correctly produced, presenting around 50% of errors. Data also confirmed the trends indicated by studies on L2 acquisition that interlanguage systems show the militancy of L1 hierarchy of constraints. This is due to the predominance of the trochaic pattern as a repair strategy - around 50% of deviant productions, and, as argued by Bisol (1992), it is the stress pattern of BP. Concerning the suffixes that carry the primary stress, it seems that L2 vowel length, that may be the main element of stress attribution in words such as refugee and mountaineer, is not easily perceived/produced by BP native speakers, according to the findings by Nobre-Oliveira (2007). Taking into account the results, we understand that some specific constraints to vowel length were not ranked in learners interlanguage hierarchy yet. Also, we relate the phenomenon of the random production of such stress pattern to its low frequency in English lexicon. Thus, frequency seems to be one important factor for learners oral productions. In sum, we believe that such factors as a whole may be conspiring to the fact that informants productions are still deviant from the pattern of the target language. Finally, we argue that COT seems to be an important tool in order to describe and analyze L2 language acquisition data. / Neste estudo, investigamos as estratégias de reparo aplicadas ao padrão de acento primário do Inglês, no processo de aquisição, por falantes nativos de português brasileiro (PB). Para esse propósito, utilizamos a Teoria da Otimidade Conexionista (COT), a partir dos estudos de Bonilha (2004) como sua base teórica. A COT, além de prever a interação de restrições, a interação de diferentes níveis fonológicos (como segmental, silábico e acentual) e o reranqueamento no processo de aquisição de uma L2, também propõe que restrições específicas da L2 devam ser adquiridas. No presente estudo, analisamos a aquisição do acento do inglês em palavras sufixadas, especialmente, na produção de palavras cujo sufixo carrega o acento, como -oon, -eer, -ee, -ette, -esque, -ese, -ique, -et, - aire, -euse e -eur. Levando-se em consideração o processo de reranqueamento, intentamos caracterizar a hierarquia de interlíngua evidenciada pelas produções desviantes dos aprendizes a tal padrão. Com este objetivo, usamos dados de linguagem oral de dezesseis sujeitos, acadêmicos de Letras - habilitação Língua Inglesa de uma universidade do Sul do Brasil. Os dados consistiram de duas coletas, realizadas por meio de um instrumento que contém 135 palavras (entre sufixadas e nãosufixadas) e 135 frases-veículo. Em seguida, houve a transcrição fonética pelo método de oitiva e a revisão por dois avaliadores. As transcrições tiveram por base o Alfabeto Fonético Internacional (IPA). Os dados foram tratados estatisticamente com o teste Qui-quadrado via programa Statistica 7.0. Pudemos observar que, dentre os sufixos que apresentam comportamentos distintos, no que concerne ao acento da palavra primitiva, os sufixos que atraem o acento primário foram os que apresentaram o menor percentual de acertos, aproximadamente 50%. Os dados também confirmam as tendências, apontadas por outros estudos em aquisição de L2, de que os sistemas de interlíngua apresentam a militância da hierarquia de restrições da L1. Evidenciamos isso pelo predomínio do padrão acentual trocaico como estratégia de reparo, que responde por cerca de 50% dos tokens desviantes e, como argumenta Bisol (1992), o padrão trocaico é o predominante do PB. Com relação aos sufixos que atraem o acento primário, há evidências de que o prolongamento da vogal, que é o principal elemento considerado na atribuição de peso da sílaba e na atração do acento em palavras como refugee e mountaineer, não está sendo adquirido pelos falantes nativos de PB, conforme já aponta o estudo de Nobre-Oliveira (2007). Visto os dados de que dispomos nesta pesquisa, compreendemos que algumas restrições ligadas ao prolongamento e fidelidade da vogal acentuada, bem como algumas restrições de marcação, precisam ainda ser ranqueadas na hierarquia de interlíngua dos aprendizes. Também, relacionamos o fenômeno de atribuição flutuante do padrão oxítono sufixado a sua baixa frequência no léxico do Inglês. Assim, observamos que a frequência também parece desempenhar um importante papel nas produções orais dos sujeitos. Em suma, acreditamos que tais fatores devem conspirar para a emergência de produções desviantes ao padrão da língua alvo. Por fim, com este estudo, pudemos comprovar a validade dos presupostos da COT e tomá-la como um modelo linguístico pertinente à descrição e análise de dados de aquisição de L2.

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